6 de fevereiro de 2025

Enredo e Samba: Viradouro traz Malunguinho, o mensageiro de três mundos, como enredo para o Carnaval

Escola de Niterói exalta a história de Malunguinho e a força das culturas afro e indígenas em um enredo de resistência e ancestralidade. Enredo e Samba: Viradouro traz Malunguinho; o mensageiro de três mundos como enredo para o Carnaval
A Unidos do Viradouro promete emocionar o público no próximo desfile ao apresentar a história de Malunguinho, grande herói do século XIX, líder do Quilombo do Catucá, no Norte de Pernambuco.
O enredo “Malunguinho: o Mensageiro de Três Mundos” mergulha na luta por liberdade e resistência, trazendo um forte diálogo entre culturas afro e indígenas. O quadro “Enredo e Samba”, do RJ1, conferiu um ensaio de rua da agremiação.
Segundo o carnavalesco Tarcísio Zanon, Malunguinho é uma figura histórica que sobreviveu dentro do culto da Jurema Sagrada, considerada uma das primeiras cosmologias brasileiras. “É um enredo afro-indígena, um enredo negríndio. Misturamos essas duas culturas dentro de um personagem, não existe nada mais brasileiro.”
Malunguinho se encantou em três entidades: o caboclo da mata, mestre juremeiro e o guardião das encruzilhadas
A comunidade da Viradouro está eufórica. Ensaios animados são marcados pela união dos integrantes. “Aqui, a gente esquenta e molha a palavra antes de cantar o samba”, brincou um dos foliões.
Para os coreógrafos, os ensaios de rua têm um significado especial “São uma celebração da vida, enquanto o desfile é o grande final desse processo.”
Mesmo de longe, a expectativa pelo desfile cresce. Fãs vieram de Vitória, no Espírito Santo, para acompanhar os ensaios. “A Viradouro é campeã e não vai fazer feio”, declarou um entusiasmado visitante.
O enredo exalta a força da ancestralidade, com alas que homenageiam a mãe natureza e a resistência cultural dos povos oprimidos. A Viradouro promete levar essa mensagem para a avenida e, mais uma vez, conquistar corações.
Confira o samba-enredo
A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro
Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó
Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo
Porque nunca ando só, porque nunca ando só
A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro
Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó
Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo
Porque nunca ando só, porque nunca ando só
Acenda tudo que for de acender
Deixa a fumaça entrar
Sobô nirê mafá, sobô nirê
Evoco, desperto nação coroada
Não temo o inimigo, galopo na estrada
A noite é abrigo
Transbordo a revolta dos mais oprimidos
Eu sou caboclo da Mata do Catucá
Eu sou pavor contra a tirania
Das matas, o Encantado
Cachimbo já foi facão amolado
Salve a raiz do Juremá
Ê juremeiro, curandeiro ó
Vinho da erva sagrada
Eu viro num gole só
Catiço sustenta o zeloso guardião
Trago a força da jurema
Não mexe comigo, não
Ê juremeiro, curandeiro, ó
Vinho da erva sagrada
Eu viro num gole só
Catiço sustenta o zeloso guardião
Trago a força da jurema
Não mexe comigo, não
Entre a vida e a morte, encantarias
Nas veredas da encruza, proteção
O estandarte da sorte é quem me guia
Alumia minha procissão
Do parlamento das tramas
Para os quilombos modernos
A quem do mal se proclama
Levo do céu pro inferno
Toca o alujá ligeiro, tem coco de gira pra ser invocado
Kaô, consagrado
Reis Malunguinho, encarnado
Pernambucano mensageiro bravio
O rei da mata que mata quem mata o Brasil
O rei da mata que mata quem mata o Brasil
A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro
Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó
Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo
Porque nunca ando só, porque nunca ando só
A chave do cativeiro, virado no Exu Trunqueiro
Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó
Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo
Porque nunca ando só, porque nunca ando só
Acenda tudo que for de acender
Deixa a fumaça entrar
Sobô nirê mafá, sobô nirê
Evoco, desperto nação coroada
Não temo o inimigo, galopo na estrada
A noite é abrigo
Transbordo a revolta dos mais oprimidos
Eu sou caboclo da Mata do Catucá
Eu sou pavor contra a tirania
Das matas, o Encantado
Cachimbo já foi facão amolado
Salve a raiz do Juremá
Ê juremeiro, curandeiro ó
Vinho da erva sagrada
Eu viro num gole só
Catiço sustenta o zeloso guardião
Trago a força da jurema
Não mexe comigo, não
Ê juremeiro, curandeiro, ó
Vinho da erva sagrada
Eu viro num gole só
Catiço sustenta o zeloso guardião
Trago a força da jurema
Não mexe comigo, não
Entre a vida e a morte, encantarias
Nas veredas da encruza, proteção
O estandarte da sorte é quem me guia
Alumia minha procissão
Do parlamento das tramas
Para os quilombos modernos
A quem do mal se proclama
Levo do céu pro inferno
Toca o alujá ligeiro, tem coco de gira pra ser invocado
Kaô, consagrado

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