Pela 1ª vez realizada no Brasil, encontro reúne as maiores economias do mundo para criar propostas sobre temas de interesse global. Cúpula será nos dias 18 e 19/11, mas o G20 Social, o U20 e o Aliança Global Festival já movimentam a cidade a partir de quinta (14). Falta uma semana para a reunião de cúpula do G20
De quinta-feira (14) até terça (19), o Rio receberá o G20, o encontro das principais economias do planeta, pela primeira vez realizado no Brasil.
A capital fluminense foi a cidade escolhida para receber a Cúpula dos Líderes do G20, com os chefes de Estado, na segunda (18) e na terça (19), e também a intensa programação paralela: Cúpula do G20 Social, Urban 20 e Aliança Global Festival.
São aguardadas 55 delegações de 40 países e de 15 organismos internacionais. Entre os confirmados estão os presidentes de Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping.
Mas o que é o G20? Quais países participam? O que ele define? Como serão os eventos? Qual o papel do Brasil? O g1 separou algumas questões sobre a cúpula. Veja abaixo.
O que significa G20?
Quem faz parte do G20?
Quem vem?
Quando o G20 foi criado?
Onde foram as outras cúpulas?
Por que o Rio foi escolhido como sede?
O que o Brasil vai propor?
O G20 aprova leis?
Onde serão os eventos do G20 no Rio?
Quais são os eventos paralelos?
Eu vou ter o ‘megaferiadão’?
O G20 vai fechar ruas?
O Aeroporto Santos Dumont vai fechar?
O Rio terá GLO?
O que significa G20?
É a abreviação para “Grupo dos Vinte”, um “clube” de cooperação internacional, que discute iniciativas para promover melhorias econômicas, políticas e sociais nas nações que fazem parte dele.
Esse “clube” negocia acordos ao longo do ano e os assina justamente no último dia da reunião de cúpula.
Quem faz parte do G20?
São 19 nações…
África do Sul
Alemanha
Arábia Saudita
Argentina
Austrália
Brasil
Canadá
China
Coreia do Sul
Estados Unidos
França
Índia
Indonésia
Itália
Japão
México
Reino Unido
Rússia
Turquia
… mais a União Africana e a União Europeia.
Quem vem?
Joe Biden, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China, confirmaram presença. Vladimir Putin, da Rússia, avisou que não vem – deve ser representado pelo ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. Veja a lista completa de quem já confirmou ou afirmou que não vem.
Quando o G20 foi criado?
O “clube” surgiu no fim da década de 1990, depois de uma crise financeira que começou na Ásia e abalou o mundo.
E foi justamente em outra crise econômica, a de 2008, que o grupo decidiu fazer reuniões periódicas entre os membros.
A que vai acontecer no Rio de Janeiro é a 19ª.
Onde foram as outras cúpulas?
2008: Washington, Estados Unidos
2009: Londres, Reino Unido
2009: Pittsburgh, Estados Unidos
2010: Toronto, Canadá
2010: Seul, Coreia do Sul
2011: Cannes, França
2012, Los Cabos, México
2013: São Petersburgo, Rússia
2014: Brisbane, Austrália
2015: Antália, Turquia
2016: Hangzhou, China
2017: Hamburgo, Alemanha
2018: Buenos Aires, Argentina
2019: Osaka, Japão
2020: Riad, Arábia Saudita
2021: Roma, Itália
2022: Bali, Indonésia
2023: Nova Déli, Índia
2024: Rio de Janeiro, Brasil
Por que o Rio foi escolhido como sede?
A presidência do G20 é rotativa e muda a cada ano. O Brasil foi escolhido para chefiar o “clube” em 2024 — e cabe ao país-líder organizar a cúpula e definir temas para discussão.
O que o Brasil vai propor?
Sob presidência do Brasil, o G20 transformou três temas em prioridade:
combate à fome, à desigualdade e à pobreza (foi lançada a Aliança Global Contra a Fome);
enfrentamento às mudanças climáticas e por políticas de sustentabilidade e uma transição energética justa;
uma nova governança global, para que países emergentes tenham mais representatividade em órgãos como a Organização das Nações Unidas (ONU).
Depois de meses de negociações e incontáveis reuniões, os sherpas, que são os representantes dos chefes de estado, se encontram antes da cúpula para redigir a declaração de líderes do G20 no Rio.
O documento que reúne as propostas do G20 sob a presidência brasileira também vai fazer referência aos conflitos mundiais – as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio – com um pedido de paz.
“Nós queremos combater a mudança do clima e reduzir ou eliminar a fome no mundo, mas, para isso, é preciso paz, porque a guerra implica redirecionamento de recursos financeiros e vontade política e atenção política, eu diria, para as causas erradas, que são as causas da guerra. E o que nós queremos é, justamente, ter paz pra poder combater a mudança do clima e combater a fome”, afirma o embaixador Maurício Lyrio, o sherpa brasileiro no G20.
