Carcaça de avião, usada como decoração de um espaço de eventos no bairro Ferroviários, deixou o cenário realista para o exercício acadêmico. Cenário da simulação de acidente aéreo foi acompanhada por alunos e veterenos da faculdade de medicina
Marina Bhering/Inter TV dos Vales
Um acidente aéreo com múltiplas vítimas foi simulado por alunos de uma faculdade de medicina, nesta quarta-feira (28), no bairro Ferroviários, em Ipatinga. O exercício contou com a carcaça de um avião para criar um cenário realista, permitindo que os estudantes colocassem prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula.
Na história simulada, o avião saiu de Belo Horizonte e caiu em uma fazenda em Ipatinga. Alguns passageiros morreram. Outros receberam atendimento médico. Todas as vítimas foram interpretadas por alunos, assim como os paramédicos que atuaram no atendimento.
“Foram quatro ‘vítimas’: uma de traumatismo cranioencefálico, uma de queimadura, um pneumotórax e uma laceração exsanguinante, que é quando está perdendo muito sangue. Os demais atores vão estar falecidos. Outros três alunos, mais um professor, vão ser os paramédicos que vão acolher esses pacientes nos primeiros passos”, detalhou Arthur Gomes, aluno idealizador da simulação.
Estudantes atuaram tanto como profissionais, como socorristas durante a simulação
Cirléia Anício
Desde o ano passado, os estudantes têm vivências com simulações. Para este ano, Artur teve a ideia de um acidente aéreo.
“A gente tem certeza que essas simulações práticas – tanto essas que a gente faz aqui até as hospitalares, fora do ambiente controlado da faculdade, quanto que a gente faz dentro dos laboratórios de simulação realística – fazem com que a experiência no mercado de trabalho, de situações de alta complexidade, fique mais leve, porque quanto mais prática a gente tem, mais confiante a gente chega para poder trabalhar”, disse.
Todo o trabalho foi acompanhado, de perto, pelo professor de cirurgia geral, Rafael Fortes.
“Uma vítima de trauma talvez seja, na medicina, o paciente mais real que existe. Você sofre um acidente inesperado, não é uma patologia que você teve nenhum fator de risco. E é o momento que tua vida está ali por um fio. Então, é o momento em que o médico vai ter uma atuação bem importante e definitiva no suporte do paciente”, definiu o professor.
Para o professor, que é coordenador da Cirurgia e Traumatologia da instituição, o exercício de simulação é o momento ideal para aperfeiçoar o aprendizado.
“O bom na simulação é tentar trazer os erros à tona pra você aparar as arestas e a equipe estar o mais adestrada possível. Mesmo no mundo real eles também vão acontecer. O objetivo é. É minimizá-los para a vítima ter o menor dano possível”, disse o profesor.
A simulação foi acompanhada por aproximadamente 50 alunos, entre calouros e veteranos, além de moradores do bairro que ficaram curiosos com a movimentação.
A estudante Carolina Morais Guimarães interpretou uma das vítimas. Ela está no oitavo período da faculdade e aprovou a ideia.
“Foi uma experiência incrível! É o momento da gente se preparar, que a gente pode errar, né? [Melhor] do que chegar lá e viver. Isso faz total diferença”, disse a estudante.
O ‘avião’ do bairro Ferroviários
A aeronave ‘estacionada’ na parte alta do bairro Ferroviários, em Ipatinga, não tem nenhuma referência com algum antigo aeroporto ou qualquer simbologia histórica da cidade. Ela faz parte do cenário de um espaço de eventos.
A carcaça foi trazida de um ferro velho de São Paulo, em 2019 e sempre chama a atenção de quem passa pela Avenida José Júlio da Costa.
A estrutura compõe a decoração do local, que é definido pelos responsáveis como um complexo de entretenimento de mínimo impacto, onde festas temáticas são promovidas ao longo do ano.
Diferentemente do que muitas pessoas imaginam, o avião não foi levado para o local desmontado. De acordo com um vídeo alusivo à chegada dessa estrutura na área de festas, postado nas redes sociais da empresa, o avião foi transportado praticamente inteiro por umacarreta e depois colocado no espaço.
Carcaça de avião foi levada ao bairro Ferroviários, em Ipatinga, com ajuda de uma carreta
Reprodução/Le Ville
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