Thalita Brochetto mudou-se para Orlando com o marido e os filhos, de 5 anos e 6 anos, há nove meses e enfrenta o primeiro evento de grandes proporções. Previsão é de que Milton atinja o solo nesta quarta-feira (9). Família brasileira estoca comida e se prepara para chegada de furacão na Flórida
Prestes a enfrentar o furacão mais poderoso dos últimos 100 anos, a brasileira Thalita Brochetto e o marido se preparam junto com os filhos, de 5 e 6 anos, para o que está por vir.
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O Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) prevê que Milton atinja a costa da Flórida como um ‘furacão extremamente perigoso’ na noite desta quarta-feira (9) e a família, que é de Ribeirão Preto (SP) já estocou comida, reservou água e reforçou as travas das janelas da casa onde vive, em Orlando.
“Tentamos explicar às crianças que é algo perigoso, claro, e que merece atenção, mas tentamos não assustá-los, para não criar pânico. Está todo mundo apreensivo, porque ninguém nunca passou por isso”.
Família de Ribeirão Preto (SP) que vive em Orlando, Flórida, se prepara para chegada do furacão Milton com estoque de comida
Arquivo pessoal
Os meteorologistas alertam para chuvas torrenciais, inundações repentinas, ventos fortes e possíveis marés de tempestade (que ocorrem quando a água se desloca para o interior a partir da costa), com possibilidade de ondas de 3 a 4,5 metros e até 38 cm de chuvas localizadas.
Há duas semanas, a família, que mora em Orlando há nove meses, enfrentou o Helene, que tocou o solo como furacão de categoria 4, mas a chegada de Milton acendeu o alerta em Thalita.
“Mudou toda nossa rotina. As crianças não estão indo na escola, a gente trabalha de casa. A TV fica ligada no canal do tempo o dia inteiro, porque acompanhamos a rota dele, se ele mudou de categoria, a direção que está vindo, se está mais acima, mais abaixo [da cidade onde vivem]. A gente sabe que a intensidade dele será muito maior”.
Imagem de satélite mostra o furacão Milton avançando no Golfo do México
NOAA VIA REUTERS
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Thalita tem seguido à risca as orientações passadas pelo governo da Flórida e antes mesmo do começo do toque de recolher — previsto para começar às 20h desta noite –, a família já está dentro de casa e só deve sair na próxima semana.
“Temos comida enlatada, fiz ovos e milho, porque precisa ser algo prático. Fizemos saquinhos de gelo e a orientação é colocá-los entre a comida, para preservar, para que durem mais, porque devemos ficar sem energia elétrica e a comida pode estragar mais facilmente. Também pediram para enchermos a banheira de água, porque não tem caixa d’água aqui, então essa reserva na banheira fica para as necessidades básicas do dia a dia. O carro já está guardado na garagem e as janelas tem anti-impacto, mas reforçamos a trava, porque tem a pressão do vento “.
Brasileira de Ribeirão Preto, SP, que vive em Orlando encheu banheira para reservar água durante passagem de furacão Milton
Arquivo pessoal
A chuva que antecede o furacão começou no começo da tarde desta quarta-feira e em um vídeo que Thalita enviou ao g1 é possível ver também a intensidade dos ventos.
“Há mais ou menos uma hora [por volta das 16h], recebemos o aviso do governo sobre o toque de recolher, que começa às 20h de hoje [quarta-feira] e só termina às 10h de amanhã [quinta-feira]. A gente já está em casa, está em segurança, e estamos esperando tudo isso passar. Se Deus quiser, vai passar rápido e já já está tudo bem de novo”.
O governo da Flórida preparou a maior evacuação no estado nos últimos oito anos — desde o furacão Irma, em 2017 — e fechou todos os portos na terça-feira.
O Milton, que se formou no Golfo do México, ainda não tocou o solo em nenhum país. Na manhã desta quarta-feira, ele passou perto península de Yucatán, no norte do México, onde grandes ondas e ventos fortes são previstos.
O furacão deve atingir área metropolitana de Tampa, densamente populosa — a população é de mais de 3,3 milhões de pessoas —, com um potencial impacto direto e ameaçando a mesma faixa de costa que foi devastada por Helene.
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