Mulher foi agredida em restaurante junto com amiga e registrou boletim de ocorrência contra o ex, que foi preso. Polícia expediu medida protetiva para que o homem não se aproxime da vítima. Engenheira denuncia agressões cometidas por ex-namorado no Piauí
A engenheira Danielle Cardoso usou as redes sociais (assista acima) para denunciar o ex-namorado, preso por agressões ocorridas na madrugada de segunda (17), em Pedro II, Norte do Piauí. O homem não teve o nome informado. Segundo ela, o ex usou uma arma para ameaçá-la, a agrediu com tapas e uma mordida no rosto, a derrubou de uma moto e chegou a causar uma colisão proposital destruindo seu carro.
Procurada, a defesa informou que o caso está em apuração e que o investigado não atrapalhará as investigações. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ele afirmou que as denúncias não seriam contestadas e que o denunciado irá colaborar com as investigações. Ao g1, o advogado Juan Pablo, que representa o homem, enviou áudio com posicionamento da defesa. Veja a transcrição completa ao fim da reportagem.
Ela contou que estava com uma amiga em um restaurante da cidade na noite de domingo, junto com o agressor e uma amiga dele, quando se iniciou uma discussão. A partir daí, ela e sua amiga sofreram várias agressões.
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Danielle levou uma mordida no rosto, sofreu vários cortes na parte interna da boca, ficou com arranhões no pescoço e um hematoma no olho, sofreu uma pancada na cabeça e teve os joelhos bastante ralados. As agressões aconteceram enquanto ela tentava fugir do agressor.
Segundo ela, ao tentar ir embora, ele mordeu seu rosto e lhe deu tapas. Para fazer com que ele não agredisse sua amiga, ela aceitou ir embora com ele em seu carro. No percurso, o ex bateu seu carro, segundo ela, propositalmente, para dissimular as lesões sofridas por ela como se fossem fruto do acidente.
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Engenheira denuncia ex-namorado por mordida e tapas no rosto; carro foi destruído em colisão proposital em Pedro II
Arquivo pessoal
Depois disso, ela conseguiu fugir do carro e se esconder, mas ele a acompanhou. Ele chegou a bloquear o celular para que ela não pedisse ajuda. Alguns minutos depois, ela conseguiu fazer uma ligação e avisou onde estava. Amigos foram de moto socorrê-la, mas ela foi puxada pelos cabelos e caiu da moto, ficando com vários ferimentos nas pernas.
Momentos depois ela conseguiu escapar e se escondeu no hospital da cidade. Danielle contou que ele tentou entrar no hospital atrás dela, mas foi impedido por policiais que chegaram ao local. Ela relatou que ele, durante as agressões, portava uma arma de fogo, que não foi disparada, mas foi usada em ameaças.
Danielle, após ser socorrida no hospital, procurou a delegacia e registrou boletim de ocorrência e teve medida protetiva concedida para que o ex não se aproxime dela. Ela disse que não vai desistir das denúncias e que quer alertar outras mulheres vítimas de violência para que denunciam.
“A pessoa que está ao seu lado, você pensa que conhece, acha que está lhe fazendo bem, que está sendo protegida, mas você não conhece, não sabe do que é capaz”, disse.
“Eu não vou me calar, não vou aceitar que passe despercebido, o que eu puder fazer para ajudar outras mulheres que estejam passando por algo assim dentro de casa, eu vou fazer, eu não vou abaixar minha cabeça, eu não aceito”, declarou.
Veja o que diz a defesa:
Esclarecemos que os fatos de violência em questão ainda estão sendo apurados pela delegacia de polícia na figura do doutor delegado Júlio Vieira que tem prestado excelentes serviços à comunidade pedrossegundense e que a delegacia ainda irá procurar ouvir mais testemunhas, requisitar imagens de segurança para entender melhor o contexto dos fatos. Nosso cliente ainda se encontra preso aguardando a audiência de custódia que é um procedimento processual de apresentação do preso em flagrante ao juiz para averiguar possíveis irregularidades, como maus-tratos e violação de garantias constitucionais, que já de antemão adianto que não ocorreu. Aqui em Pedro II temos excelentes policiais, policiais civis, policiais militares que respeitam a integridade física do preso e suas garantias também. No entanto, acreditamos que ele, nosso cliente, tem o direito e irá responder o processo. O que não quer dizer que seja inocente ou que a justiça é falha. O que o público, em geral, precisa entender é que num estado de inocência, um estado democrático de direito, como o nosso, como o Brasil, vigora o princípio da inocência, e o investigado só poderá ser culpado quando não comportar mais nenhum tipo de recurso. E se tratando de um excelente pai, excelente amigo, dedicado ao trabalho e sua família, as medidas cautelares e as medidas protetivas de urgência serão suficientes para assegurar ali o bom andamento processual, assegurar a integridade física da vítima, das testemunhas, acredito fielmente que nosso cliente de modo algum irá atrapalhar a investigação ou o processo. O fato ainda está sendo apurado, está em investigação, se trata de um caso isolado na vida do nosso cliente, um contexto inicial que sequer seria da Maria da Penha, ou seja, de violência doméstica. E sim uma confusão, um bate-boca entre ele e uma amiga. A confusão não foi com ela [ex-namorada], e sim com uma colega dele, mas que, infelizmente desencadeou para o contexto da Lei Maria da Penha.
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