26 de setembro de 2024

Fábio Câmara promete colocar faixa exclusiva para ônibus em todas as avenidas de São Luís e acabar com o sistema de catraca no transporte público

Candidato à eleição, pelo PDT, para a Prefeitura de São Luís foi o terceiro a participar da série de entrevistas do JM1, nesta quarta-feira (25). Candidato à Prefeitura de São Luís, Fábio Câmara é entrevistado pelo JM1
O candidato à Prefeitura de São Luís pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Fábio Câmara, afirmou, nesta quarta-feira (25), foi eleito, em 2012, como o melhor vereador de São Luís e fez o seu papel no legislativo municipal.
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“Quando eu me elegi vereador de São Luís, o mandato este que me foi conferido por você e foi personificado por mim, eu fui eleito como o melhor vereador de São Luís. Eu fiz o meu papel, fiscalizar, acompanhar”, declarou.
O candidato disse, ainda, que os números do racismo o levam a querer ser prefeito da capital maranhense e que não se trata de vitimização e sim de representatividade.
“Ainda há pouco, aqui nesse sistema, passou uma reportagem sobre racismo e esses números me levaram a ser candidato a prefeito de São Luís. Antes que me culpem de vitimização, eu falo de catalisador de mudança. Antes que me culpem de vitimização, eu falo de representatividade. São Luís é a segunda maior população preta do Brasil. São Luís nunca gestou no seu ventre, no seu útero um prefeito, São Luís nunca teve um prefeito. E lá na Câmara, eu via que as pessoas me procuravam e me pediam cidade. Elas me pediam condições para levar seus filhos para a escola, porque as pessoas não têm direito a cidade, não tem infraestrutura. E isso me motivou a ser candidato a prefeito de São Luís, porque eu acessava o poder, até determinado momento, mas o poder de solucionar, o poder de levar qualidade de vida para as pessoas, eu não tinha, porém eu decidi dar o primeiro passo, ser candidato a prefeito de São Luís. E não foi erro, pelo contrário, nós temos avançado e todas as nossas votações têm sido de forma crescente”, afirmou.
Fábio Câmara (PDT) foi o terceiro entrevistado na série de entrevistas do JM1 com os oito candidatos à Prefeitura de São Luís. O candidato Saulo Arcangeli (PSTU) será o entrevistado desta quinta-feira (26).
Fábio Câmara (PDT) é entrevistado no JM1
JM1 faz série de entrevistas com candidatos à Prefeitura de São Luís a partir de segunda-feira
Atuação como vereador de São Luís
Fábio Câmara afirmou que o maior papel do vereador é de fiscalizar e que, São Luís tivesse um vereador combativo, como ele foi, o sistema de transporte e o Socorrão não seriam ruins.
“Hoje, se nós tivéssemos fiscalizando o poder público, nós não teríamos doze mil alunos fora da sala de aula. E eu falo com você, mãe, que tá nos assistindo. O vereador, ele é pra sentir a dor do povo e abrir caminhos. Se nós tivéssemos um vereador combativo, que não fosse comprometido, aí eu posso falar pelo Câmara e não pelos outros, nós não teríamos um sistema de transporte desse, tão perverso, tão cruel. Se nós tivéssemos um vereador combativo, como eu fui, nós não teríamos um Socorrão do jeito que aí está”, afirmou.
Sobre sua passagem pela Câmara Municipal de São Luís, o candidato foi questionado acerca de qual o projeto de lei, de autoria dele, poderia destacar como o mais relevante para a população da capital.
“Eu apresentei, junto com o ‘Charles do Carrinho’, a regularização do transporte alternativo, porque as pessoas precisam ter o direito de ir e de vir, devolver a cidade para as pessoas, é esse que é o grande papel. E eu insisto, se nós hoje, porque nós temos lei no Brasil para quase tudo, mas de fato a fiscalização, o abrir mão da verba pra poder elevar o verbo. Eu fui vereador de São Luís que nunca recebi uma emenda. Eu nunca fui recebido pelo prefeito, porque eu sei o meu papel de vereador e eu acho que isso é a coisa mais importante. Porque tem projeto pra quase tudo, mas em prática não funciona”, disse.
O candidato também foi questionado sobre quando atuava como suplente de vereador, em 2022, e criticou uma apreensão de veículos feita pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MA), em uma ação que buscava diminuir o número de acidentes. Fábio Câmara afirmou que não é contra a lei, mas que é preciso dar condições para as pessoas.
