Órgãos de fiscalização e combate de queimadas, além de entidades da agricultura e pecuária vão compor o comitê. Governo pretende visa o compartilhamento de dados para diminuir os incêndios Comitê formado para combater os focos de incêndio, em Goiás
Rodrigo Melo / O Popular
O governo de Goiás criou, nesta terça-feira (27), uma força-tarefa com os órgãos de fiscalização e combate de queimadas, somados a entidades da agricultura e pecuária, com o objetivo de diminuir os focos de incêndio no estado. De acordo com o governador Ronaldo Caiado (UB), um dos motivos da criação desse comitê é devido ao atraso das chuvas neste ano, que devem ocorrer de forma mais intensa somente em novembro. O estado registrou o dobro de incêndios em agosto de 2024 se comparado ao mesmo mês de 2023.
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“Fizemos questão de convidar esses representantes para que possamos atuar com aquilo que já temos de informação sobre os incêndios, colocando tudo isso à disposição para interagir informações. Todos nós estamos aqui de mãos dadas para esse objetivo”, explicou o governador.
O grupo é composto pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e entidades rurais, como a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Organização das Cooperativas Brasileiras de Goiás (OCB-GO), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás (Senar-GO) e Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol De Goiás (Sifaeg).
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Dados
Conforme os dados do painel BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até o momento, este já é o agosto com o segundo maior número de focos de incêndio desde 2018 em Goiás. Foram contabilizados 978 pontos de fogo, o quantitativo pode superar o ano de 2021, que teve 1.056 registros. Mais da metade (51,7%) dos incêndios ocorreu na última semana.
A quantidade de focos de incêndio na área de vegetação deste mês, em território goiano, representa 1,9% do percentual de queimadas em todo país. Nos primeiros lugares estão Mato Grosso (10.424 focos – 20,2%), Pará (9.625 focos – 18,7%) e Amazonas (7.789 focos – 15,1%).
Produtores rurais fazem força-tarefa e alugam aviões para apagar incêndio em Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
O subcomandante-geral dos Bombeiros de Goiás, Pablo Lamaro Frazão, disse que 90% dos focos de incêndio ocorrem por ação humana, ao tentar limpar a área e jogando lixo em local indevido.
Efetivo dos bombeiros
Questionado sobre a necessidade de aumentar o número de socorristas no Corpo de Bombeiros para o combate dos incêndios, o governador respondeu que o efetivo é suficiente e que é necessário intensificar as medidas para conscientizar a população contra a prática das queimadas.
Já o subcomandante-geral dos Bombeiros de Goiás destacou a importância da força-tarefa para colaborar no combate com os socorristas.
“O nosso efetivo está sendo suficiente, porque nós estamos sendo eficientes e eficazes durante esse combate. É claro que nós, sozinhos, não faremos nada sem a ajuda da sociedade organizada. […] Tem mais de 2 anos que não tem um grande incêndio nessas áreas de preservação ambiental. É graças a esse trabalho também em conjunto”, disse Frazão
Nova Lei Estadual
Caiado informou que foi determinado à Casa Civil a apresentação de um projeto de lei para que haja punições severas contra quem pratica queimadas de forma criminosa. Vale ressaltar que já existe uma legislação brasileira que prevê uma pena de reclusão de dois a quatro anos e multa para quem provocar incêndio em mata ou floresta.
“É inaceitável que essas pessoas amanhã se beneficiem por uma falta de legislação, em uma situação emergencial como todos os estados estão passando. Nós seremos muito mais duros em relação ao assunto”, declarou.
Tecnologia
Segundo a secretária da Semad, Andréa Vulcanis, o estado possui um sistema de monitoramento com dados de 15 satélites, onde é possível acompanhar o surgimento de novos focos praticamente em tempo real.
“Satélite passou, detectou fumaça, incêndio, imediatamente toca no celular, por WhatsApp, de todos os brigadistas responsáveis para fazer uma atuação. Dentro das unidades de conservação, hoje temos uma resposta de emergência de no máximo dez minutos, o que reduziu os incêndios em 80%”, explicou Vulcanis.