Suspeito utilizava contas de laranjas para movimentar dinheiro público. Ele confessou o crime e chegou a devolver R$ 32 mil, segundo a Polícia Civil. Câmara Municipal de Araguanã
Google Street View/ Reprodução
O secretário geral e tesoureiro da Câmara Municipal de Araguanã, no norte do Tocantins, é suspeito de movimentar R$ 800 mil entre a conta bancária do ente público e a sua própria conta. O desvio de verba teria sido feito para pagar dívidas de jogos eletrônicos pelas quais o homem estava sendo ameaçado de morte.
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De acordo com a Polícia Civil, o esquema funcionava com o uso de contas de terceiros, selecionados pelo investigado. O secretário realizava a transferência da conta da Câmara para um laranja que devolvia a transferência em troca de uma comissão.
O suspeito chegou a confessar o crime e assumir o compromisso de devolver o dinheiro. Ele assinou um documento com a confissão e restituiu R$ 32 mil à conta da Câmara.
O nome do investigado não foi divulgado, por isso o g1 não teve acesso à sua defesa. A reportagem entrou em contato com a Câmara Municipal de Araguanã, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
Conforme o delegado Gilmar Silva de Oliveira, a quebra do sigilo bancário revelou que o secretário movimentou R$ 800 mil somente em 2023. O valor pode ser ainda maior, pois não se sabe a quantia exata que foi movimentada através das contas de terceiros.
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Ainda segundo o delegado, o presidente da Câmara Municipal de Araguanã chegou a tomar medidas legais quando descobriu o caso. O servidor foi suspenso e as senhas de algumas contas foram alteradas. Mas teria negligenciado outros cuidados com as contas da entidade.
“Apesar de ter suspendido o servidor e mudado as senhas, ele ainda o deixou realizando os agendamentos de pagamento, sendo que deveria ter afastado totalmente o servidor até a conclusão do processo disciplinar instaurado. Essa conduta criou condições favoráveis para que o suspeito continuasse a praticar os desvios”, explicou.
Foi solicitado o bloqueio dos bens do secretário, conforme prevê a legislação em casos de prejuízo aos cofres públicos. O inquérito policial foi instaurado em 2024 e concluído nesta quarta-feira (15), e será encaminhado ao Poder Judiciário.
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