8 de novembro de 2024

Exame toxicológico de policial suspeito de matar homem durante show da Lauana Prado em Marília descarta ingestão de álcool


Crime aconteceu na madrugada do dia 31 de agosto. Tiros foram disparados durante uma briga entre o policial militar e a vítima, que tinha 29 anos. Hamilton Olímpio Ribeiro Junior morreu em Marília (SP) após ser baleado por policial militar
Reprodução/Redes sociais
O exame toxicológico do policial militar Moroni Siqueira Rosa, suspeito de ter matado Hamilton Olímpio Ribeiro Júnior, de 29 anos, durante um show da cantora Lauana Prado, em uma festa de rodeio em Marília (SP), não indicou a presença de álcool no organismo dele.
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O teste foi realizado cerca de sete horas após o crime, ocorrido em julho de 2024, e os resultados descartaram a ingestão de bebidas alcoólicas.
No início de agosto, Moroni foi indiciado por homicídio doloso triplamente qualificado. De acordo com a Polícia Civil, ele disparou pelo menos seis vezes contra Hamilton. A vítima chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital das Clínicas (HC) da cidade, mas não resistiu.
Após os disparos, o suspeito foi desarmado pela segurança do evento e agredido por pessoas que estavam no rodeio.
A conclusão do inquérito aconteceu após o interrogatório do PM na Central de Polícia Judiciária de Marília. Durante o depoimento, ele alegou que agiu em legítima defesa após ter sido agredido pela vítima e negou ter ingerido bebida alcóolica.
Mas, para a polícia, ele deve responder por homicídio com as qualificadoras de motivo torpe, por ter colocado em risco outras pessoas, além da qualificadora da dissimulação ou recurso que impediu a defesa da vítima.
Vídeo mostra momento em que PM atira contra homem em show de Lauana Prado
Outras vítimas
O relatório da Polícia Civil inclui ainda o crime de tentativa de homicídio de mais duas pessoas que estavam no evento.
Victor Alves Justino levou um tiro no rosto e Fernanda Girotto Bueno Zanoni, que procurou a polícia dias após o crime, sofreu uma lesão na perna esquerda decorrente de um dos disparos.
Em relação a estas duas vítimas, o delegado responsável pelo caso apontou que houve tentativa de homicídio, com dolo eventual, ou seja, para a polícia não havia intenção de matar outras pessoas, mas, ao iniciar os disparos, Moroni assumiu o risco de fazer outras vítimas em meio à arena do show.
Moroni continua preso no Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo. O inquérito agora será analisado pelo Ministério Público, que poderá apresentar à Justiça denúncia contra o policial. A promotoria também poderá pedir novas apurações para a Polícia Civil.
Vídeos da confusão
O crime foi gravado pelo público que estava na plateia da sertaneja Lauana Prado. Nas imagens, que foram desaceleradas, é possível ver que o suspeito apontou a arma em direção à vítima e disparou. Também é possível ouvir o barulho do disparo. Desesperado, o público tentou fugir do local (assista acima).
Conforme apurado pelo g1, a briga começou por disputa de espaço na área vip do evento. Em um vídeo gravado por uma pessoa que estava na plateia, é possível ouvir os disparos e ver o momento em que a artista interrompeu o show (veja abaixo).
Policial Militar é preso após atirar e matar homem em festa de rodeio de Marília (SP)
‘Episódio lamentável’
No dia seguinte ao show, a cantora Lauana Prado se manifestou sobre o caso nas redes sociais. A artista disse que a morte do fã foi um “episódio lamentável”. Assista:
Lauana Prado diz que morte de fã durante briga em show foi ‘episódio lamentável’
O que alega a defesa
O advogado de defesa do policial militar, Felipe Braga, afirmou, em entrevista à TV TEM, que a motivação da briga não foi exclusivamente sobre espaço.
“A briga começou por atitudes inconvenientes do senhor Hamilton, que estava lá assistindo ao show, como queda de cerveja, esbarrões, batendo o chapéu em crianças que estavam ali ao redor.”
Braga também alega que, quando Moroni foi adverti-lo sobre o comportamento, recebeu um soco na boca de Hamilton. Nisso, o policial sacou a arma, se identificou e a vítima foi para cima, tentando tomar a arma do PM.
De acordo com relatos recebidos por Braga, foi nesse momento da discussão que ocorreram os disparos.
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