19 de novembro de 2024

Força-tarefa de peritos no IML conclui identificação de todos os 62 mortos em acidente aéreo em SP

Equipes na capital identificaram dois últimos corpos de vítimas do avião que caiu na semana passada em Vinhedo, interior de São Paulo. Passageiros e tripulação morreram por politraumatismo. Aeronáutica apura causas da queda. Polícia investiga responsabilidades. Coletiva na sede da Polícia Técnico-Científica anuncia conclusão da identificação das 62 vítimas do avião que caiu em Vinhedo
Reprodução/TV Globo
A força-tarefa de peritos que trabalha no Instituto Médico Legal (IML) da capital paulista identificou todos os 62 mortos no acidente aéreo da última sexta-feira (9) com a Voepass em Vinhedo, interior do estado.
Os trabalhos foram concluídos na noite desta quarta-feira (14) com a identificação de mais dois corpos, segundo as autoridades. Os familiares de todas as vítimas já foram comunicados.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (15) em coletiva de imprensa na sede da Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) na Zona Oeste de São Paulo.
As identificações dos mortos foram feitas por reconhecimento de impressões digitais, em sua maioria, e outros meios, como comparações de radiografias, exames odontológicos de arcadas dentárias, fotos com tatuagens etc. Não foi necessário o uso do exame de DNA.
“Toda identificação foi possível por análises de papilas datiloscópicas comparando com documentos pessoais fornecidos pelas famílias e de arcadas dentárias”, disse nesta quinta-feira (15) Claudinei Salomão, chefe da SPTC.
IML identifica 60 dos 62 corpos a bordo do voo da Voepass
Oito estados brasileiros contribuíram para a identificação dos mortos ao entregar planilhas civis de parte das vítimas para a força-tarefa em São Paulo.
Das 62 vítimas, 40 delas foram identificadas por meio de impressões digitais, sete por digitais e outras características físicas e 15 por meio de características físicas.
Do total de mortos, 42 corpos já foram liberados para as famílias. Os restos mortais de um cão que estava no voo foram entregues à família dos donos do animal.
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Imagem aérea mostra trabalho nesta quarta-feira (14) nos destroços do avião da Voepass que caiu em Vinhedo (SP) e matou as 62 pessoas a bordo na última sexta (9)
Reprodução/EPTV
Mais de 40 médicos, equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia trabalham na identificação dos corpos das vítimas do acidente aéreo, com apoio de equipes do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) da Polícia Civil de São Paulo.
Peritos da Polícia Federal (PF) também participaram do processo de identificação, além da perícia do local. A retirada de corpos foi realizada por peritos do Instituto de Criminalística (IC) e do IML, com apoio do Corpo de Bombeiros.
Os destroços da aeronave estão sendo reunidos e levados para a sede da empresa, em Ribeirão Preto, no interior do estado. A Voepass informou que vai armazenar o material até que todas as famílias sejam indenizadas.
Investigação
A Aeronáutica apura as causas da queda da aeronave que atingiu duas residências no Condomínio Recanto Florido, no bairro Capela. Não há registro de vítimas entre moradores ou de quem estava no solo.
A Polícia Federal e a Polícia Civil também investigam separadamente as causas e responsabilidades pelo acidente. O Ministério Público (MP) acompanha as investigações. A companhia aérea afirmou em nota que o avião que caiu estava apto a voar e sem restrições.
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem que viram vídeos do momento em que o avião caiu, entre as hipóteses para explicar o acidente está a possibilidade de que as asas da aeronave tenham ficado cobertas por gelo durante o voo, causando instabilidade e a queda.
De acordo com Humberto Alves Barbosa, professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), no dia do acidente as temperaturas nas nuvens na região por onde a aeronave passou estavam em torno de -42ºC.
“Isso traz muita instabilidade do ponto de vista meteorológico pra qualquer aeronave dentro dessa situação”, falou o professor à TV Globo.
Avião que caiu em Vinhedo, SP, ficou destruído
Arquivo pessoal

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