Estrutura foi montada em Aguiarnópolis para agilizar trabalhos após localização dos desaparecidos. Buscas submersas foram feitas pelos Bombeiros e Marinha nesta quarta-feira (25). Buscas de vítimas após queda da ponte de Estreito, entre o TO e o MA
Luiz Henrique Machado/Corpo de Bombeiros
Equipes da Polícia Civil do Tocantins montaram uma estrutura em Aguiarnópolis, por onde passava a ponte que desabou entre o Tocantins e o Maranhão, para identificar as vítimas da tragédia. Após a liberação para buscas submersas, a varredura por água está sendo feita por equipes dos Bombeiros dos dois estados e da Marinha.
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A ponte desabou por volta das 14h50 deste domingo (22). A estrutura na BR-226 ligava o município tocantinense a Estreito (MA). Pessoas que estavam nas proximidades conseguiram filmar o momento exato em que a estrutura caiu.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), foi montada uma estrutura que serve como Núcleo de Medicina Legal avançado no aeroporto da cidade. A ação tem apoio da Prefeitura de Aguiarnópolis.
Um perito oficial médico, peritos criminais, agentes de necrotomia e papiloscopista estão atuando em duas tendas, uma para os familiares e outra para as equipes. O objetivo é agilizar a identificação dos corpos à medida que são encontrados, segundo o chefe do Núcleo de Medicina Legal de Tocantinópolis, Hydelgardo Henrique Martins Costa, responsável pela ação.
Na tarde desta quarta-feira (25), os corpos de um homem de 43 anos e de uma mulher, de 43 foram encontrados após o início das buscas submersas. Até então, a ação ocorria na superfície, já havia a suspeita de contaminação da água por cargas de ácido sulfúrico e defensivos agrícolas, que eram transportados por carretas que caíram no rio Tocantins.
Conforme a SSP, a primeira vítima foi encontrada por volta das 16h30 e os trabalhos dos peritos do Tocantins ocorreram na margem do rio, para depois serem levados ao IML.
Estrutura montada pelo IML para identificação de mortos na queda da ponte
PC-TO/Divulgação
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Desabamento da ponte
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O acidente aconteceu na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, conhecida também como ponte de Estreito. Segundo autoridades, dez veículos caíram no rio Tocantins, que passa sob a ponte.
A estrutura foi construída na década de 1960, tem 533 metros de extensão e ligava as cidades de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis, no Tocantins, pela BR-226. Ela integra o corredor rodoviário Belém-Brasília. As más condições da ponte vinham chamando a atenção de quem passava por lá.
A Polícia Civil do TO diz que dez veículos caíram da ponte. Duas caminhonetes, um carro e três motocicletas, além de quatro caminhões, sendo que dois deles carregavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e outro 22 mil litros de defensivos agrícolas.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que entre novembro de 2021 e novembro de 2023 manteve um contrato de manutenção das vigas, laje, passeios e pilares de estrutura no valor de R$ 3,5 milhões. Já outro contrato que tem vigência até julho de 2026 “prevê a execução de serviços para melhorar a trafegabilidade e dar mais segurança”.
O departamento disse que em maio de 2024 lançou um edital de quase R$ 13 milhões para contratação de empresa para obras de reabilitação da ponte, mas nenhuma empresa venceu o certame.
Na segunda-feira (23), o Ministro dos Transportes Renan Filho anunciou a reconstrução da ponte no prazo de um ano, com investimento entre R$ 100 a R$ 150 milhões. Também foi decretada situação de emergência para facilitar os trâmites burocráticos para a atuação das equipes, incluindo a demolição da estrutura existente.
Vítimas encontradas
O corpo de Anísio Padilha Soares, de 43 anos, foi encontrado dentro de um dos caminhões que caíram no rio durante o desabamento da ponte e foi retirado da água na tarde desta quarta-feira (25).
Equipes de mergulho encontraram o corpo de Silvana dos Santos Rocha Soares, de 53 anos também nesta quarta-feira (25).
Na terça-feira (24), o corpo de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos, foi encontrado no rio, segundo os bombeiros do Maranhão. Ela estava em um caminhão que transportava portas de MDF, com origem em Dom Eliseu, Pará.
Por volta das 9h, também foi achado o corpo Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele era o motorista do caminhão de defensivos agrícolas.
Ainda na terça-feira (24), por volta das 11h20, o corpo de Andreia Maria de Souza de 45 anos foi encontrado. Ela era motorista de um dos caminhões que carregavam ácido sulfúrico.
No domingo (22), o corpo de Lorena Ribeiro Rodrigues de 25 anos foi localizado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que ela é natural de Estreito (MA), mas mora em Aguiarnópolis (TO).
Um homem de 36 anos foi encontrado com vida por moradores e levado ao hospital de Estreito.
Corpos de quatro vítimas foram encontrados até esta quarta-feira (25)
Reprodução
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