21 de setembro de 2024

Família de surfista morto a facadas por namorada vê justiça em prisão e nada a comemorar: ‘só perdemos’

Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos, apresentou-se na Delegacia de Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP) nesta quinta-feira. Carlos Felipe Camargo da Silva foi morto em 3 de março. Brenda se entregou na manhã desta quinta-feira (4) em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução e Lucas Faleiros/Rádio CBN Ribeirão
A família do corretor e surfista Carlos Felipe Camargo, de 29 anos, morto a facadas pela namorada Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29, se manifestou sobre a prisão da mulher, na manhã desta quinta-feira (4) na delegacia de Ribeirão Preto (SP). Embora considerem que a Justiça está sendo feita, os parentes de Praia Grande (SP) afirmam que não há nada o que comemorar: “Nós só perdemos”.
✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp.
Carlos foi esfaqueado e morto no dia 3 de março, na casa em que moravam, no bairro Ribeirão Verde, em Ribeirão Preto. O laudo pericial apontou que a vítima foi golpeada no abdômen, pescoço, peito e face. A faca usada no crime não foi encontrada.
Após se apresentar à polícia, Brenda passou por exame de corpo de delito e foi conduzida à cadeia de Franca (SP), onde deve permanecer até passar por audiência de custódia.
A sobrinha de Carlos, Tauane Felicio, de 28 anos, disse que a família está arrasada. “Nós só perdemos. O Felipe não voltará nunca mais. Que [Brenda] fiquei anos presa, e que conviva com a consciência de que ela tirou a vida de uma pessoa incrível, de um cara espetacular, carinhoso e amoroso com todos ao seu redor”, relatou.
Segundo Tauane, a família está “destruída” pelo crime e aguardava pela prisão de Brenda há um mês.
Não aceitava separação
Dezenas protestam em Praia Grande, SP, após corretor de imóveis ser morto pela namorada
Arquivo Pessoal
Na ocasião em que foi esfaqueado, Carlos Felipe chegou a ser levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Brenda se apresentou na delegacia três dias depois, mas foi liberada ao alegar legítima defesa e mostrar hematomas pelo corpo.
Essa versão, no entanto, foi descartada no relatório final do inquérito da Polícia Civil, que considerou ter havido “excesso doloso” no número de facadas desferidas e a indiciou por homicídio.
Para a família, a Brenda cometeu o crime porque não aceitava o desejo do companheiro de se separar. “Ninguém dá nove facadas em outra pessoa por legítima defesa”, disse Tauane ao g1 anteriormente.
Ciúmes e agressões
De acordo com a sobrinha, Brenda era extremamente ciumenta e já tinha agredido o companheiro. Um dia antes do crime, inclusive, a vítima teria contado ao irmão a intenção de pôr fim ao relacionamento.
“Conversou com o meu tio e contou que as malas dele já estavam prontas. Ele iria voltar para casa [da mãe] porque a Brenda estava indo para cima dele [com agressões] e ele não sabia até quando iria conseguir aguentá-la batendo nele toda hora, que preferia separar”, contou Tauane.
Segundo a sobrinha, Brenda apareceu na casa da família minutos depois. Ela chamou Carlos Felipe para conversar e os dois se resolveram. “A minha vó fez almoço para ela, botou almoço no prato”, disse Tauane.
Ainda segundo a familiar, o casal voltou para casa e no dia seguinte participou de um churrasco na casa da mãe de Brenda. No mesmo dia, Felipe foi esfaqueado e morreu.
“Ela foi muito fria, muito calculista. Eu não sei se ela planejou isso tudo no sábado [dia anterior ao crime]”, afirmou a sobrinha de Felipe.
Brenda Caroline Pereira Xavier é a principal suspeita de matar Carlos Felipe Camargo da Silva, ambos de 29 anos, em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/Redes Sociais
Quem era a vítima
Felipe cresceu em Praia Grande (SP) e há aproximadamente quatro anos mudou para Ribeirão Preto, onde passou a viver junto à mãe e ao irmão.
Na cidade, o corretor de imóveis conheceu Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos, com quem mantinha um relacionamento amoroso há sete meses.
Após iniciar o namoro, ele se mudou da casa da mãe e passou a morar junto com Brenda, no bairro Ribeirão Verde. Em poucos meses, o casal passou também a trabalhar junto, com fotografias.
Definido pelos familiares como “querido, trabalhador e esforçado”, o corretor chegou a ser socorrido na noite do crime, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos.
O corpo do rapaz foi sepultado no dia 5 de março em Praia Grande.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos

Mais Notícias