Moradores de 133 municípios serão entrevistados em todo país. Veja quem participa e o que vai ser questionado. Efeitos da covid longa serão abordados em nova fase de pesquisa em Araraquara e outras cidades de São Paulo
Getty Images via BBC
Araraquara (SP) integra a lista de 133 municípios brasileiros que fazem parte do Epicovid 2.0, maior estudo sobre os efeitos da pandemia de Covid-19 no país.
Pesquisadores do Ministério da Saúde irão coletar, durante o mês de março, informações com participantes selecionados de forma aleatória, por sorteio. Somente uma pessoa por residência responderá ao questionário.
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Entre os questionamentos da pesquisa estão:
dados de moradores sobre vacinação
histórico de infecção pelo coronavírus
sintomas de longa duração
efeitos da doença sobre o cotidiano.
Araraquara, que tem cerca de 238 mil habitantes, já havia participado da primeira fase da pesquisa. Em fevereiro de 2021, a cidade foi a primeira do estado a restringir a circulação de pessoas para conter a doença. Relembre aqui.
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Estudo da USP aponta que o sedentarismo pode estar relacionado com a Covid longa
Impacto da Covid na vida das pessoas
O estudo é coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e encomendado à Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
“O Epicovid 2.0 é uma nova fase do estudo iniciado em 2020. Embora não estejamos mais sob uma pandemia grave como tivemos, o vírus continua na sociedade e seus efeitos na vida das pessoas também. Esse agora é o nosso alvo, entender o impacto da Covid-19 na vida das pessoas e das famílias brasileiras”, explica epidemiologista da UFPel Pedro Hallal.
No estado de São Paulo, além de Araraquara, o Epicovid 2.0 também prevê a realização de entrevistas nas cidades de Araçatuba, Bauru, Campinas, Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba.
Esses municípios também fizeram parte das quatro rodadas anteriores do trabalho científico, em 2020 e 2021.
Ampliação de serviços para a Covid Longa
O objetivo do Ministério da Saúde é usar os resultados do Epicovid 2.0 para qualificar e ampliar serviços especializados demandados por conta de efeitos da chamada Covid longa, que são sintomas que continuam por mais de 12 semanas após uma infecção.
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De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 20% das pessoas, independentemente da gravidade da doença, desenvolvem condições pós-Covid e a pesquisa pode apurar os dados relativos ao Brasil para ampliar serviços, como atendimento neurológico, fisioterapia e assistência em saúde mental.
As entrevistas serão realizadas pela empresa LGA Assessoria Empresarial. Os profissionais que farão o contato direto com os moradores estarão devidamente identificados com crachás da empresa e coletes brancos com as marcas da UFPel, da Fundação Delfim Mendes Silveira (FDMS) e da LGA.
A cidade de Araraquara
Reprodução/EPTV
Primeiras fases do estudo
Entre 2020 e 2021, o Epicovid-19 serviu para traçar um retrato da pandemia que auxiliou cientistas e autoridades em saúde pública a compreender melhor os efeitos e a disseminação do coronavírus no país.
Entre as principais conclusões, o estudo apontou que a quantidade de pessoas infectadas naquele momento era três vezes maior que os dados oficiais, com os 20% mais pobres tendo o dobro de risco de infecção em relação aos 20% dos brasileiros mais ricos.
A pesquisa foi também uma das primeiras no mundo a apontar as perdas de olfato e paladar como sintomas iniciais da doença, auxiliando na identificação dos casos sob suspeita.
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