Apesar da redução no número de pessoas vivendo em extrema pobreza, o rendimento domiciliar per capita médio do Amazonas em 2023 permaneceu abaixo da média nacional e também da média da Região Norte. Pobreza extrema deve atingir, em janeiro, uma taxa entre 10% e 15% da população brasileira
Getty Images via BBC
O Amazonas registrou uma redução de quase 10% no número de pessoas vivendo em extrema pobreza entre 2021 e 2023, segundo relatório divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (4).
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A pesquisa revelou que, apesar do crescimento da população total de 4,103 milhões para 4,221 milhões entre 2021 e 2023, o número absoluto de pessoas em extrema pobreza caiu de cerca de 665 mil para aproximadamente 279 mil. Isso representa uma redução significativa, embora o índice no Amazonas ainda esteja abaixo da média nacional.
Paralelamente, as proporções de pessoas vivendo abaixo das linhas de US$ 3,65 e US$ 6,85 em Paridade do Poder de Compra (PPC) também apresentaram queda. A parcela da população abaixo de US$ 3,65 diminuiu de 32,7% para 18,8%, enquanto a proporção abaixo de US$ 6,85 caiu de 58,4% para 45,5%. Esses dados evidenciam uma melhoria nas condições gerais de renda da população do estado.
Manaus registrou uma diminuição de quase 6% em relação ao índice de pessoas vivendo em extrema pobreza, no mesmo período.
“A análise da série histórica de Manaus entre 2021 e 2023 demonstra uma redução significativa na proporção de pessoas vivendo em extrema pobreza (rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 2,15 PPC 2017), passando de 9,7% em 2021 para 3,9% em 2023, mesmo com o aumento do valor da linha mensal de extrema pobreza de R$181 para R$205”, aponta o IBGE.
Apesar da redução no número de pessoas vivendo em extrema pobreza, o rendimento domiciliar per capita médio do Amazonas em 2023 foi de R$ 1.166, ficando abaixo tanto da média nacional (R$ 1.848) quanto da média da Região Norte (R$ 1.302). Segundo o IBGE, esse dado reflete a persistente vulnerabilidade econômica do estado.
“No contexto regional, o Amazonas superou apenas o Acre (R$ 1.074), ocupando a penúltima posição entre os estados da Região Norte. Rondônia (R$ 1.523), Tocantins (R$ 1.544), Roraima (R$ 1.428), Pará (R$ 1.273) e Amapá (R$ 1.492) apresentaram rendimentos superiores”.
Já Manaus mostrou um melhor desempenho em relação ao Amazonas como um todo. A cidade, no entanto, ficou atrás de Belém (R$ 2.262), Macapá (R$ 1.889), Boa Vista (R$ 1.620), e Palmas, que liderou com R$ 2.513.
“Esses dados refletem disparidades econômicas significativas entre o Amazonas e outras unidades da federação, tanto na média estadual quanto em sua capital”, finalizou a pesquisa.