Marcelo Carrião foi picado na perna dentro do Centro de Detenção Provisória de São Vicente (SP). Defesa disse que ele está há 15 dias com uma infecção grave e sinais de necrose no membro. Defesa do ex-apresentador Marcelo Carrião diz que cliente tem sinais de necrose na perna após ter sido picado por aranha-marrom no CDP de São Vicente (SP)
Reprodução e Reprodução/TV Tribuna
O jornalista e ex-apresentador, Marcelo Carrião, preso por tráfico de drogas em Santos, no litoral de São Paulo, precisou ser levado a um pronto-socorro após ter sido picado na perna por uma aranha-marrom. O caso aconteceu dentro da cela do Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente. Segundo o advogado, o cliente tem sinais de necrose e corre risco de amputação.
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Carrião foi detido no final de fevereiro com mais oito suspeitos por tráfico pela Polícia Civil, em Santos. Na operação, a corporação localizou três estufas de plantação de maconha em uma casa no bairro Vila Matias. O jornalista é citado nas investigações como “fornecedor” dos entorpecentes.
Em relação à picada da aranha, o advogado Marcelo José Cruz afirmou ter apresentado um pedido de atendimento médico de urgência para que o jornalista fosse avaliado e medicado.
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Só depois dessa ação, de acordo com a defesa, é que o Carrião foi encaminhado ao pronto-socorro de São Vicente. O advogado disse que o cliente está há aproximadamente 15 dias com uma grave infecção e fortes dores na perna direita, na altura do joelho, em virtude de uma picada.
No PS, o ex-apresentador recebeu um soro contra o veneno do aracnídeo e, em seguida, retornou ao Centro de Detenção Provisória, que foi citado por Cruz como um espaço “precário”.
“Esperamos que o jornalista seja transferido para algum presídio que tenha, efetivamente, melhor estrutura ambulatorial”, afirmou o advogado.
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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Reprodução e Divulgação/Polícia Civil
‘Crime de extrema gravidade’
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou, em segunda instância, um pedido de liminar para conceder o habeas corpus para a soltura do jornalista, mas cabe recurso da decisão.
Para a desembargadora Fátima Vilas Boas Cruz, da 4ª Câmara de Direito Criminal, não há dúvida quanto ao envolvimento de Carrião na prática dos crimes de tráfico de drogas e associação ao tráfico. Ela concordou com a juíza Thais Caroline Brecht Esteves e avaliou se tratar de um “crime de extrema gravidade”, equiparado ao hediondo.
Segundo a magistrada, ser primário e ter residência fixa não passam da obrigação de qualquer cidadão. Para ela, a soltura também fomentaria o incentivo à impunidade e aumentaria a chance de reincidência do crime de tráfico.
Ao avaliar que o comércio ilícito de drogas incentiva a prática de outros delitos “tão ou mais graves”, a desembargadora manteve a prisão cautelar para garantir a ordem pública.
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‘Disk drogas’ e operação
Carrião se formou em jornalismo na Universidade Católica de Santos, em 1995. Trabalhou como produtor e repórter na TV Mar, afiliada à TV Manchete, entre 1993 e 2005, e repórter da Rede Record, entre 2005 e 2011. Conforme divulgado por ele na internet, o último trabalho foi no SBT, como repórter e apresentador de telejornal, entre 2012 e 2024.
Segundo o delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), Carrião foi detido com mais oito suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas na região, em uma operação chamada ‘Domo de Ferro’.
A Polícia Civil estabeleceu a operação com o objetivo de prender o grupo, identificado em uma investigação que começou após a prisão de duas mulheres em Santos, no início de fevereiro. A dupla, ainda de acordo com a corporação, era responsável por um ‘disk drogas’ na cidade.
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“Marcelo, cujo apelido é ‘Vovozinho’, seria o principal articulador e fornecedor de drogas para esse pessoal”, afirmou o delegado Barbeiro. “Estamos apurando, agora, as fontes de quem o Marcelo comprava esses entorpecentes”.
Os nove presos, segundo o delegado Leonardo Rivau, da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), eram os fornecedores de entorpecentes para o ‘disk drogas’, comandado pelas mulheres. Os suspeitos foram identificados a partir da apreensão de um celular encontrado com elas.
Nesse aparelho, ainda de acordo com o delegado Rivau, foram encontradas diversas conversas de Carrião com uma das mulheres. “Ele ofereceu a droga, ela fez o pedido e combinou a entrega para que pudesse comprar e revender no Gonzaga”, explicou.
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