20 de fevereiro de 2025

Estados Unidos e Rússia discutem o futuro da guerra na Ucrânia; Zelensky critica a ausência de ucranianos e outros europeus


Questionado sobre a ausência da Ucrânia, secretário de Estado americano, Marco Rubio, respondeu que vai conversar com os ucranianos à medida que as negociações avançarem. Sem Ucrânia, EUA e Rússia fazem 1ª reunião para negociar fim da guerra
Estados Unidos e Rússia fizeram a primeira reunião para discutir o fim da guerra na Ucrânia – sem os ucranianos. No encontro, o chanceler russo anunciou exigências para um acordo de paz.
Uma cena que não era vista há mais de três anos: os chefes das diplomacias dos Estados Unidos e da Rússia sentados na mesma mesa por horas. Os dois países não tinham reuniões neste nível desde que os russos invadiram a Ucrânia, em fevereiro de 2022. Segundo o Departamento de Estado americano, os principais objetivos eram restabelecer a confiança e a comunicação e avaliar se era possível avançar com as negociações para acabar com a guerra.
Sem a participação dos ucranianos, o encontro – facilitado e sediado pela Arábia Saudita – durou mais de quatro horas. Rússia e Estados Unidos concordaram em:
restabelecer rapidamente as missões diplomáticas em Washington e em Moscou;
nomear uma equipe para negociar o fim do conflito de forma duradoura e aceitável para todas as partes envolvidas;
discutir cooperação política e econômica a partir do fim da guerra.
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Na saída, todos mostraram otimismo, mas também reconheceram a complexidade das negociações. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse que este foi o primeiro passo de uma jornada longa e difícil:
“Para acabar com qualquer conflito, tem que haver concessões de todos os lados”, afirmou.
Rubio disse ainda que haverá conversas e consultas com a Ucrânia à medida que as negociações avançarem. O secretário de Estado foi perguntado sobre o futuro das sanções impostas contra a Rússia em resposta à invasão da Ucrânia. Ele lembrou que a União Europeia também impôs sanções e que, por isso, o bloco vai se sentar à mesa de negociação em algum momento.
Estados Unidos e Rússia discutem o futuro da guerra na Ucrânia; Zelensky critica a ausência de ucranianos e outros europeus
Jornal Nacional/ Reprodução
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse que a conversa foi útil e explicou as exigências de Moscou aos americanos. Afirmou que a Rússia não vai aceitar a entrada da Ucrânia na Aliança Militar do Ocidente, a Otan, nem o envio de tropas de países da aliança para implementar um acordo de paz em solo ucraniano – uma hipótese que líderes europeus estão discutindo e que até o governo americano sugeriu na semana passada.
A reunião desta terça-feira (18) também serviu para pavimentar o caminho para o primeiro encontro do presidente da Rússia, Vladimir Putin, com Donald Trump desde que voltou à Casa Branca. O conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos Estados Unidos disse que Trump está determinado a agir rapidamente para acabar com a guerra.
No fim desta terça-feira (18), Donald Trump afirmou que as conversas na Arábia Saudita foram boas. Ele ignorou a exigência dos russos de que países da Otan não enviem militares à Ucrânia. Afirmou que apoia o envio de tropas de paz da Europa para lá.
Nesta terça-feira (18), Volodymyr Zelensky visitou a Turquia
Jornal Nacional/ Reprodução
O presidente ucraniano – que tinha uma visita à Arábia Saudita marcada nesta semana – transferiu a viagem para março. Nesta terça-feira (18), Volodymyr Zelensky visitou a Turquia e lá declarou:
“Não fomos convidados para esta reunião. Foi uma surpresa para nós e para muitos outros. Para a Ucrânia e para a Europa, é fundamental que quaisquer negociações para acabar com a guerra não aconteçam pelas costas das principais partes afetadas pela agressão russa”.
O presidente da França, Emmanuel Macron, convocou uma segunda reunião de líderes para discutir uma estratégia alternativa para encerrar o conflito. O encontro acontece nesta quarta-feira (19).
Também nesta terça-feira (18), Macron telefonou para o presidente Lula. O presidente francês afirmou que os dois compartilharam a convicção de que a paz na Ucrânia só será possível por meio de negociações que reúnam Rússia e Ucrânia à mesma mesa.
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