Deputado foi preso no último domingo como um dos supostos mandantes da morte de Marielle; Câmara precisa confirmar prisão. Se houver afastamento, Ricardo Abrão assume posto. Ricardo Abrão
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Preso no último domingo (24) por suspeita de ser um dos mandantes da execução da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), Chiquinho Brazão (União-RJ) está impedido de acessar a Câmara – o que, nas próximas semanas, pode lhe custar o próprio mandato.
O afastamento depende de algumas etapas. Brazão tem foro privilegiado e, com isso, mesmo a sua prisão precisa ser confirmada pelo plenário da Câmara.
O parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), assinado pelo relator Darci de Matos (PSD-SC), defende que a prisão seja mantida. Em plenário, serão precisos 257 votos (maioria absoluta) para manter.
A confirmação da prisão, por si só, não implica em perda automática do mandato. Para isso, é preciso que a Câmara casse Chiquinho Brazão. O PSOL já protocolou o pedido, que ainda vai passar pelo Conselho de Ética da Casa antes de ir a plenário.
Se isso acontecer, a vaga de Chiquinho Brazão deve ir para Ricardo Abrão (União-RJ).
Chiquinho Brazão foi expulso do União Brasil ainda na noite de domingo, em reunião extraordinária. Ele, no entanto, permanece no mandato – e a suplência, se confirmada, ainda caberá ao partido.
Ricardo Abrão é o primeiro suplente do União Brasil e teve 43.219 votos nas eleições 2022. Brazão foi o 24º mais votado no Rio naquela eleição, com 77.367 votos.
Abrão já havia ocupado o posto de deputado federal pelo União quando a deputada Daniela Carneiro, à época no partido, se licenciou para comandar o Ministério do Turismo, no início do governo Lula.
Câmara analisa prisão do deputado Chiquinho Brazão
Quem é Ricardo Abrão
Ricardo é filho de Farid Abrão David, que foi prefeito da cidade de Nilópolis por três vezes e presidente da escola de samba Beija-Flor. Farid morreu em 2020, em decorrência da Covid.
O suplente do União é também sobrinho de Anísio Abraão David, ligado ao jogo do bicho. Ele foi preso pela Polícia Federal na Operação Furacão 2 e na Operação Dedo de Deus.
Ricardo é advogado. Já foi deputado estadual no Rio de Janeiro por duas vezes e também presidiu a Beija-Flor, no período de 2017 a 2021.
Hoje, Ricardo ocupa o cargo de secretário de Ação Comunitária da prefeitura do Rio de Janeiro. Foi nomeado no lugar de Chiquinho Brazão, que ficou na prefeitura até o final de janeiro.