Medicamentos foram roubados de unidades de saúde de Maceió e deveriam ser distribuídos pelo SUS a pacientes com câncer e doenças raras. Nove pessoas foram presas. Polícia prende quadrilha por furto de medicamentos de alto custo em Maceió
Os medicamentos que estavam sendo roubados de unidades de saúde por uma quadrilha em Maceió são de alto custo e destinados a pacientes com câncer e doenças raras. A medicação deveria ser distribuída a pessoas atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas era alvo de uma rede criminosa que lucrava muito com os roubos.
Os valores indicam que os integrantes da quadrilha sabiam exatamente quais remédios poderiam gerar mais lucro com a venda ilegal. Para se ter ideia, apenas um deles, o Keytruda, chega a mais de R$ 22 mil. Ele é usado por pacientes com câncer colorretal, pulmão, rim, entre outras indicações. Geralmente, cada embalagem contém apenas um frasco da medicação. A depender da necessidade do paciente, a dose recomendada pode exigir até dois frascos, elevando ainda mais o custo.
Outra medicação que estava sendo roubada era o Perjeta, que chega a custar até R$ 19 mil. Ele é usado por pacientes com câncer de mama em diferentes estágios da doença.
Veja os preços de outros remédios que eram alvos da quadrilha:
Valores dos remédios roubados pela quadrilha
Dez mandados de prisão foram expedidos nesta quinta-feira (2) e 9 pessoas foram presas. A Polícia Civil ainda procura por mais uma pessoa envolvida no esquema. Do total de presos, seis foram encontrados com remédios e, por isso, foram presos em flagrante. Todos trabalhavam para um homem que comandava a quadrilha, que também foi preso.
Segundo a Polícia Civil, o homem que comandava a quadrilha era dono de uma distribuidora de remédios, mas fechou a empresa e manteve contato com as empresas terceirizadas de limpeza e serviços gerais que prestam serviço nas unidades de saúde. Ele aliciava essas pessoas, que roubavam a medicação e repassavam a ele. Depois, ele entregava os remédios a um intermediário para revender aos receptadores.
“Esse indivíduo, que é tido como o líder da organização criminosa, começou a procurar pessoas que trabalhavam em empresas terceirizadas dentro dos hospitais e das farmácias do estado com o objetivo de cooptá-las, oferecendo valores financeiros para que elas realizassem subtrações de medicamentos”, explicou o delegado Lucimério Campos.
Os remédios eram vendidos de forma ilegal e clandestina para empresários donos de farmácia e distribuidoras de medicamentos, inclusive de fora do estado. Dois dos investigados têm passagem pela polícia, eles já foram presos pelo mesmo crime: receptação de medicamentos.
Todos serão indiciados por furto qualificado, receptação, organização criminosa e crimes contra saúde pública. A Polícia Civil afirma que o roubo vinha sendo praticado há muito tempo.
“O prejuízo causado ao erário foi gigantesco, mas o que é pior é o prejuízo causado à sociedade. Pessoas doentes, com doenças graves, raras, precisando desse tipo de medicamento, que muitas vezes não conseguiam obter por parte do Estado porque esses indivíduos estavam subtraindo”, disse o delegado Gustavo Henrique.
A Polícia Civil afirma que o inquérito ainda não está concluído e que essa é apenas uma fase da nossa investigação. Além dos medicamentos, a polícia apreendeu diversos dispositivos eletrônicos e celulares. Todos eles serão periciados e levar a novas fases da investigação.
Remédios roubados por quadrilha em unidades de saúde em Maceió
Ascom SSP-AL
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