O G20 aprova leis?
Não, o “clube” não tem nenhum poder legislativo e não tem como impor obrigações. Mas os membros firmam compromissos de políticas econômicas, sociais e de governo.
“O G20, por ser uma organização não formal, ela não tem meios de verificação do cumprimento das metas estabelecidas entre os estados. Ele se sustenta na confiança de que os governos vão cumprir aquilo que comprometeram naquela reunião. Só que isso é impactado por mudanças nos governos, às vezes os ciclos eleitorais trazem mudanças radicais, e isso vai impactar na implementação das medidas e dos acordos chegados no G20”, analisa Fernanda Brandão, coordenadora do curso de Relações Internacionais da Mackenzie Rio.
Onde serão os eventos do G20 no Rio?
A cúpula com os chefes de Estado foi marcada para os dias 18 e 19 e vai ser no Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, na altura da Glória. O espaço passou por uma reforma de R$ 40 milhões.
A Zona Portuária receberá os eventos paralelos.
Quais são os eventos paralelos?
De quinta-feira (14) a domingo (16), haverá três eventos paralelos do G20 (clique nos links para saber mais sobre cada evento):
A Cúpula do G20 Social, que vai reunir cidadãos dos países do grupo, acontece entre os dias 14 e 16 nos armazéns do Porto Maravilha (veja a programação).
No fim da tarde, a Aliança Global Festival leva à Praça Mauá terá shows ao ar livre, abertos ao público — a expectativa é receber 40 mil pessoas por dia. Estão confirmados artistas como Seu Jorge, Ney Matogrosso, Fafá de Belém, Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira, Alceu Valença, entre outros (veja a programação completa).
A região também vai receber o Urban 20, ou U20, com prefeitos e representantes de mais de 60 cidades do mundo (mais sobre o U20).
Eu vou ter o ‘megaferiadão’?
Para facilitar o deslocamento das delegações, foi criado um grande feriado, a fim de “esvaziar” as ruas da cidade.
A “folga” — que não vale para todo mundo — começa na sexta-feira, 15 de novembro, Dia da Proclamação da República; segue pelo fim de semana, no sábado (16) e domingo (17); avança pela segunda (18) e terça (19), dias determinados como feriados extraordinários devido à Cúpula, e se encerra no Dia da Consciência Negra (quarta, 20).
Não haverá expediente nos órgãos públicos, e os bancos também vão fechar — contas de consumo (como água, energia e telefone) e carnês com vencimento no feriado poderão ser pagos sem acréscimo no 21 de novembro.
Unidades de saúde, a coleta de lixo e algumas indústrias não vão parar; comércio de rua, bares e restaurantes também poderão abrir.
O feriadão será só na cidade do Rio.
O G20 vai fechar ruas?
Prefeitura do Rio divulga plano operacional para o G20
Sim. Nos dias 17, 18 e 19, o Aterro do Flamengo estará bloqueado para o deslocamento das comitivas.
Outra mudança é a suspensão das áreas de lazer da orla nesses dias, mesmo sendo feriado, para escoar o trânsito.
O Aeroporto Santos Dumont vai fechar?
Sim. Por medida de segurança, as operações aéreas do Aeroporto Santos Dumont serão interrompidas nos dias 18 e 19, durante a Cúpula do G20.
Segundo o governo federal, as operações comerciais programadas para o aeroporto central do Rio serão redirecionadas para o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), de acordo com as diretrizes operacionais das companhias aéreas e a capacidade operacional daquele aeroporto.
A suspensão temporária dos voos foi necessária diante das restrições de mobilidade nas proximidades do Museu de Arte Moderna (MAM Rio), onde será realizada a Cúpula do G20, localizado a 550 metros do Santos Dumont.
O Rio terá GLO?
Reforço na segurança do Rio para o G20 começa quinta-feira
Sim, o decreto de Garantia da Lei e da Ordem, publicado na última sexta (8), será válido entre os dias 14 e 21 de novembro e cobrirá áreas específicas da cidade.
Militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica terão poder de polícia no que se refere à segurança das autoridades e comitivas presentes ao evento, nas seguintes regiões da cidade:
As imediações do Museu de Arte Moderna, da Marina da Glória e do Monumento a Estácio de Sá, na região do Aterro do Flamengo e da Glória;
o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, e o entorno dele, a partir da entrada da Ilha do Governador, assim como as vias de acesso – Linha Vermelha e Linha Amarela
os locais de hospedagem dos chefes de estado;
as vias de circulação das autoridades, tanto nos deslocamentos para os hotéis, quanto para as reuniões;
as águas da Baía de Guanabara nestas localidades.