16 de novembro de 2024

Festival de linguagem eletrônica oferece obras interativas que misturam realidade e imaginação

A edição de 2024 do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, em São Paulo, coloca na mesa as discussões sobre inteligência artificial. Festival de linguagem eletrônica oferece obras interativas que misturam realidade e imaginação
Reprodução/TV Globo
Um festival de linguagem eletrônica em São Paulo oferece aos visitantes obras interativas que misturam realidade e imaginação.
Dizem que arte também é o retrato de uma época. E o registro dos nossos tempos pode ser feito assim: usando as lentes da tecnologia. Os óculos são uma ferramenta de teletransporte. A gaiola continua no mesmo lugar; a gente é que não.
“Você fecha o olho, você consegue pausar o tempo e ver tudo parado à sua volta. E, se você anda até a posição quatro, você consegue sair da gaiola”, diz Miguel dos Santos Martins, estudante de 16 anos.
Se enxergar de fora do corpo. Coisa de filme.
“Depois de um tempo você perde a noção de onde você está no espaço”, afirma outra estudante.
Aliás, até os filmes poderão ser vistos de outra forma. No evento, passam três ao mesmo tempo.
“A gente muda a cabeça de lado e vai mudando, vai mudando o som e vai passando várias imagens. É uma coisa bem legal”, conta Sofia Lopes Viana, a estudante de 15 anos.
Festival de linguagem eletrônica oferece obras interativas que misturam realidade e imaginação
Reprodução/TV Globo
É a arte brincando com essa história de estar em vários lugares e fazer tudo ao mesmo tempo – com a ajuda da tecnologia. Um cenário futurista, mas sabe-se lá se logo não estará presente. A edição de 2024 coloca na mesa as discussões sobre inteligência artificial.
“A inteligência é algo que está modificando completamente as artes visuais. Não só as artes visuais como cinema, os vídeos. Eu acho que quem vai surgir agora são os artistas de inteligência, porque a inteligência sozinha não faz isso. Ela tem que fazer com humano para humano. Quem dá sentido às coisas somos nós”, afirma Ricardo Barreto, organizador e curador da Exposição File.
Festival de linguagem eletrônica oferece obras interativas que misturam realidade e imaginação
Reprodução/TV Globo
Em poucos segundos, a inteligência artificial transforma uma tela em branco em uma pintura única, de estilos diferentes. O Jonas Valério, técnico de informática, nunca pensou que a tecnologia pudesse ter essa cara.
“Eu já mexia com informática desde a década de 1990, 1995, e não tinha tudo isso. Hoje, eu estou envelhecendo e estou vendo que a tecnologia está avançando cada vez mais. Eu não sei daqui para frente como vai ser”, diz.
Tem também a inteligência generativa, que dá vida à escultura a partir do som da música eletrônica erudita. Uma onda do mar, que, como a de verdade, nunca é igual à anterior. E o que falar quando a obra adivinha pensamentos?
A ideia é que a gente pense em um número de 1 a 12 e o cavalo tente adivinhar o pensamento. Ele vai bater a patinha no chão, eu é necessário pensar em um número.
A arte ainda transforma invisíveis ondas sonoras em uma vibrante cascata de luz. Ou a dança das meninas em uma tela animada, única, autoral.
“Eu nunca tinha visto nada parecido com isso, isso é muito legal”, diz Isabelly Ribeiro, de 15 anos.
Festival de linguagem eletrônica oferece obras interativas que misturam realidade e imaginação
Reprodução/TV Globo
A tecnologia muda tudo, a todo momento. O que nos resta é dançar conforme a música.

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