7 de outubro de 2024

Filha de médico citado em laudo falso usado contra Boulos move ação contra Marçal e pede inelegibilidade do candidato

José Roberto de Souza, que teve a assinatura fraudada, faleceu em 2022. A Justiça Eleitoral ordenou a suspensão de perfis do coach no Instagram, e o STF o intimou a depor por usar o X durante a proibição da rede social. Pablo Marçal comenta em coletiva sobre divulgação de documento falso
Reprodução/TV Globo
A filha do médico que teve a assinatura fraudada no documento publicado nas redes sociais de Pablo Marçal protocolou, neste sábado (5), uma ação contra o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo.
Carla Maria de Oliveira e Souza pediu a inelegibilidade de Marçal “a título de urgência” (veja mais detalhes abaixo). A aposentada é representada pelo advogado Felipe Torello Teixeira Nogueira.
José Roberto de Souza, pai de Carla Maria, aparece como o profissional que teria atendido Guilherme Boulos (PSOL) após um suposto surto por uso de cocaína. O médico, no entanto, morreu em 2022. De acordo com a família, José Roberto nunca trabalhou na capital paulista, especialmente na clínica “Mais Consultas”, no bairro Jabaquara, que consta no laudo.
De acordo com a ação, José Roberto de Souza era hematologista e nunca atuou como psiquiatra.
Tatuagem mostra assinatura do pai de Aline Garcia, o médico José Roberto de Souza
TV Globo/Reprodução

De acordo com o advogado Gabriel de Britto Silva, a ação “tem por objetivo invalidar condutas ilícitas que lesem, dentre outras, a moralidade administrativa e os princípios da Administração Pública.”
A reportagem da TV Globo entrevistou a outra filha de José Roberto, Aline Garcia de Souza, que tem a assinatura do pai tatuada e é diferente da que aparece no documento.
“Não entendo como foi cair o nome e CRM do meu pai”, afirmou Aline. “Não entendi até porque meu pai não estava ligado em questões políticas, nunca esteve. É descabível usar o nome de quem nem está mais aqui para se defender. Sempre foi uma pessoa íntegra.”
A Justiça Eleitoral determinou que a postagem fosse removida do YouTube, TikTok e Instagram e ordenou a suspensão dos perfis do candidato no Instagram. E o ministro Alexandre de Moraes intimou Marçal a depor por usar o X durante a proibição dessa rede social.
A campanha de Boulos protocolou na Justiça também no sábado um pedido de prisão e cassação da candidatura de Marçal.
Laudo falso de Marçal
Arte g1
Dono de clínica indiciado
Luiz Teixeira da Silva Junior, dono da clínica Mais Consultas, que emitiu o laudo, já foi condenado por falsificar diploma de curso de medicina e ata de colação de grau.
Em sua conta no Instagram, que foi desativada após a repercussão do falso documento, ele se apresentava como patologista clínico, perito judicial, escritor, diplomata adido de saúde, e aparecia ao lado de famosos.
Nas redes sociais, Silva Junior aparece em foto ao lado de Marçal usando um jaleco com o símbolo do Hospital Albert Einstein (veja foto abaixo). Em nota, o hospital informou que “o profissional em questão nunca atuou em suas unidades ou em qualquer outra atividade administrada pelo Einstein.
Marçal ao lado de Luiz
Reprodução/Instagram

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