26 de dezembro de 2024

Exposição na Casa Roberto Marinho reúne obras sobre o Rio de Janeiro

A exposição “Rio, a cidade que deseja” também celebra os 120 anos do nascimento de Roberto Marinho, um dos maiores incentivadores da arte e da cultura. Exposição no Rio de Janeiro celebra os 120 anos de nascimento do jornalista Roberto Marinho
Uma exposição no Rio de Janeiro celebra os 120 anos de nascimento do jornalista Roberto Marinho e reúne obras sobre a cidade produzidas nesse período.
Um olhar, acompanhado de um suspiro: é assim que se apresenta a cidade abençoada por São Sebastião e por Oxóssi e onde a maior referência é um Cristo que acolhe a todos.
O Rio exposto na Casa Roberto Marinho guarda um século de contrastes, de desigualdades sociais, de encantamento, das lentes e dos pincéis.
O tempo é apenas um detalhe. É por isso que a obra de Antônio Bandeira, de 1964, se conecta às luzes do Alemão e da Maré, quase cinco décadas depois.
As cores de Heitor dos Prazeres e de Tarsila do Amaral, no século passado, encontram as jujubas de Custódio Coimbra, em tempos mais recentes. Areia e corpos compõem a paisagem desde que o Rio é Rio, e é onde a pele se torna uma tela de protesto.
A cidade que nasceu vestida pra seduzir merece a declaração de amor feita por Mário Quintana:
“Os túneis são meus lugares preferidos no Rio. Neles, posso descansar de tanta beleza”.
A cidade que sobe e desce morros, que corre pro mar, que se expõe sem medo e que também provoca medo. Não existe um melhor ângulo, nem uma só forma de enxergar o Rio. O que se vê aqui, passa pelos olhos, pelo coração e nunca mais é esquecido. Essa exposição traz o Rio por inteiro, traduzido pela arte de cariocas de hoje, de ontem, daqui e de vários cantos do Brasil.
“ Nós procuramos mostrar um rio que não fosse um rio partido , que não fosse um rio obvio também de cartão postal, mas um exame mais aproximado e com artistas de todas as procedências ”, explica Lauro Cavalcanti, curador da exposição.
A dureza do Rio aparece nas escadarias da favela, nas fotos em preto e branco, de Thiago Facina. Elas são mais cruas do que o cenário bucólico de Di Cavalcanti e no flagrante da cidade que tem seus temores, a árvore sobrevivente protege a família encarcerada.
Nesse palco a céu aberto, cenário de marcos históricos e de notícias eternizadas nas páginas do jornal O Globo.
A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro tem seus mimos, retratados também no bonde de outros carnavais e no orgulho do funk.
A exposição “Rio, a cidade que deseja” também celebra 120 anos do nascimento de Roberto Marinho, um dos maiores incentivadores da arte e da cultura. Entre suas paixões, a tela de José Pancetti e os sons nascidos aqui: Antonio Carlos Jobim, Pixinguinha, Cartola – vozes que ecoaram.
Uma mostra feita pra ver e escutar. Nesta sala se ouve “Futuros Amantes”, de Chico Buarque. Com ele, uma seleção de escritores inesquecíveis, todos com alguma história ligada ao Rio. E o baiano Gilberto Gil se junta ao carioca mais mineiro de todos, Milton Nascimento, para cantar Sebastiana – aquela canção que pede a São Sebastião pela cidade tão castigada e tão bela, para que o santo olhe por ela.
A exposição fica na Casa Roberto Marinho até o dia 21 de julho.

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