28 de dezembro de 2024

Famílias dizem que hospital de Caxias trocou corpos, e um deles foi enterrado no lugar errado

Mulheres tinham o mesmo nome, mas sobrenomes e idades diferentes: uma era idosa, de 70 anos, e a outra tinha 44 anos. Caso é investigado pela polícia. Famílias dizem que hospital de Caxias trocou corpos, e um deles foi enterrado no lugar errado
Uma família da Baixada Fluminense procura pelo corpo da mãe que morreu na Unidade Pré-Hospitalar José Moreira da Silva, em Duque de Caxias. A polícia investiga o caso.
O enterro de Rosa Maria Marinho Medrado estava marcado para as 14h, mas quando a família chegou ao hospital para liberar o corpo, ele não estava mais no local, segundo a filha.
“Não tinha corpo nenhum. A gente chegou aqui e simplesmente alguém falou que já tinha vindo alguém aqui reconhecido o corpo e liberado. Mas era meu irmão que estava vindo com documentação. Quando ele chegou, se assustou: ‘Como assim? O filho liberou, mas o filho sou eu’. E aí tinha ido embora, não tinha corpo nenhum e a gente não sabia o que aconteceu com o corpo da nossa mãe”, conta Patrícia Maria Medrado da Silva.
Rosa Maria Marinho Medrado morreu na última madrugada, aos 70 anos, por complicações de um câncer. Ela foi internada um dia antes na Unidade Pré-Hospitalar José Moreira da Silva, no Pilar, em Caxias.
“Já pensou você esperando pra enterrar a sua mãe e aí você saber que sua mãe já foi enterrada. A gente não sabe quando vai desenterrar nossa mãe pra gente poder enterrar de novo. É muito triste”, fala a filha Tatiana Marinho Medrado.
A família se preparava para o velório no Cemitério do Pilar, em Caxias, quando soube do sumiço do corpo. Mas não conseguia obter informações para entender o que tinha acontecido.
“Corremos atrás da direção, ninguém apareceu. E ficaram enrolando a gente, segurando, até chegar um responsável”, falou o genro, Fábio Nogueira da Silva.
Os familiares pediram então ajuda à família para quem Rosa Maria havia trabalhado como empregada doméstica por décadas. Um advogado entrou no caso e acionou a delegacia de Campos Elíseos.
“O advogado foi atrás, e aí polícia se movimentou e as respostas começaram a vir. Infelizmente é assim”, disse a ex-patroa de Rosa Maria, Ana Cláudia César de Andrade.
Corpos trocados
A polícia descobriu que o corpo de Rosa Maria foi trocado pelo de outra paciente também chamada Rosa Maria, que morreu na unidade do Pilar na noite de terça (26).
Mas o caso só foi solucionado depois que a segunda família já tinha enterrado o corpo errado, às 12h desta quinta (28), no Cemitério de Belford Roxo, com caixão fechado.
“Falta de responsabilidade. Aqui ninguém informa nada, ninguém sabe de nada. Mas eu vi ela de manhã, eu tenho certeza, eu conheço a minha esposa”, disse o marido, Ivanildo Faustino Correia.
Rosa Maria da Conceição Eloi, de 44 anos, tinha problemas de coração e morreu de choque séptico. O corpo foi reconhecido pelo marido e pelo filho nesta manhã na unidade de saúde do Pilar. Mas não foi o que chegou em Belford Roxo. O corpo dela foi localizado nesta tarde no Hospital Moacyr do Carmo.
“Eu não tenho nem o que falar. Gastamos o que a gente não tinha. A gente fez de tudo por ela, mas era outra pessoa que estava lá”, disse a filha, Viviane Eloi Correia.
“A negligência é da direção do hospital. Eles têm que pagar. Cadê minha mãe agora? Como é que vou enterrar minha mãe?”, questiona Tatiana Marinho Medrado.
A Prefeitura de Duque de Caxias disse que todas as medidas cabíveis serão adotadas para responsabilizar os envolvidos, caso sejam constatadas irregularidades.

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