9 de outubro de 2024

General Richard diz que não houve ‘ingerência política’ na escolha da chefia de Polícia da época da morte de Marielle

Secretário de Segurança durante a intervenção no RJ, em 2018, Richard Nunes disse no STF que a escolha de Rivaldo Barbosa foi sua e não por indicação do partido de Domingos Brazão. Relatório de Inteligência da secretaria contraindicava a nomeação, mas militar não viu crime e sim uma possível questão moral. General Richard Nunes, chefe do Estado Maior do Exército, em depoimento do caso Marielle, no STF
Reprodução
Em depoimento no STF, o ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro durante a intervenção federal, em 2018, o general do Exército, Richard Nunes disse que não sofreu interferência na escolha do então Chefe de Polícia Civil, o delegado Rivaldo Barbosa.
O delegado Rivaldo Barbosa é um dos réus no processo que está no Supremo Tribunal Federal (STF) que trata sobre os possíveis mandantes no assassinato da vereadora Marielle Franco e que resultou ainda na morte do motorista Anderson Gomes.
Ainda são réus neste processo:
Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE)
Chiquinho Brazão, deputado federal
Ronald Alves Pereira, major da Polícia Militar
Robson Calixto Fonseca, o Peixe.
O general Richard prestou depoimento no processo do caso Marielle e afirmou: “Não houve nenhuma ingerência na escolha (do delegado). A decisão foi tomada por mim”.
O delegado Rivaldo Barbosa, preso na Penitenciária Federal de Brasília
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Contraindicação da própria secretaria
Na ocasião em que foi nomeado à Chefia de Polícia (a instituição não era secretaria ainda, o que passaria a ser em 2019), o nome de Rivaldo Barbosa foi contraindicado para o cargo pela Subsecretaria de Inteligência da própria secretaria. O general Richard não viu os documentos como problema.
“Não vi naqueles informes algo de concreto, mas era algo que tinha que observar. Caso houvesse algo, eu mudaria. Isso não ocorreu”, disse.
Em seu depoimento, de pouco mais de 2h, o general ainda contou que as informações do documento apontavam que o delegado Rivaldo usaria o cargo para a obtenção de vantagens:
“Isso não ensejaria alguma medida imediata”, conta o general que “enxergou algo no campo da moralidade e não no campo criminal”.

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