Alguns trechos já estavam suspensos desde semana passada, mas a situação piorou depois de uma nova fiscalização nos veículos ocorrida nesta terça-feira (30). A Gardenia deixou de operar temporariamente todas as linhas intermunicipais que atendem o Sul de Minas, segundo a empresa. Alguns trechos já estavam suspensos desde semana passada, mas a situação piorou depois de uma nova fiscalização nos veículos ocorrida nesta terça-feira (30). Mais ônibus foram autuados.
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A operação Ponto Final foi realizada por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) e o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). Os problemas dos veículos incluem falta de conforto e segurança, descumprimento de quadros de horários.
Operação Ponto Final termina segundo dia de fiscalização com 13 ônibus da Gardenia retirados de circulação
Danielle Formaggio
O trabalho fiscalizou as linhas intermunicipais da empresa Gardenia que atendem municípios no Sul de Minas. As abordagens foram realizadas simultaneamente no Terminal Rodoviário de Belo Horizonte e na Rodoviária de Pouso Alegre nesta terça-feira (30). Ao todo, a equipe de fiscais emitiu 37 autuações.
Três veículos que saíam da capital pela manhã em direção a cidades do Sul de Minas foram retirados de circulação por apresentarem problemas mecânicos e irregularidades na documentação. A empresa foi autuada também descumprimento de viagens, já que seis veículos não compareceram para iniciar os itinerários nos horários previstos.
“São infrações relacionadas ao conforto e higiene. Os veículos tirados de circulação, há questões relacionadas à segurança, que impedem o funcionamento e o prosseguimento da viagem. Todos os veículos foram autuados e todos os laudos serão juntados para esse processo”, explica Eirênio Jaderson de Souza, diretor de regulação.
Operação Ponto Final fiscaliza linhas de ônibus intermunicipais que atendem o Sul de Minas
Danielle Moura Formaggio
Conforme a secretaria, se não houver a regularização da frota, a Gardenia pode chegar a perder a concessão das linhas de transporte intermunicipal.
“Ela [a empresa] tem os contratos em vigor e será instaurado um processo administrativo que pode vir ou não a cassação da licitação. […] Se ela não conseguir recuperar a condição técnica de operação, o contrato dela pode ser cassado. […] Todo o processo segue a questão da lei federal, que tem a duração entre 90 e 180 dias para essa decisão”, explica.
Alteração repentina causa transtorno
Com essa suspensão, o trecho Poços de Caldas até Belo Horizonte é operado desde segunda-feira (29) por outra viação. A mudança repentina causou transtorno para os moradores que já tinham comprado passagens da Gardenia.
O problema foi registrado em um boletim de ocorrência pelos cerca de 20 passageiros que ficaram na rodoviária durante a noite de segunda-feira aguardando pela viagem, que não aconteceu.
A Gardenia já não estava operando o trecho e a Gontijo ainda não tinha assumido todos os horários. Portanto, não foi possível embarcar. A próxima viagem acontecia só quase 12 horas depois e os passageiros tiveram que remarcar os compromissos.
Alteração repentina na linha da Gardenia causou transtorno na rodoviária de Poços de Caldas, MG
Marcos Corrêa
“Chamei a viatura da polícia e tentei conversar com as partes, que seriam da Gardenia e da Gontijo. A Gardenia me passou um monte de papel dizendo que não podia levar o carro que estava apreendido. E a Gontijo também não podia, eles vão começar a trabalhar no próximo dia seguinte, às 8 da manhã. Não nos negaram de levar a gente no carro deles […] mas naquele exato momento, eles não poderiam tirar o ônibus, porque o motorista tinha acabado de chegar de viagem, então ele não ia dar conta de voltar. É uma viagem bem longa. Acabou que o que me deixou mais triste foi a falta de consideração da empresa Gardenia e Gontijo que está começando a operar”, relata o passageiro Max Donizete.
A EPTV Sul de Minas, afiliada Rede Globo, tentou contato com a empresa Gontijo, que assumiu o trecho, mas até a última publicação não havia retorno.
Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), a empresa assumiu o serviço na manhã de terça-feira (30) para regularizar a emissão de passagens e outras demandas. Ainda segundo a secretaria, as linhas que atendem o Sul de Minas foram normalizadas.
O que diz a Gardenia
Em nota, a Viação Gardenia afirmou que foi surpreendida com a notificação da Seinfra quanto à suspensão temporária imediata de diversas linhas operadas pela empresa, isso porque vinha mantendo tratativas com o setor de fiscalização do DER-MG para regularizar a situação dos veículos.
A empresa relata não ter recebido notificação prévia que pudesse prevenir aos consumidores que já tinham comprado passagens. E que além de prejudicar os usuários, também não está visando a recuperação da empresa, que não vai receber pelas viagens feitas neste período.
A viação também afirmou que tem um plano de ação emergencial com investimento em veículos e que há linhas deficitárias; que a suspensão é temporária e deve recuperar essas linhas de forma gradativa, algumas em sete, dez e no máximo 20 dias.
Já a Seinfra reforça que as operações são feitas para garantir para assegurar o transporte dos usuários, a segurança e o conforto dos passageiros. Que a operação foi motivada pela quantidade de irregularidades encontradas em ações da mesma empresa e para apurar o grande número de reclamações registradas por passageiros que incluem atrasos e má conservação.
Ônibus retirados de circulação
Entre os dias 10 e 12 de abril, dez ônibus da empresa Gardenia foram retirados de circulação no Sul de Minas, por problemas de manutenção identificados durante uma fiscalização A ação visava apurar irregularidades na operação de linhas intermunicipais em Passos, Cássia e Poços de Caldas.
Fiscalização tira de circulação dez ônibus de linhas intermunicipais no Sul de Minas
Divulgação / Seinfra
A companhia de viação atende 107 municípios na região, transportando quase 2 milhões de passageiros por ano. Para que os usuários não fiquem sem atendimento, a Seinfra concedeu uma autorização para que a empresa Santa Cruz opere emergencialmente as linhas.
Na ocasião, a Viação Expresso Gardenia informou ao g1 que em relação aos dez ônibus retirados de circulação, as restrições anotadas são referentes às questões burocráticas, como ausência de documento relacionado à comprovação de medidas corretivas na frota, pois “em virtude do curto prazo, não foram possíveis de serem enviadas a tempo ao órgão de regulação”.
A empresa também afirmou que as autuações não têm relação com problemas técnicos que pudessem comprometer a segurança dos passageiros, e que vem atendendo aos requisitos e fiscalizando todos os veículos.
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