Participam do episódio Joaquim Nery, diretor do Bloco Camaleão; Windson Silva, fundador do Bloco Cheiro; e Jairo da Mata, diretor do Alerta Geral, Alvorada e outras entidades de samba. Os blocos de corda são parte da tradição e da identidade do carnaval de Salvador, além de importantes agentes econômicos. Mas empresários do setor destacam que colocar um bloco na rua se tornou um grande desafio. Em meio a isso, a queda das cordas é um movimento que se mostra mais presente a cada ano.
Será esse um novo modelo de carnaval? Os blocos deixarão de existir? Qual o impacto disso?
Nesta edição do podcast Eu Te Explico, o apresentador Fernando Sodake conversa com empresários do carnaval de Salvador, nomes que assistiram, vivenciaram e vivem da festa há décadas.
Participam do episódio Joaquim Nery, diretor da Central do Carnaval e do Bloco Camaleão; Windson Silva, sócio fundador do Bloco Cheiro; e Jairo da Mata, secretário do Conselho Municipal do Carnaval e diretor dos blocos Alerta Geral, Alvorada, Pagode Total, Proibido Proibir, Amor e Paixão, Samba Popular, Reduto do Samba, Q Felicidade e Vem Sambar.
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Fernando Sodake conversa com empresários do carnaval de Salvador no episódio 125.
Rafaela Paixão/ g1
Célula em evolução
O grau de dificuldade e os custos para que um bloco saia no carnaval ficaram maiores ao longo dos anos, apontou Joaquim Nery. O diretor da Central do Carnaval, empresa que vende abadás de blocos e camarotes, compara a festa a uma célula que está sempre em movimento e em evolução.
O empresário vê como um natural o fato de blocos surgirem, acabarem e novos aparecerem. Para Nery, essa é a dinâmica da festa.
“Os blocos eram menores, as atrações não eram tão caras quanto são hoje, a estrutura para se montar um bloco era um pouco mais leve, um pouco mais fácil. Hoje ficou mais difícil, mas a gente vê uma mudança nessa história e não apenas uma desidratação”, avaliou.
Joaquim Nery é diretor da Central do Carnaval e do Bloco Camaleão.
Rafaela Paixão/ g1
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Artistas maiores que os blocos
As dificuldades financeiras enfrentadas pelas entidades podem ser listadas, segundo Jairo da Mata. Os fatos incluem o fortalecimento dos artistas em detrimento dos blocos e ações do poder público que fizeram aumentar o interesse e estimularam a presença do folião pipoca nas ruas.
Para o empresário, esse segundo ponto é resultado de uma “disputa infeliz” travada entre o governo do estado e a prefeitura no passado.
“Os blocos passaram a ser do artista e não ser o bloco em si, que não é o nosso modelo cultural e que ganhou força no Brasil e no mundo inteiro. O turista vem para ver o bloco”, defendeu.
Jairo da Mata é diretor de blocos de samba e secretário geral do Conselho Municipal do Carnaval.
Rafaela Paixão/ g1
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Blocos: âncoras do axé
Se o assunto é carnaval e blocos, não tem como não falar sobre a axé music. O ritmo baiano que ultrapassou as barreiras de Salvador e ganhou o Brasil na década de 1980 completa 40 anos em 2025.
Windson Silva diz que o movimento cresceu ancorado nos blocos de carnaval. Diante disso, o empresário defende a necessidade de fortalecimento das entidades e uma vez que blocos, artistas e o axé coexistem.
“Se fortalece os blocos, você renova a música baiana, porque o bloco tem a necessidade de ter o artista […] o bloco é a célula que vai proporcionar a manutenção do carnaval da Bahia e da música baiana”, ponderou.
Windson Silva, sócio fundador do Bloco Cheiro.
Rafaela Paixão/ g1
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