10 de janeiro de 2025

Família de árbitro que morreu após colidir moto em caminhão parado no AC pede justiça: ‘imprudência’

Irmã do árbitro Valdecir Rodrigues da Cruz, de 48 anos, pede que o dono da carreta que estava parada sem sinalização e o adolescente que dirigia na contramão da rodovia sejam punidos. Condutor morreu ao bater na carreta que estava parada. Família de Valdecir da Cruz registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia de Cruzeiro do Sul
Arquivo pessoal
A família do árbitro Valdecir Rodrigues da Cruz, de 48 anos, que morreu em um acidente de trânsito em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, registrou boletim de ocorrência e pede que o dono da carreta que estava parada sem sinalização e o adolescente que dirigia na contramão da rodovia sejam punidos.
“É uma situação inexplicável porque toda hora estava junto da gente. Era meu irmão, meu amigo, quem estava junto comigo na hora da dificuldade. Já não temos pai e nem mãe e nos apoiávamos um no outro”, diz Nirvana Cruz, irmã da vítima.
Nirvana contou que ficou em estado de choque ao receber a notícia sobre a morte do árbitro. “Toda noite quando ele passava, eu escutava o barulho da moto e dizia: ‘obrigada, Senhor, meu irmão já passou, chegou em casa’. Nessa noite não escutei. Só ouvi o grito da minha filha, quando ela me disse meu chão desabou”, relembrou.
Nessa terça, familiares da vítima compareceram na delegacia registraram um boletim de ocorrência. A família quer responsabilizar não apenas o condutor do carro que trafegava na contramão, mas também a empresa da carreta que estava às margens da pista.
O acidente de trânsito ocorreu por volta das 23h do último sábado (1º), na Rodovia AC-408. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que a moto, pilotada pelo árbitro, colide contra uma carreta que estava parada. Com o impacto da batida, a vítima morreu no local (veja o vídeo abaixo).
No domingo (2), a Polícia Civil identificou do condutor do veículo que transitava na contramão e que causou o acidente. Trata-se de um adolescente de 16 anos que ingeriu bebida alcoólica e não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Ainda segundo a irmã do árbitro, o acidente foi uma imprudência tanto do adolescente, que não tem permissão para dirigir, como do dono da carreta. “Não sinalizou [o local]. Infelizmente, no Brasil as leis são falhas, mas quero justiça pelo meu irmão. Vamos mover uma ação contra eles porque não é justo. O que aconteceu com meu irmão, se a gente não correr atrás, vai acontecer com outros porque fica impune como outras mortes que aconteceram por aí”, criticou.
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Investigações
De acordo com o delegado Marcílio Laurentino, que conduz as investigações, o carro transitava sentido Mâncio Lima – Cruzeiro do Sul. Nas imagens, é possível ver que momentos antes da colisão, o veículo estava na contramão com farol alto. Após ter sido identificado, o adolescente se apresentou com o pai e com o advogado na delegacia da cidade para prestar esclarecimentos.
“Entrei em contato, pedi que apresentassem ele na delegacia de plantão, onde ele compareceu com seu genitor e o advogado, e então foram ouvidos. A princípio negou, mas depois disse que tinha ido à cidade para casa de um amigo, que não teria ingerido bebida alcoólica e na volta pegou contramão de direção, vindo a causar o acidente. Segundo ele, não tinha visualizado a moto, nem após o acidente”, disse a autoridade policial.
Ainda segundo o delegado, foi feito o teste de etilômetro, que apontou para ingestão de bebida alcoólica. A irmã e a prima, que estavam no veículo com o adolescente, também foram ouvidas e confirmaram que o rapaz havia bebido. Como houve lapso temporal, ou seja, o teste foi feito horas após o acidente, ele disse que o adolescente devia estar ainda mais acima do limite permitido por lei.
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“Ele deverá responder por ato infracional análogo ao crime de homicídio culposo, dirigir sem CNH, por direção perigosa e [dirigir] sob efeito de álcool”, falou, complementando que o pai também deve responder por ter entregue o veículo ao adolescente.
Após o recolhimento dos depoimentos e demais procedimentos, o adolescente e o pai assinaram um termo de compromisso e ambos devem responder em liberdade.
Colaborou o repórter Mazinho Rogério, da Rede Amazônica Acre.
VÍDEOS: g1
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