Dois policiais federais morreram no acidente, nesta quarta-feira (6). Um mecânico terceirizado ficou ferido. Testemunhas da queda de avião contam o que viram
Menos de um minuto: esse foi o tempo entre a decolagem e a queda do monomotor da Polícia Federal (PF), no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (6). Dois agentes da instituição morreram, e um mecânico terceirizado ficou ferido.
“Eu vim pegar uma água, próximo à janela, e de repente vi uma fumaça. Nós fomos olhar e já vimos um fogo muito grande. Eu falei: ‘Uai, é um avião que está pegando fogo’. Mas foi muito rápido, a gente não ouviu barulho de nada. E, na hora que a gente ficou olhando, já foi chegando caminhão de bombeiro, polícia”, disse a gerente administrativa Simone Chaves, que trabalha perto do aeroporto.
Simone Chaves, gerente administrativa
TV Globo/ Reprodução
Entre as pessoas que estavam perto do aeroporto no momento do acidente, o relato é semelhante. Além da rapidez com que tudo aconteceu, chamou a atenção a falta de barulho.
“Eu estava no horário de trabalho normal aqui, os meninos estavam passando aqui no fundo, viram uma fumaça saindo ali e chamaram a gente para ver. Não escutamos barulho nenhum. A gente veio aqui para essa parte que dá uma visão para a Pampulha e viu. Os bombeiros já tinham chegado, eles estavam apagando o fogo, jogando aquele pó branco”, contou a vendedora Maria Eduarda Lomasso.
Maria Eduarda Lomasso, vendedora
TV Globo/ Reprodução
O acidente
Um monomotor da Polícia Federal caiu no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira (6). Duas pessoas morreram e uma ficou ferida.
As vítimas são os policiais federais José Moraes Neto e Guilherme de Almeida Irber, de Brasília. O mecânico de uma empresa terceirizada foi socorrido consciente e com trauma abdominal e encaminhado para o Hospital João XXIII.
Policiais federais Guilherme de Almeida Irber e José de Moraes Neto morreram em acidente com monomotor da Polícia Federal em Minas Gerais
Reprodução/redes sociais
Segundo o Corpo de Bombeiros, o avião chegou a decolar e perdeu altitude instantes depois, caindo na lateral da pista, às 14h14. O veículo pegou fogo após a queda (veja abaixo).
“A gente percebeu através das imagens a decolagem dessa aeronave e, depois, uma tentativa de retorno, mas ainda não chegou nenhuma informação que trouxesse esclarecimento sobre a causa”, informou o tenente Henrique Barcellos, do Corpo de Bombeiros.
Vídeo mostra decolagem e queda de aeronave na Pampulha (crédito: canal MGAoVivo/ Youtube)
Em nota, a Polícia Federal afirmou que “iniciou investigação para apurar as circunstâncias do acidente” e que “enviará nas próximas horas peritos especialistas em segurança de voo e acidentes aéreos para auxiliar nas apurações”.
A instituição se solidarizou com os familiares e amigos das vítimas e decretou luto oficial de três dias.
Avião monomotor sofre acidente em Belo Horizonte
Reprodução/TV Globo
Aeronave e investigações
A aeronave é um Cessna 208B, fabricado em 2001, com 11 lugares e capacidade para nove passageiros. Em 2019 e em 2020, houve registros de incidentes, relativos a estouro de pneu, envolvendo o monomotor. A matrícula é PR-AAB.
Investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), órgão regional do Centro de Investigação e (Cenipa), foram acionados para o local do acidente.
A ação inicial, primeira etapa da investigação, consiste na coleta e confirmação de dados, na verificação dos danos causados e no levantamento de outras informações necessárias.
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