5 de novembro de 2024

EUA podem ter primeiro-cavalheiro pela primeira vez, ou retorno de ex-primeira-dama


Saiba quem são Doug Emhoff e Melania Trump, marido e mulher de Kamala Harris e Donald Trump, respectivamente. Doug Emhoff, marido de Kamala Harris, e Melania Trump, mulher de Donald Trump
Evelyn Hockstein, Carlos Barria/Reuters
Assim como Kamala Harris pode ser a primeira mulher presidente dos EUA, caso vença as eleições desta terça-feira (5), seu marido, Doug Emhoff, pode se tornar o primeiro primeiro-cavalheiro a ocupar a Casa Branca.
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No caso de vitória de Donald Trump, é Melania quem deve retornar com ele a Washington. A mulher do republicano também levou ineditismo ao cargo quando ocupou ele pela primeira vez, entre 2017 e 2021: foi a primeira cidadã americana naturalizada a assumir o posto, além de ser a primeira estrangeira esposa de um presidente americano desde o século 19.
Saiba quem são os “aspirantes” ao posto:
Douglas Emhoff
Douglas Emhoff, marido de Kamala Harris, discursa na Convenção do Partido Democrata
REUTERS/Brendan Mcdermid
Doug Emhoff, como é conhecido, é advogado especializado em direito de mídia, esportes e entretenimento. Tem 60 anos, a mesma idade de Harris, com quem se casou em 2014 – ela pela primeira vez, e ele, pela segunda.
Ele nasceu no Brooklyn, em Nova York, em uma família judia. Aos 17 anos, sua família se mudou para a Califórnia, onde ele cursou faculdade, formando-se em comunicação e em direito.
Em 1992, Emhoff se casou com a produtora audiovisual Kerstin Mackin, que adotou seu sobrenome, e com quem teve dois filhos, Cole e Ella. O casal se divorciou de maneira amigável em 2008.
Quando conheceu Harris, ela era procuradora-geral do estado da Califórnia. Segundo a revista “People”, amigos em comum arranjaram um encontro às cegas entre os dois em 2013. Menos de um ano depois, Emhoff a pediu em casamento.
A democrata Kamala Harris com seus enteados e seu marido, Doug Emhoff, em imagem de arquivo.
Divulgação/ Kamala Harris
À imprensa, a família afirma que a relação entre Harris e os filhos do marido é afetuosa. Em uma entrevista à revista “Elle” em 2019, Harris disse que, por não gostarem do termo “madrasta”, Cole e Ella a chamam de “Momala”, uma fusão de “mom” (mãe) com “Kamala”.
Desde quando Harris entrou na política, ao se candidatar (e vencer) ao cargo de senadora pela Califórnia, seu marido é uma presença constante a seu lado em eventos de campanha.
Em agosto de 2020, Emhoff deixou a multinacional DLA Piper, que faz lobby em Washington e, por isso, poderia levar a conflitos de interesse com o trabalho de Harris na vice-presidência, posto que ela assumiria no ano seguinte.
Harris e o marido foram o primeiro casal interracial a ocupar suas funções na Casa Branca, e Emhoff se tornou também, em 2021, o primeiro judeu a fazer parte da primeira ou segunda famílias da América.
Durante seu período como segundo-cavalheiro, Emhoff assumiu como causa o combate ao antissemitismo. Ele participou de uma visita ao campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, e do lançamento de um projeto de combate ao antissemitismo da Casa Branca, em maio de 2023.
Após os ataques terroristas de 7 de outubro em Israel e a subsequente guerra em Gaza, o tema ganhou destaque na agenda dos EUA. Em uma entrevista ao site Politico, Emhoff afirmou, sobre os protestos nas faculdades americanas contra a campanha de Israel em Gaza, que existia uma “crise de antissemitismo” nas instituições de ensino.
Melania Trump
Melania Trump antes de viajar para a Flórida com Donald Trump
Carlos Barria/Reuters
Durante o período em que morou na Casa Branca, entre 2017 e 2022, Melania, 54, teve como principal marca o silêncio. Ela foi definida como “extremamente fechada” pela autora Kate Andersen Brower, autora do livro “First Women” (primeiras mulheres, em tradução livre).
Melania Knavs nasceu na antiga Iugoslávia – atual Eslovênia –, em 1970. Ela se tornou modelo e se mudou para Nova York em 1996. Dois anos depois, conheceu Donald Trump, e os dois começaram a namorar. Eles se casaram em 2005 e, após um ano, ela se tornou cidadã norte-americana.
Entre seus trabalhos como modelo, ela fez um ensaio nua, ao lado de outra colega, para a revista francesa “Max”, em 1997. Esquecidas pela opinião pública, essas imagens foram trazidas à tona 21 anos depois pelo jornal “New York Post”.
Ao se tornar primeira-dama, ela se tornou a primeira mulher com dupla nacionalidade a ocupar o posto, a primeira naturalizada americana e a primeira a não ter nascido nos EUA desde Louisa Adams, esposa de Quincy Adams, o sexto presidente do país, que governou entre 1825 e 1829.
Ela também é a segunda primeira-dama católica do país, depois de Jacqueline Kennedy.
Melania não se mudou para Washington com Trump logo após este assumir a Presidência, mas passou os primeiros meses do mandato do marido em Nova York, ao lado de seu filho, Barron, até que ele terminasse o ano letivo.
A campanha em que ela teve maior engajamento foi a chamada BeBest, contra o bullying entre crianças em redes sociais.
Já as polêmicas começaram antes mesmo da eleição de Trump. Na Convenção Republicana de 2016, que definiu seu marido como candidato, ela fez um discurso que plagiava trechos de outro feito por Michelle Obama, sua antecessora.
Em 2018, ao visitar um abrigo para crianças imigrantes no Texas, mantidas separadas de seus pais, ela vestiu uma jaqueta verde com os dizeres “Eu realmente não me importo, e você?”. A imprensa questionou se a mensagem era proposital, e se demonstrava falta de empatia em relação a quem tentava entrar ilegalmente no país.
“Óbvio que não coloquei minha jaqueta para crianças. Usei o casaco para entrar e sair do avião. E foi para as pessoas e para a mídia de esquerda que estavam me criticando”, ela respondeu em entrevista à ABC. Mais tarde, ela disse que se opunha à política de separação de famílias na fronteira.
Em 2020, o episódio em que obteve o maior destaque foi positivo: ela subiu ao púlpito e se solidarizou com as vítimas da Covid-19, numa rara mensagem de união dos americanos durante a gestão Trump.
Nos últimos meses em Washington, Melania apoiou a campanha de Trump de alegar, com base em informações falsas, que a eleição presidencial havia sido fraudada para beneficiar Joe Biden. Uma vez fora da Casa Branca, ela tem passado ao largo de eventos públicos.

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