1 de outubro de 2024

Entre máquinas de escrever e vinis, uberlandenses demonstram carinho pelos objetos que os transportam para o passado

Moradores contam sobre as memórias que podem ser revividas ao manusear os discos ou datilografar. Para eles, é uma forma de se reconectar com o passado e preservar histórias e emoções que, de outra forma, poderiam se perder na era digital. Máquina de escrever usada por Dalvo Claro Faria
Reprodução/TV Integração
Alguns objetos possuem uma magia inata que nos transporta para o passado, como o vinil e a máquina de escrever.
Enquanto em um você se perde no som das teclas, registrando no papel o que é e o que será, no outro você se encontra na melodia envolvente do disco girando na agulha.
Em Uberlândia, moradores demonstram carinho pelos objetos que, de certa maneira, os transportam de volta para o passado.
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Com saudade de uma companhia cotidiana que se perdeu no tempo, o aposentado uberlandense Dalvo Claro Faria decidiu comprar uma máquina de escrever. O que poderia ser apenas mais um objeto guardado na estante trouxe de volta o gosto pela escrita.
“Naquela época, em um escritório qualquer, era uma melodia ouvir todo mundo trabalhando na máquina. De início, eu queria adquirir uma máquina de escrever só para ter em casa, para recordar, e agora eu passo horas escrevendo”, contou.
Máquina de escrever e toca discos: apaixonados preservam sons e hábitos do passado
Do outro lado da cidade, Valdemício Barreto lembra que foi graças à máquina de escrever que conseguiu conquistar seu primeiro carro.
“Foi em 1976 que consertei a primeira máquina. Ali eu percebi que realmente tinha encontrado uma mina de ouro, que o negócio realmente era bom e que eu iria ganhar dinheiro com aquilo. Além do meu fusquinha, consegui comprar meu primeiro apartamento, depois vieram outros”, lembra.
Com chegada das novas tecnologias, a magia das máquinas de escrever e do vinil cedeu espaço para as inovações proporcionadas pelos computadores, smartphones e tablets.
“Foi por volta dos anos 2000 que os escritórios realmente deixaram de usar, mas até 2000 e pouco se usava muito, entendeu? Eu tinha contratos de manutenção de 200, 300, 400 máquinas de escrever”, explicou Valdemício.
“Hoje, meu trabalho é voltado para colecionador, voltado para aquele empresário que teve a máquina de escrever acompanhando ele por muitos anos”.
Valdemício Barreto consertando máquina de escrever
Reprodução/TV Integração
Colecionadores
Douglas Duarte
Reprodução/TV Integração
“Existe um ritual né?” A frase do advogado Cleber Alves define bem a relação dos colecionadores com discos e máquinas de escrever. O ritual de manusear o equipamento ou o disco molda um carinho que só eles entendem.
“É muito legal, né? Eu, eu gosto muito porque é o cuidado da escolha do vinil, do artista, ver se o vinil tá bom ou não. Então é uma experiência no geral, né? Não é só ouvir música, é sentar pra realmente escutar”, conta com sorriso no rosto o administrador Danilo Carneiro Moreira dos Santos.
Assim, com o poder de viajar no tempo, os colecionadores de máquinas de escrever e vinil se consideram verdadeiros guardiões dessas raridades do tempo moderno e não escondem o tesouro que fazem questão de guardar a sete chaves.
“A música ela transcende. Ela une passado, presente e está esperando o futuro. Então a gente sabe que quem gosta de música vai estar sempre vivendo o passado, O Presente, já pensando no futuro, então me considero sim um guardião dessas raridades musicais que as pessoas consomem” ressalta o empresário Douglas Duarte.
Entre o tic tac do tempo, o manusear discos de vinil ou datilografar em uma máquina de escrever vai além do simples ato de usar um objeto.
Para esses colecionadores, é uma forma de se reconectar com o passado e preservar histórias e emoções que, de outra forma, poderiam se perder na era digital.
Mais do que meros artefatos, cada disco e cada máquina guardam memórias que são revividas a cada toque, criando uma experiência sensorial e emocional única. Afinal, nesse encontro entre o passado e o presente, encontram-se as lembranças e o prazer de quem se dedica a manter viva a magia do analógico.
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