A população já havia ficou no escuro durante sete dias, e o fornecimento de luz havia sido restabelecido na terça-feira (26). Nesse período, a Enel chegou a instalar cinco geradores no local. Energia cai de novo na Rua Paim, no Centro de SP, e moradores fazem panelaço
A energia elétrica de prédios residenciais e comércios na Rua Paim, no Centro de São Paulo, voltou a cair na noite desta quarta-feira (27). Inconformados, moradores realizaram um panelaço contra a Enel (veja imagens acima).
Eles enfrentam problemas desde a semana passada e ficaram no escuro durante sete dias. O fornecimento de energia havia sido restabelecido na terça-feira (26).
Como medida paliativa, a empresa chegou a instalar cinco geradores no local. Entretanto, o equipamento não era suficiente para garantir o funcionamento de elevadores e bombas de água dos edifícios residenciais.
Em nota, a Enel informou que “equipes da distribuidora estão no local trabalhando para identificar a causa da falha na rede subterrânea que afetou, na noite de hoje (27), o fornecimento de energia em um trecho da Rua Paim. A companhia reforça que seguirá com equipes atuando na rede subterrânea até restabelecer o serviço para todos os clientes”.
À TV Globo, moradores afirmaram que a previsão para a chegada de uma equipe é meia-noite, de acordo com a concessionária.
Moradores da Rua Paim, no Centro de SP, fazem panelaço após nova queda de energia
Arquivo pessoal
Diretora da Enel culpa calor pelas quedas de energia
A diretora de rede de alta tensão e subterrâneo da Enel, Karine Torres, afirmou que as frequentes interrupções de energia elétrica em São Paulo foram provocadas pelo calor excessivo. As declarações foram feitas durante entrevista exclusiva à TV Globo, na última sexta-feira (22).
“Esse sequenciamento de dias com alta temperatura provoca um stress térmico em todo o nosso ativo, seja ele cabos ou equipamentos instalados na rede subterrânea. Aliado a isso, o aumento de carga, muitas delas à revelia ou por ligações clandestinas. Esse aumento de carga, aliado ao calor, realmente provoca um estresse dos equipamentos e que ocasionou o desligamento ontem”, justificou Karine.
Questionada sobre a capacidade da estrutura da Enel em atender a alta demanda, a diretora da concessionária disse que a rede está estruturada, porém ligações clandestinas em alguns pontos da cidade – como na região da 25 de Março – e a falta de comunicação da população sobre o aumento do consumo de energia atrapalham a prestação de serviço da empresa.
“O que acontece é que muitas vezes as pessoas têm expansão do consumo de energia e essa expansão de consumo de energia nem sempre é reportada para os nossos canais. A gente não tem o conhecimento do que as pessoas estão realmente consumindo de energia”, complementou Torres.
Rescisão do contrato
A Prefeitura de São Paulo pediu novamente ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a rescisão da concessão de energia elétrica à Enel na capital paulista. A ação ocorre após os inúmeros e frequentes problemas de falta de energia na cidade.
Ofício assinado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB)e encaminhado na sexta-feira (22) à Aneel, agência responsável pela fiscalização dos serviços prestados pela Enel, afirma que, “por serem, assim, tão graves as falhas ocorridas e a renitência da concessionária em admiti-las e corrigir sua conduta, o município de São Paulo, mais uma vez, busca que essa agência instaure procedimento com visitas à rescisão da concessão, única medida que se vislumbra capaz de garantir a continuidade de serviço público essencial à vida na maior cidade do país”.