Rede social de Elon Musk fechou as portas da sede brasileira da empresa no dia 17 de agosto. Atualmente, após ordem do STF, o X está suspenso no Brasil. X, do bilionário Elon Musk, fechou o escritório no Brasil no dia 17 de agosto.
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“Foi totalmente inesperado. Por mais que eu soubesse do aumento das tensões do X no Brasil, os resultados da equipe estavam ótimos, e não achei que isso ia acontecer”, diz um dos ex-funcionários da empresa do bilionário Elon Musk, que, há cerca de 15 dias, fechou seu escritório no país (relembre abaixo). O profissional não quis se identificar.
Ele conta que, na quinta-feira, 15 de agosto, houve uma reunião on-line da equipe de cerca de 35 pessoas do X Brasil com Linda Yaccarino, diretora-executiva da big tech e outros profissionais da empresa.
“Na chamada, eles mencionaram preocupações com o cenário da operação brasileira do X e deram a entender que haveria mudanças. Mas, em nenhum momento, falaram em fechar o escritório”, descreve.
Dois dias depois, no sábado, dia 17 de agosto, às 10h, o profissional conta que a equipe foi chamada para uma nova reunião com Yaccarino.
“Eu estranhei, porque esse tipo de compromisso no final de semana não era comum no X. Mas, como era com a CEO, imaginei que era algo importante”, relata.
Foi então que ele e o restante da equipe foram comunicados sobre o fechamento do escritório do X no Brasil e, consequentemente, da perda dos seus empregos.
Segundo o funcionário, a reunião durou em torno de 15 minutos, nos quais, a executiva-chefe atribuiu o fechamento da empresa a “complexidades legais” e disse que o RH entraria em contato para seguir com os próximos passos.
“Menos de 1 hora depois, os meus acessos ao sistema da empresa já tinham sido bloqueados. De maneira geral, foi muito frustrante, principalmente, porque o trabalho da equipe estava indo muito bem e tínhamos planos pela frente ”, conta.
Ele diz que o RH entrou em contato pouco depois por e-mail e que, nos próximos dias, foram pagas as verbas rescisórias aos funcionários, com exceção da multa do FGTS (direito de todo funcionários que trabalham em regime CLT).
Segundo o profissional, o RH do X Brasil era feito por uma empresa terceirizada, que, na última sexta-feira (30), informou os ex-funcionários que, devido ao bloqueio das contas da Starlink, empresa de Elon Musk em operação no Brasil, não havia previsão para o depósito desses valores.
O bloqueio dos recursos da empresa foi determinado pelo STF na quinta-feira (29) para garantir o pagamento das multas aplicadas pela Justiça contra o X.
O X, segundo ele, ainda não falou nada sobre o assunto com os ex-funcionários.
“Nesse sentido, estamos apreensivos. Queremos seguir em frente, mas temos que ter os nossos direitos respeitados”, diz.
Ele destaca ainda que a equipe do X Brasil era formada por profissionais experientes, muito unidos e que seguem em contato.
Além disso, ele conta que o mercado de trabalho tem sido receptivo em relação aos ex-funcionários da empresa e que outras companhias já entraram em contato com ele a respeito de oportunidades de trabalho. Até o momento, ele não definiu nada.
O g1 entrou em contato com o X global, mas até o momento da publicação desta reportagem não teve retorno.
Relembre a escalada de tensão no X Brasil
O X fechou as portas da sua operação no Brasil no dia 17 de agosto, alegando que o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ameaçou prender a então representante legal da empresa no país.
Pouco mais de uma semana depois, no dia 28 de agosto, por meio de uma publicação no X, Moraes intimou Musk a anunciar um novo representante legal no Brasil em 24 horas, o que não aconteceu.
Assim, no dia seguinte, o Ministro determinou o bloqueio das contas da Starlink.
Nesse período, mesmo sem representante legal no Brasil, o X seguia funcionando no país. Até que, no último sábado (31), após ordem de Moraes, a rede social foi suspensa no Brasil.
Nesta segunda-feira (2), a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, manter a decisão do Ministro que suspendeu a rede no Brasil. Assim, o X segue fora do ar no país.
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