12 de outubro de 2024

Entregador é condenado a 57 anos de prisão por matar a mulher logo depois de estuprar e assassinar enteada em Goiânia

Condenação foi pelos crimes de homicídio, estupro, ocultação de cadáver, cárcere privado e resistência à prisão. Defesa diz que estuda as possibilidades de recorrer da decisão. Mãe e filha (esquerda) foram mortas e tiveram os corpos queimados pelo marido dela em Guapó(GO)
Reprodução/TV Anhanguera
O entregador Daniel Antônio de Carvalho foi condenado pela Justiça por matar a mulher, Jucilene Costa da Silva, logo depois de estuprar e assassinar a enteada Larissa Costa Noleto, de 10 anos, em Goiânia. A condenação foi de 57 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado pelos crimes de homicídio, estupro, ocultação de cadáver, cárcere privado e resistência à prisão.
Segundo consta na sentença da Justiça, a defesa de Daniel solicitou a absolvição dos crimes de estupro de vulnerável e cárcere privado por falta de provas materiais. Além disso, a defesa solicitou também a mudança da classificação do crime de resistência à prisão para desobediência, como consta na sentença.
Em nota ao g1, a defesa de Daniel já estuda as possibilidades de recorrer da decisão, pois entende que há pontos que podem ser objeto de reanálise pelas instâncias superiores. “Nosso objetivo é garantir que a Justiça seja plenamente alcançada, sempre observando os limites impostos pela legislação e pela Constituição Federal”, afirmou (veja a nota completa abaixo).
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Crimes
Os crimes dos quais o entregador é acusado aconteceram em julho de 2022, quando foi preso, em Goiânia, suspeito de matar a esposa e a filha dela, de 10 anos. Segundo a Polícia Civil, um comparsa dele também foi detido. Os corpos das vítimas foram encontrados carbonizados em Guapó, na Região Metropolitana da capital.
Durante a prisão, Daniel ainda tentou atropelar o delegado e outros policiais, quando foi encontrado em uma casa no Bairro Jardim Liberdade, em Goiânia. Ao perceber a presença da polícia, ele arrancou com o carro de dentro da casa, bateu na viatura, quebrou o portão da residência e tentou atropelar a equipe, segundo a Polícia Civil.
entregador mata esposa e enteada e tenta atropelar delegado ao ser preso em Goiânia, diz polícia
Reprodução
De acordo com o relato policial na época, o homem teria estuprado a enteada e a matado enforcada durante o ato sexual. Em seguida, ele assassinou a mãe dela e deixou os corpos na casa dele.
Depois, o entregador teria levado os corpos para Guapó e os queimou, com a ajuda de um comparsa, Alessandro Pereira, que responde por ocultação de cadáver.
O g1 não conseguiu localizar a defesa de Alessandro e solicitou ao Tribunal de Justiça de Goiás informações quanto ao processo contra Alessandro Pereira, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Confissão
Para o delegado Pedro Trajano, responsável pelas investigações das mortes, Daniel confessou que estuprou a enteada e a matou enforcada. “O contexto do crime foi que ele teria estuprado a menina de 10 anos e a matado enforcada. Posteriormente, ele matou a companheira a facadas”, esclareceu o delegado para o g1 em julho de 2022.
Após a confissão, a defesa do entregador disse, em nota ao g1 na época, acreditar que ele teve um surto psicótico e que estaria drogado no momento do crime. A defesa informou ainda que o cliente não tentou matar os policiais, mas que apenas tentou fugir dando ré no carro.
Denúncia do Ministério Público
Em setembro do mesmo ano em que o crime aconteceu, o Ministério Público denunciou o entregador pelos crimes de feminicídio, estupro, cárcere privado, ocultação de cadáver e resistência à prisão.
Na denúncia do Ministério Público, o promotor Maurício Gonçalves de Camargos detalhou que, em depoimento, Daniel admitiu que se aproveitou de um momento em que estava sozinho com as três filhas de Jucilene para estuprar e matar a enteada mais velha.
Segundo o promotor, no mesmo dia, quando a mulher chegou em casa com o filho caçula, Daniel também a matou. O Ministério Público ainda pontuou que, nos dois dias seguintes ao crime, ele manteve suas duas outras enteadas trancadas no quarto e levou o filho para a casa da avó materna.
Nesse período, enquanto os corpos permaneciam em um dos quartos da casa, o órgão disse que Daniel inventou versões diferentes sobre o paradeiro delas aos parentes e amigos das vítimas. Daniel se tornou réu pelos feminicídio, estupro, cárcere privado, ocultação de cadáver e resistência à prisão em setembro de 2022.
Nota de posicionamento da defesa
Na qualidade de advogado de defesa do réu, venho a público esclarecer alguns pontos referentes à condenação do acusado, conforme sentença proferida pelo Juízo da 3ª Vara Criminal e Tribunal do Júri.
1. Direito à Defesa: A defesa apresentou argumentos robustos, pautados em evidências e testemunhos, com o objetivo de garantir que todos os aspectos do caso fossem devidamente analisados. Reiteramos o compromisso com o devido processo legal e a presunção de inocência, princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito.
2. Aspectos Processuais: Durante o processo, foram observadas todas as etapas previstas pela legislação vigente. A defesa sempre atuou de forma diligente, visando assegurar o exercício pleno dos direitos processuais do acusado, incluindo o direito à ampla defesa e ao contraditório.
3. Recursos: Informamos que, após a publicação da sentença, a defesa já estuda as possibilidades de recorrer da decisão, considerando que há pontos que, em nossa avaliação, podem ser objeto de reanálise pelas instâncias superiores. Nosso objetivo é garantir que a justiça seja plenamente alcançada, sempre observando os limites impostos pela legislação e pela Constituição Federal.
4. Esclarecimentos à Imprensa: Reforçamos que, em respeito ao sigilo processual e à dignidade das partes envolvidas, não forneceremos detalhes específicos do processo. No entanto, estamos à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas de cunho jurídico que não violem o segredo de justiça.
Por fim, reafirmamos nossa confiança no Poder Judiciário e no sistema de justiça brasileiro, e continuaremos a atuar com firmeza e ética na defesa dos direitos de nosso cliente.
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