“Eu sou a favor da lei e entendo que o homem público ele só pode fazer o que a lei permite, e o privado, tudo que a lei não proíbe. Se está errado, tem que corrigir, temos que evitar os acidentes de trânsito. Hoje, 70% dos leitos que nós temos é por conta do acidente de trânsito. O que a gente quer é condições para as pessoas. O poder público tem que alcançar você e é isso que eu me proponho, alcançar as pessoas. Porque de fato ser duro, ser rígido e não dar oportunidade para as pessoas se corrigirem é muito difícil”, declarou.
Fábio Câmara, em entrevista ao JM1.
Reprodução/TV Mirante
Mobilidade urbana
Sobre a mobilidade urbana, Fábio Câmara afirmou que é preciso requalificar as avenidas de São Luís e que irá colocar, em todas as avenidas da capital, a faixa exclusiva para os ônibus, porque é fundamental, pois o trânsito de São Luís é hostil. O candidato disse, ainda, que vai criar condições para os ônibus, para o transporte de massa.
“O que não podemos é perder vidas, a propaganda que passa hoje, todos os dias nós perdemos um motoqueiro por conta do acidente de trânsito. Nós precisamos requalificar as avenidas, isso é muito simples. Uma malha rodoviária, ela tem ali mais ou menos três metros e oitenta. Nós precisamos requalificar isso, diminuindo pouco, valorizando o transporte de massa. Nós precisamos valorizar o transporte de massa, nós precisamos valorizar os ônibus, porque aí nós vamos melhorar, sem dúvida nenhuma, o direito das pessoas, o direito delas de ir e vir. Nós vamos em todas as avenidas, todas as avenidas, sem dúvida nenhuma, colocar a faixa exclusiva para os ônibus, porque é fundamental. Nós vamos fazer a ciclovia. Há trinta anos atrás, João Castelo fez ciclovia no São Raimundo. Nós precisamos fazer São Luís uma cidade boa pra quem vive, pra você. E uma cidade boa pra quem se chega. O trânsito de São Luís é hostil, as calçadas nós não temos. Isso aqui é convite para a morte, o que nós precisamos, esse é o desafio do gestor. Esse é o grande desafio. Se nós falássemos, há trinta, quarenta anos atrás, de buscar água a 150 km, quem iria acreditar? E hoje imagina São Luís sem o Italuís? Esse é o grande desafio, requalificar as nossas avenidas, criar condições pras pessoas, para os ônibus, para o transporte de massa e devolver, pra você, o direito de cidade, o direito de ir e vir”, disse.
Sobre a regulamentação do transporte alternativo, o candidato declarou que as pessoas não vivem na clandestinidade porque querem e sim como forma de sobrevivência, por isso, ele vai regulamentar o transporte alternativo, começando pela área do Itaqui Bacanga e na zona rural. Fábio Câmara disse, também, que vai acabar com o sistema de catraca nos ônibus e que vai pagar os empresários do transporte público da capital, por quilometragem, como é feito com os transportes por aplicativo.
“Nós temos que respeitar a linha do desejo das pessoas e nós vamos muito mais além. Além de regulamentar o transporte alternativo, nós vamos gerar 6 mil empregos. Sabe por quê? Porque ninguém vive na clandestinidade porque quer. As pessoas estão na clandestinidade, por sobrevivência. Nós vamos regulamentar o transporte alternativo, nós vamos dar oportunidade pras pessoas e aonde vai ser o nosso plano piloto, na área Itaqui Bacanga, na zona rural I, e zona rural II. E eu vou mais além, eu vou ser muito mais agressivo. Eu vou acabar com o sistema de catraca. Antigamente os táxis eram com o sistema de catraca, hoje acabou. Nós vamos pagar os empresários por quilometragem, como é o Uber. O Uber se paga por quilometragem, não importa se tem um passageiro ou cinco passageiros. Nós vamos pagar por quilometragem, regularizar o transporte alternativo e, automaticamente, dar o direito pra você de ir e de vir”, afirmou.
O candidato destacou, ainda, que vai conseguir vencer a pressão do setor de transportes, porque ele veio do interior do Maranhão e venceu no social.
