11 de outubro de 2024

Estoque de comida, isolamento e oração: Famílias do Vale do Paraíba que vivem na Flórida relatam preparação para a passagem de furacão Milton

O g1 conversou com brasileiros que moravam no Vale do Paraíba e agora estão passando por dias de apreensão, com o receio da passagem do furacão. Tempestade avança para a Flórida com ventos de até 195 km/h. Estoque de comida, isolamento e oração: Famílias do Vale do Paraíba que vivem na Flórida relatam preparação para a passagem de furacão Milton
Foto 1: Arquivo pessoal | Foto 2: Arquivo pessoal | Foto 3: AP/Marta Lavandier
O furacão Milton deve chegar à Flórida, nos Estados Unidos, entre o fim da noite desta quarta-feira (9) e o início da madrugada de quinta (10). Famílias do Vale do Paraíba, que atualmente moram na área de passagem do furacão, relataram ao g1 a apreensão com a chegada do que deve ser o pior furacão a atingir a Flórida nos últimos 100 anos.
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Moradora de Orlando há quase dois anos, a jornalista Viviane Oliveira, que é de São José dos Campos, disse que a previsão é que o furacão chegue à cidade em uma categoria abaixo do esperado, mas que está em oração pela situação.
“A madrugada de hoje eu acredito que seja bem tensa por aqui. Ventos fortes, muita chuva. A previsão é que ele chegue em Orlando na categoria 2. A gente fica em oração para que essa categoria diminua. Muitas vezes acontece isso, de ter essa previsão entre 1 e 2 e, quando chega em Orlando, chega como tempestade tropical — e é essa nossa esperança”, relatou.
Moradora relata chuva em Orlando, antes da chegada do furacão Milton
O Gabriel Radesca também é joseense e vive há quatro meses em São Petesburgo, cidade próxima à Tampa. Ele relatou que precisou atender ao pedido das autoridades e deixar a cidade rumo à Orlando.
“As notícias vão falando para você sair daqui. Eles passam com carros policiais falando para você evacuar da cidade. Para você ter acesso à cidade, tem que passar por uma ponte grande. Geralmente eles fecham essa ponte. Então eles dão um tempo para você sair mesmo e, quem não sair, não tem mais como sair, porque a ponte fecha. Não tem muita escolha”, disse.
O Victor Balata, que é motorista de aplicativo em Palm Bay, também deixou São José dos Campos para viver nos Estados Unidos desde janeiro deste ano. Ele relatou a naturalidade com que as pessoas lidam com os furacões no país.
“É uma coisa que impressiona muito a gente, mas as pessoas aqui na Flórida lidam com isso com naturalidade. Todo ano isso acontece. Tem acontecido com uma frequência bem maior com o passar dos anos. Como as pessoas estão acostumadas, tem todo um procedimento, todo um jeito que se faz as coisas, como se prepara, isso é bem confortante e deixa a gente se sentindo mais seguro”, disse.
Victor Balata mora em Palm Bay, na Flórida, desde janeiro deste ano
Reprodução/TV Vanguarda
Ele explicou que tem estocado comida e água, que são as coisas básicas recomendadas pelas autoridades.
“A gente está do lado oposto onde ele vai entrar no continente, mas a gente ainda está dentro do caminho do furacão. Tem muita chance de enchente e perda de energia. O que a gente tem feito é estoque de água, comida, proteção nas janelas de vidro. São coisas básicas que são recomendadas. Gasolina também, porque a partir de ontem a gente começou a ver alguns postos ficarem sem gasolina”, disse.
O taubateano Vitor Moura, que atua no ramo aeronáutico, se mudou com a esposa para a cidade de Melbourne. Segundo ele, a região onde mora não está entre as mais perigosas e na zona de risco do furacão, mas, mesmo assim, ele tomou as devidas precauções, como a proteção de janelas.
Casa onde Vitor mora está com proteção nas janelas contra o furacão Milton
Arquivo pessoal/Vitor Moura
“O governo sempre recomenda a compra de um ‘kit furacão’, então eu já tenho comida, água e até lanterna estocados aqui se for necessário. Também enchi as banheiras de água, porque pode faltar”, explicou.
Segundo ele, apesar de não estar em uma zona de tanto risco, ainda há a apreensão dos impactos do furacão.
“A gente vê as notícias e fica apreensivo com o que pode acontecer, mesmo estando em uma região que não deve ser das mais afetadas. Mas o que tranquiliza um pouco é que aqui tem muita estrutura e orientação”, concluiu.
Moradores estocam comidas enlatadas e água para a chegada do furacão Milton nos Estados Unidos
Arquivo pessoal/Vitor Moura
Chegada do furacão
O furacão Milton deve tocar a costa da Flórida, nos Estados Unidos, na madrugada de quinta-feira (10), segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês). Mais de 1 milhão de pessoas receberam ordens para sair de casa e procurar por abrigo imediatamente. A saída da população deixou cidades-fantasmas e provocou congestionamentos.
Nesta quarta-feira (9), o NHC afirmou que o furacão estava a 240 quilômetros da costa da Flórida, e a previsão é de que o fenômeno chegue à Flórida ainda na noite desta quarta-feira (9) pelo horário local — fim da noite ou madrugada pelo horário de Brasília.
Furacão Milton é visto da estação espacial internacional
Nesta madrugada, os ventos do furacão chegaram a 215 km/h, ainda segundo o NHC, que prevê também que essa velocidade pode aumentar ainda mais. O Milton, ainda de acordo com o último boletim, desceu de categoria, de 5 (a máxima da escala), para 4. Ainda assim, o NHC disse que ele seguirá “extremamente perigoso” quando tocar o solo em Tampa.
O furacão Milton uma força “explosiva” nos últimos dias, de acordo com o próprio NHC.
O presidente Joe Biden afirmou que “Milton” deve ser o pior furacão a atingir a Flórida em mais de 100 anos.
Uma das primeiras áreas que serão afetadas é a região metropolitana de Tampa, onde vivem mais de 3 milhões de pessoas. Por lá, as autoridades esperam estragos generalizados em casas e edifícios. Também há risco de inundações.
Furacão Milton avança em direção à Flórida, mostra imagem da Estação Internacional
NASA via REUTERS
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