Gilberto Gil na estreia nacional da turnê do show ‘Tempo rei’ em estádio de Salvador (BA)
Pridia / Reprodução Instagram Gilberto Gil
♫ ANÁLISE
♪ Gilberto Gil nunca parou de compor desde que realizou as primeiras gravações em 1962, em Salvador (BA), antes de alcançar projeção nacional a partir de 1965.
Contudo, o suprassumo do cancioneiro gigante do artista baiano está concentrado no período de 20 anos que vai de 1965 – ano do samba autobiográfico Eu vim da Bahia – até 1985, ano do álbum Dia dorim noite neon, fecho de fase pop em que que Gil legou grandes sucessos ao cancioneiro nacional na primeira metade da década de 1980.
Não por acaso, o roteiro do show Tempo rei é quase inteiramente centrado no período 1965 – 1985, como testemunhado na noite de ontem, 15 de março, pelo público que lotou o estádio Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), para assistir à estreia nacional da última grande turnê do artista.
As exceções são o reggae A novidade (parceria com Os Paralamas do Sucesso apresentada em 1986 em álbum do grupo), Estrela (canção que Gil somente gravaria em 1997, mas que foi lançada de forma obscura em 1981 pelo cantor Carlos Pitta) e Esperando na janela (Targino Gondim, Manuca Almeida e Raimundinho do Acordeom, 2000), derradeiro grande sucesso desgarrado do trilho autoral do cancioneiro do artista.
No espelho do tempo rei, o cantor, compositor e músico revê a própria obra e reflete sobre a era política de tempos idos (?) através do depoimento em vídeo de Chico Buarque, parceiro de Cálice (1973), música censurada nos anos de chumbo.
Fora desse trilho autoral, o cantor reviveu Eu só quero um xodó, xote de Dominguinhos (1941 – 2013) e Anastácia lançado por Gil em single blockbuster de 1973.
Pela magnitude da obra, ausências do roteiro já estão sendo sentidas nas redes sociais pelos seguidores do artista, caso de Super homem, a canção, sucesso do álbum Realce (1979) que atravessou gerações.
A estreia da turnê Tempo rei teve as participações de Russo Passapusso no canto de Emoriô (João Donato e Gilberto Gil, 1975) e da cantora Margareth Menezes no ijexá Toda menina baiana (1979).
♪ Eis as 29 músicas do roteiro seguido por Gilberto Gil em 15 de março de de 2025 na estreia nacional do show da turnê Tempo rei no estádio Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), cidade natal do artista nascido na Bahia em 26 de junho de 1942:
1. Palco (Gilberto Gil, 1980)
2. Banda um (Gilberto Gil, 1982)
3. Tempo rei (Gilberto Gil, 1984) – com citação de Aqui e agora (Gilberto Gil, 1977) na fala do artista
4. Eu só quero um xodó (Dominguinhos e Anastácia, 1973)
5. Eu vim da Bahia (Gilberto Gil, 1965)
6. Procissão (Gilberto Gil e Edy Star, 1965)
7. Domingo no parque (Gilberto Gil, 1967)
8. Cálice (Gilberto Gil e Chico Buarque, 1973)
9. Back in Bahia (Gilberto Gil, 1972)
10. Refazenda (Gilberto Gil, 1975)
11. Refavela (Gilberto Gil, 1977)
12. Não chore mais (No woman no cry) (Vincent Ford, 1974, em versão em português de Gilberto Gil, 1979)
13. Extra (Gilberto Gil, 1983)
14. Vamos fugir (Gilberto Gil e Liminha, 1984)
15. A novidade (Herbert Vianna, Bi Ribeiro, João Barone e Gilberto Gil, 1973)
16. Realce (Giberto Gil, 1979)
17. A gente precisa ver o luar (Gilberto Gil, 1981)
18. Punk da periferia (Gilberto Gil, 1983)
19. Extra II – O rock do segurança (Gilberto Gil, 1984)
20. Se eu quiser falar com Deus (Gilberto Gil, 1980)
21. Drão (Gilberto Gil, 1982)
22. Estrela (Gilberto Gil, 1981)
23. Esotérico (Gilberto Gil, 1976)
24. Expresso 2222 (Gilberto Gil, 1972)
25. Andar com fé (Gilberto Gil, 1972)
26. Emoriô (João Donato e Gilberto Gil, 1975) – com Russo Passapusso
27. Toda menina baiana (Gilberto Gil, 1979) – com Margareth Menezes
Bis:
28. Esperando na janela (Targino Gondim, Manuca Almeida e Raimundinho do Acordeom, 2000)
29. Aquele abraço (Gilberto Gil, 1969)