“Nós vivemos sob pressão, nós viemos do interior do Maranhão com cinco filhos, mãe solteira, preta. Não é vitimização, eu venci no social. Isso aí não é problema, eu sempre tive ‘não’ na minha vida. Nós vamos enfrentar, porque eu sei que você, que é pai de família, você que é mulher, assim como você, que nesse exato momento tá dentro do sistema de transporte, com o celular nas partes íntimas, com medo de ser roubado. Porque nós tivemos 260 assaltos no sistema público de transporte e esse é o nosso desafio, dar condições, dar segurança pra você, as pessoas mais simples, que dá nove horas da noite e acaba o sistema de transporte, porque sua mão de obra não é mais necessária. Final de semana não tem ônibus pra você ter direito a cidade, pra você ir no parque, pra você ir numa praia, porque as praias não prestam. Essa é a realidade da nossa cidade”, afirmou.
Fábio Câmara também comentou sobre a sua proposta de criar um teleférico do Estaleiro Escola para o Terminal de Integração da Praia Grande em linha reta. Ele afirmou que é um projeto viável e que caro é a imobilidade.
“O que é caro hoje é a imobilidade. São Paulo já calcula que 45 horas por ano custa R$ 40 bilhões. O teleférico não deu certo no morro? Deu certo, porque não dá certo aqui? Isso não é o Fábio Câmara. Eu não estou inventando a roda na mobilidade, eu estou botando a roda da mobilidade pra girar. Andrey fez isso, Felipe Andrey estudou, tem um estudo. Quero parabenizar o Bira do Pindaré, que tem estudo. Isso não vai custar, no máximo, R$ 5 milhões. Caro é as pessoas ficarem paradas, por não ter esse direito de ir e vir. Esse cálculo que o mundo já faz hoje da imobilidade é que é o nosso desafio, dar direito a você, lá da área Itaqui Bacanga, que só tem um modo, só tem um modal de se transportar. Eu insisto que São Luís, uma capital, precisa de outro modal. E o governo federal nos mostra agora, fazendo um estudo para a implantação de trem para a implantação de VLT e BRT. Esse é o desafio, olhar pra frente, olhar para o futuro, levar São Luís ao século XXI”, destacou.
Educação
“Eu não posso colocar nesses ombros aqui o passado dos outros, eu só posso falar pra frente. Eu venho da escola pública, eu estudei no Sousândrade e no Liceu, e eu sei a importância do sistema público de educação. São Luís precisa planejar, planejar a partir dos funcionários, do funcionário que todos os dias está lá carregando esse ensino, lutando. Quais as condições deles, qual a saúde mental destes homens e destas mulheres? Nós não sabemos. Primeiro passo, nós precisamos quantificar quantos professores nós temos. Quantificando, nós vamos depois qualificar os nossos professores. Qualificar os professores significa formação continuada, pra você professor, sem esquecer o funcionário do nível médio, vai ser valorizado. Na formação continuada nós vamos ter o psicopedagogo, que nós vamos incentivá-lo, o neuropedagogo, pra receber seu filho. Nós vamos criar o ambiente virtual, o AVA, para que o professor possa aprender, aprender a melhorar a sua formação. E lá no ambiente virtual ele vai poder avaliar o seu filho de forma individual e de forma coletiva. E o desafio, colocar o aluno na sala de aula”, afirmou.
O candidato promete, ainda, que as pessoas que moram na favela e tiverem seus filhos matriculados na rede municipal de ensino, vão receber uma cesta básica todos os meses. Além disso, as mães atípicas terão suporte nas escolas para cuidarem de seus filhos.
“O Maranhão, São Luís tem 34% de pessoas que moram na favela, 40 mil pessoas que não têm direito a vaso sanitário. É pra você que eu quero falar, que tem fome, matriculando seu filho, você, a cada mês vai receber uma cesta básica. Nós vamos garantir o direito do seu filho ir pra escola. Aí eu vou falar pra algumas mães atípicas, vai ter o tutor, vai ter o cuidador, terá uma rede pra cuidar de você, mãe, porque o seu emocional tem que está preparado para esse desafio. E aí nós vamos, transporte, fardamento, aula, porque não tem aula. A LDB, a lei de base diz o seguinte, da educação, que precisamos de 200 dias letivos e 800 horas-aula, e isso não existe, é o básico. São Luís precisa de coisas básicas e só quem vem de lá sabe essa necessidade. Só quem vem do ensino público sabe que, sem o ensino, é impossível vencer e romper esta barreira”, destacou.
