25 de dezembro de 2024

Exposição em Ouro Preto (MG) celebra tradição centenária da Semana Santa

Cidade barroca deve receber 30 mil turistas neste feriado. Janelas e casarões coloniais são decorados para representar a Paixão de Cristo. Em Ouro Preto, exposição convida turista a ver celebração da semana santa ao longo dos anos
As janelas e as sacadas dos casarões coloniais decoradas representam a Paixão de Cristo.
“Começou com a minha mãe, eu cresci nesse ambiente. Enfeitar, homenagear a Deus”, relembra a aposentada Ana Maria dos Santos Ramos.
Ouro Preto deve receber 30 mil turistas neste feriado.
“A cidade lindíssima, toda enfeitada. Realmente aqui a gente pode viver, internalizar a Semana Santa. É muito bonito”, comenta a juíza Márcia Capanema de Souza.
O turista russo Wladmir ficou com os olhos brilhando. “Eu me sinto extasiado. Montanhas, igrejas, cultura, história dessa cidade. Maravilhoso. Fantástico”, diz Wladmir Bocharov, diretor teatral.
Além de viver a Semana Santa nas igrejas e nas ruas de pedra, neste ano, os turistas vão poder fazer uma viagem no tempo diferente. Uma exposição reúne fotos de celebrações dessa época ao longo dos últimos cem anos. São registros que ajudam a contar como essa tradição católica, de uma pequena cidade histórica, ganhou fama nacional e internacional.
As origens do capirote, o curioso gorro pontudo usado por penitentes espanhóis na Semana Santa
O curador da mostra explica que depois que os artistas modernistas Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral passaram por Ouro Preto, na semana santa de 1924, as atenções se voltaram para a cidade barroca.
“Com esse Brasil que se modernizava, os intelectuais, os artistas, os políticos e os fotógrafos profissionais também buscavam as raízes desse país e parte dessas raízes se encontram nas tradições religiosas, na devoção popular. Então, Ouro Preto se tornou uma cidade com uma festa exemplar para o Brasil”, explica o antropólogo e curador da exposição, Edilson Pereira.
São 33 fotos, a maioria inédita. Algumas vieram do acervo do Instituto Moreira Salles.
“A fé, essa não muda não. As pessoas continuam firmes. Mesmo estando chovendo as pessoas não deixam de participar das celebrações”, observa a historiadora especializada em folclore e cultura popular, Maria Agripina Neves.
Na exposição, há curiosidades como convite para artistas plásticos participarem da decoração das ruas. Carlos Bracher foi um deles.
“Extraordinária. Todo mundo deveria ver isso aqui isso. Aqui é meio que a alma de Ouro Preto aqui”, celebra o pintor, escritor e escultor Carlos Bracher.
Histórias que encantaram a paulista Rose Mary. “É muito emocionante, porque retrata toda a nossa cultura religiosa e é de um valor significativo que prevalece a cultura do nosso país”, afirma a aposentada Rose Mary Ornelas Gomes.
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