1 de janeiro de 2025

Enchente: Após 1 mês, 15 mil famílias já foram atendidas e Defesa Civil vai pedir interdição de pontos críticos

Defesa Civil e prefeitura de Rio Branco estimam que prejuízos na zona rural somaram R$ 50 milhões. Trechos do Centro da capital acreana, como o Calçadão da Rua Raimundo Escócio, serão interditados para evitar risco aos pedestres. Calçadão da Rua Raimundo Escócio, no Centro, apresenta fissuras no solo
Melícia Moura/Rede Amazônica Acre
No dia 23 de fevereiro, o Rio Acre ultrapassou a marca de 14 metros e transbordou pela primeira vez no ano. Com 14,04 metros, o rio continuou em transbordamento até o dia 11 de março, quando reduziu para 13,80 metros. Na medição desta quarta-feira (27), o manancial marcou 5,82 metros.
Após mais de um mês do início da enchente que teve o segundo maior índice já registrado na capital acreana, mais de 15 mil famílias afetadas pelas águas já foram atendidas por equipes da Defesa Civil Municipal e da prefeitura. Nesse domingo (24), as últimas famílias foram retiradas do abrigo montado no Parque de Exposições Wildy Viana.
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“O pós-cheia, ele consiste em relocar as famílias que estavam em abrigos, aquelas que não podem voltar para casa. Nós estamos fazendo isso, estamos assistindo todas as famílias que foram atingidas. Já alcançamos 15 mil famílias e nós vamos ainda avançar em umas 5 mil famílias, totalizando em um total de 20 mil, a atendimento de ajuda humanitária, que é entrega de suplementos, alimentícios, material de limpeza, água, colchão, tudo isso a gente está vendo, tudo pós-alagação”, explica o coordenador do órgão, tenente-coronel Cláudio Falcão.
Ele destaca ainda que o atendimento às famílias também vai chegar à zona rural, onde os produtores tiveram prejuízos que somam R$ 50 milhões.
O nível do Rio Acre chegou à marca de 17,89 metros no dia 6 de março e ficou a menos de 60 centímetros da maior cota histórica já registrada, 18,40 metros em 2015. Essa foi a segunda maior cheia da história, desde que a medição começou a ser feita, em 1971.
Situação do solo pós-cheia
Fissura no solo pode causar risco para pedestres
Melícia Moura/Rede Amazônica Acre
Com a redução das águas, a Defesa Civil começou a monitorar pontos de erosão e com risco de desbarrancamento.
No dia 14 de março, duas casas e uma oficina desabaram em um trecho da Rua Poços de Caldas, no bairro Cidade Nova, no Segundo Distrito de Rio Branco devido à baixa do Rio Acre. Quatro veículos também foram arrastados pela água. Segundo a Defesa Civil Municipal, ninguém se feriu, mas há risco de que mais residências desabem e por isso foram evacuadas.
No dia seguinte, um novo desmoronamento atingiu parte do terreno de um restaurante em outro ponto do bairro, às margens do Rio Acre. O deslizamento derrubou uma casa e um deck de madeira e atingiu o terreno de um restaurante.
De acordo com Falcão, ainda não havia sido possível concluir o acompanhamento e reparos em áreas que foram atingidas pela cheia de 2023 e novos problemas surgiram por conta da cheia em 2024. O coordenador afirma que áreas como o Calçadão da Rua Raimundo Escócio serão interditados para impedir que pedestres circulem, já que as áreas têm movimentação de solo.
“São pontos que já eram catalogados. Com a alagação, voltou a movimentar, e vamos pedir a interdição e isolamento, porque está aumentando a fissura. Como tem outros pontos também, tanto no lado do Primeiro Distrito, e também outros da 6 de Agosto, e outros pontos. Então, tem muita coisa para ser vista”, afirma.
Calçadão da Rua Raimundo Escócio apresenta movimentação de solo há anos em Rio Branco
Melícia Moura/Rede Amazônica Acre
Além dos pontos já conhecidos, o coordenador da Defesa Civil Municipal ressalta que novas áreas estão sendo monitoradas por terem apresentado risco após a cheia. São pontos nos bairros Montanhês e Novo Horizonte que serão analisados para saber se são apenas acidentes geológicos ou situações com mais risco de desbarrancamento.
“Esses novos pontos, estamos fazendo estudo técnico deles, para ver se não é apenas um acidente, e que não vai mais movimentar, ou se vai movimentar, se é erosão, mas que a gente já não tinha tido esse contato. É o caso lá do Montanhês, é o caso do Novo Horizonte. Então, a gente está fazendo esse trabalho ainda contínuo, para poder detectar novos pontos”, finaliza.
VÍDEOS: g1

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