Atendimento à pessoa idosa
Fábio Câmara também promete criar dois serviços de cuidado integral de convivência para a pessoa idosa, um no bairro Cidade Operária e outro na área Itaqui Bacanga.
“Quem tem a estratificação desta cidade é a UFMA, é a UEMA, é o IFMA, buscar a cidade do conhecimento. Nós vamos para as áreas mais populosas. Eu tenho uma idosa em casa, cega. Imagina pra ela se transportar? Imagina pra ela se locomover? Penso na Cidade Operária, naquela região, e na área Itaqui Bacanga, construir dois centros. Nós falamos muito em creche, que é fundamental, mas ninguém fala a quantidade de crianças que nascem em São Luís por ano. Mas nós não falamos da pessoa idosa, que é o momento mais difícil. A violência, a maldade com essas pessoas. Vamos construir um na Cidade Operária e vamos construir um na área Itaqui Bacanga”, afirmou.
Candidato à Prefeitura de São Luís, Fábio Câmara (PDT) foi entrevistado pelos apresentadores Tayse Feques e Davi Araújo.
Reprodução/TV Mirante
Saúde
Sobre a saúde, Fábio Câmara declarou que foi gestor metropolitano de saúde e conseguiu acabar com a fila do Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I) e que é preciso administrar São Luís como rede de saúde.
“De todos os candidatos que aí estão, nenhum foi gestor metropolitano de saúde, eu fui gestor metropolitano de saúde. E sabe quando acabou a fila do Socorrão I? Quando nós colocamos a mão no Socorrão I. O que nós precisamos fazer é ampliar a oferta do serviço. As pessoas hoje falam sem, de fato, nenhum planejamento, sem entender, sem enxergar a rede de saúde. Nós precisamos administrar São Luís como rede, e a rede de saúde significa dizer a população própria e a população referenciada. São Luís, nós não podemos planejar a saúde de São Luís se não pensarmos São Luís como população própria, se não pensarmos São Luís como região metropolitana e se não pensarmos São Luís como macrorregião, que ninguém fala disso aqui, fica enrolando vocês, mentindo pra vocês”
O candidato também afirmou que o atendimento no Socorrão e no Hospital de Criança não presta por causa do sistema que o administra e que vai resolver o problema de saúde de São Luís porque foi gestor metropolitano dessa área.
“Vá lá no Socorrão agora. Eu quero falar com você que tá lá no Socorrão, eu quero falar com o funcionário público municipal, com os terceirizados que estão trabalhando sem nenhuma garantia. Não se faz saúde sem pessoas, não se faz saúde sem médicos, não se faz saúde sem as pessoas ‘está motivado’. Socorrão não tem hotelaria, Socorrão não tem repouso. Eu desafio o prefeito de São Luís, com todo o respeito que eu tenho a ele, e eu não vim aqui falar mal de ninguém. Eu vim pra falar das nossas propostas. Vá no Socorrão agora, com o próximo e querido seu, interne seu filho no Hospital da Criança, vá lá. Não presta, não presta, sabe porque? Não são os profissionais de saúde, não, é o sistema que você administra. E o meu desafio, porque quando o ônibus atropelou minha mãe, ela foi para o Hospital Geral, sistema que eu administrava. Eu só faço o que eu acredito e eu tenho melhor para resolver o problema de saúde de São Luís, porque fui gestor metropolitano de saúde”, destacou.
Sustentabilidade
O candidato também destacou que pretende criar o programa chamado ‘Adote uma nascente’, onde a prefeitura vai incentivar a financiar ações de revitalização e recuperação de nascentes. Para Fábio Câmara, na sua gestão as pessoas serão incentivadas a cuidar da nascente, para as gerações futuras de São Luís.
“O mundo pega fogo, tá bem aqui, o mundo tá pegando fogo. O Pará, por exemplo, acabou de fazer um contrato bilionário com crédito de carbono. Quando eu falei lá atrás, sobre o sequestrar o carbono, eu fui supercriticado. O que nós precisamos é apontar uma direção ninguém administra São Luís só. UFMA, cidade do conhecimento, UEMA, IFMA, eles têm a estratificação da cidade e com a estratificação da cidade nós vamos identificar essas nascentes. A gente sabe algumas, pontuando, e nós vamos incentivar essas pessoas a cuidar da nascente, para as gerações futuras que virão, senão, São Luís é uma ilha, e São Luís vai por água abaixo”, afirmou.

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