Fontes do Palácio do Planalto confirmaram ao blog que, em um prazo de duas semanas, sairá a indicação do diretor do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para presidir a instituição.
Todo movimento recente, inclusive as falas de Galípolo endurecendo o tom da política monetária, tem o aval do Palácio do Planalto.
Segundo uma fonte, é preciso dar musculatura e credibilidade para que ele tenha condições de comandar o BC após a saída de Roberto Campos Neto, no fim do ano.
Quem é Gabriel Galípolo
O sinal verde para o endurecimento das falas surgiu na esteira da grande pressão sobre o dólar com as declarações de Lula criticando a taxa de juros, o BC e a autonomia da instituição.
Nas duas últimas semanas, Galípolo reafirmou de forma firme a ata do Copom de que, se fosse necessário, haveria elevação da taxa de juros para combater a inflação.
Mais do que de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, o nome de Galípolo foi uma escolha pessoal do presidente Lula.
Até o início do ano, outras opções estavam no radar da Fazenda e do mercado. Esse movimento para dar credibilidade a Galípolo é consequência direta do racha no Copom em maio, quando os diretores indicados de Lula votaram por uma redução maior da taxa de juros, tese que perdeu na reunião.
A partir dali, nas duas reuniões seguintes — que mantiveram a Selic em 10,5% ao ano —, as decisões foram unânimes.