9 de janeiro de 2025

Envelhecimento impacta o suprimento de energia para o cérebro e sua capacidade de eliminar toxinas


Edição especial da revista ‘Neuron’ é dedicada a estudos que possam promover a saúde do órgão. Acabou de sair do forno uma edição especial da prestigiosa revista científica “Neuron” dedicada às pesquisas sobre o envelhecimento. Os artigos valorizam os progressos para entender os estragos provocados no cérebro com o passar dos anos – como danos no DNA, declínio da função imunológica e da habilidade de eliminar toxinas – e discutem estratégias para promover a saúde do órgão.
Casal idoso em píer: alterações relacionadas à idade diminuem o suprimento de energia para o cérebro
Mariza Tavares
“Enquanto as causas das doenças são multifatoriais e apresentam uma enorme complexidade, o fator de risco preponderante é a velhice. Portanto, em vez de tratar as enfermidades quando surgem, transformar o envelhecimento no alvo será o caminho para retardar o surgimento e a progressão de inúmeras doenças, inclusive as neurodegenerativas”, escreveu Axel Guskjolen, editor da revista.
Aqui estão alguns dos destaques da publicação, que mostram como é fundamental zelar pela saúde do cérebro:
Diminuição do suprimento de energia
O sistema neurovascular cerebral, que abrange o conjunto de artérias e veias que irrigam o cérebro e o sistema nervoso central, forma uma complexa rede que não fica imune ao envelhecimento. Pesquisa de Costantino Iadecola e Monica Santisteban expõe como as alterações relacionadas à idade diminuem o suprimento de energia para o cérebro e reduzem sua capacidade de limpar as toxinas – o que ocorre durante o sono.
Retirada de resíduos e toxinas
Jonathan Kipnis e seus colegas apontam como a saúde do cérebro está diretamente associada à eficiência com que o órgão se livra dos detritos com potencial de ocasionar danos ao órgão. O processo se dá através de uma dinâmica vascular na qual o sistema glinfático drena resíduos metabólicos e toxinas do sistema nervoso central, como a proteína beta-amiloide, associada à Doença de Alzheimer. O envelhecimento compromete a eficácia da “faxina”, levando ao acúmulo de substâncias nocivas, e terapias para recuperar esse fluxo poderiam evitar o declínio cognitivo.
O sistema imunológico e a saúde do cérebro
Michal Schwartz e mais quatro autores assinam estudo sobre a relação entre o sistema imunológico e a saúde do cérebro e se apropriam da expressão latina mens sana in corpore sano (uma mente sã num corpo são), transformando-a em “uma mente saudável num sistema imunológico saudável”. Segundo os pesquisadores, o rejuvenescimento do sistema imunológico através de vacinas teria chances de retardar o envelhecimento do cérebro.
Pobreza, falta de educação e de cultura contribuem para envelhecimento precoce do cérebro

Mais Notícias