Em 2001, Claudio Gatti fez a foto do comunicador e da filha logo depois dela ser libertada de um sequestro. Desde então, ele acumula trabalhos e já fez exposições no Brasil e no exterior. Primeira capa de revista do fotógrafo Claudio Gatti foi de Silvio Santos
Claudio Gatti/arquivo pessoal
Neste sábado (17), com a notícia da morte de Silvio Santos algumas das muitas histórias que se ouviu era sobre o olhar que ele tinha para reconhecer talentos. E em alguns casos, Silvio nunca soube a diferença que fez na carreira de muita gente.
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Uma foto dele ao lado da filha Patrícia Abravanel em 2001, foi o suficiente para mudar a vida do fotógrafo de Mogi das Cruzes, Claudio Gatti.
Aos 28 anos, Gatti tinha chegado em São Paulo para apostar na profissão que o fez largar as graduações de engenharia e matemática.
“Meu pai era pedreiro e não tinha condição de estar em São Paulo. Eu sai de Mogi com quatro miojos e uma pedra de sabão para me manter na primeira semana”, conta Gatti.
O caminho do mogiano se entrelaçou com o de Silvio Santos quando uma das filhas do comunicador, Patrícia Abravanel, foi libertada de um sequestro.
Ele tinha acabado de chegar na capital para trabalhar em uma revista e foi escalado com mais um fotógrafo para fazer plantão na frente da casa de Silvio Santos.
“Fiquei uma semana na frente da casa do Silvio. A gente fazia vaquinha e pedia pizza e esfirra na porta da casa.”
Quando Silvio Santos apareceu na janela abraçando a filha, ele conseguiu fazer a foto. “O outro fotógrafo que foi comigo não fez. E eu tive um único clique e na revista me apelidaram de chapa e”, lembra Gatti.
O fotógrafo explica que naquela época as fotos eram feitas em rolos de filmes com 36 poses e quando terminava vinha sempre uma pose a mais identificada com uma letra que, geralmente, era e ou f. “Quando terminei o trabalho fiquei achando que peguei a foto. Quando revelei o material e fui ver, a foto estava na chapa e.”
Fotos de Claudio Gatti já fizeram parte de exposições no Brasil e no exterior
Divulgação
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Essa foi a primeira capa de revista de Claudio Gatti que aponta esse momento como a realização do sonho de se tornar fotógrafo. “Ali ganhei um respeito e credibilidade muito grande. E começou a aparecer outros trabalhos”, afirma o fotógrafo que tem 22 anos de carreira.
“Nunca falei não para uma foto.”
Desde então, ele é responsável por capas de revista de circulação nacional. O trabalho de Gatti já foi destaque em exposições no Brasil e ao redor do mundo, como no Museu do Louvre em Paris e em Veneza.
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