4 de janeiro de 2025

‘Golpe da piscina’: polícia investiga calote de firma que cava o buraco, mas não entrega a obra

Uma cliente diz esperar o produto há um ano. BG Piscinas alega ‘período de inadimplência’. Uma loja que vende piscinas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, está sendo investigada pela Polícia Civil do RJ depois que clientes relataram calote.
Segundo as denúncias na 56ª DP (Comendador Soares) e na 96ª DP (Miguel Pereira), após fechar o negócio, a BG Piscinas chega a fazer medições nas casas e até a cavar o buraco, mas não termina a obra.
A firma atende pela internet, e a loja física fica na Avenida Abílio Augusto Távora, no bairro Valverde. O dono é Rafael Pereira Dias Veronezes, mas o CNPJ está no nome do cunhado, Fabiano de Oliveira Simplicio.
O que relatam as vítimas
Uma mulher afirma esperar pela piscina desde o fim de 2022. Ela contou que pegou o dinheiro do FGTS e comprou, com desconto, um modelo de R$ 9 mil para começar um trabalho com crianças. O quintal dela foi escavado, mas parou por aí.
“Eu estava na busca de uma realização de um sonho. O dono da loja falou que tinha o melhor preço no mercado e que iria me ajudar. Ele falou assim: ‘Vou tirar R$ 3 mil [eram R$ 12 mil] e vou fazer a piscina para você por R$ 9 mil. Fiz o Pix para o CNPJ da loja dele. Só que até o dia de hoje ele não me entregou a piscina”, disse.
“Ele sempre vinha com desculpas dizendo que vai entregar, mas não entrega. Foi onde eu descobri que ele fez várias vítimas”, emendou.
Outro cliente informou ter comprado uma piscina com o Rafael em setembro do ano passado. “O cara tem o papo muito bom. Fez os buracos todos, a minha casa ficou esburacada. Passou um tempo, já vi que se tratava de um golpe. Foram R$ 8 mil em dois cartões”, lembrou.
Ele disse que tentou cancelar, e Rafael teria respondido: “Tem certeza? Deixa eu terminar de realizar esse sonho”. “Depois disso, nunca mais achei ele.”
Um irmão de outro cliente que se diz lesado se passou por comprador recentemente, e Rafael disse que “tinha a piscina para pronta entrega”.
“Ele disse para o meu irmão que o modelo desejado seria instalado em 7 dias. Por que, para mim, que já efetuei o pagamento, já se passou 1 ano, e ele não tem a piscina para entregar?”, indagou.
Outra família alegou ter caído em 2 golpes de Rafael, em um prejuízo de R$ 20 mil desde setembro de 2022.
“Cavou o buraco, deu chuva, encheu de água. Sempre entrava em contato e dizia: ‘A gente vai resolver isso’. Fizemos um acordo com ele de comprar outra piscina e ele pagaria aquela outra. A gente entra em contato com ele, ele fala que vai pagar, vai pagar, e até hoje ele só devolveu R$ 1 mil”, relatou a cliente.
Marcos Paulo dos Santos Fernandes contou ter gastado R$ 13 mil na BG e reclamou de calote. Ele processou Rafael e ganhou na Justiça, mas não recuperou o dinheiro.
“Ganhei a causa, mas não tem nada no nome dele. Já fiquei sabendo que ele tirou tudo do nome dele e abriu outro CNPJ para ‘continuar vendendo piscina’”, denunciou.
Pelo menos 39 processos já foram abertos contra Fabiano no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
O que diz a loja
A empresa BG Piscinas alegou que passou por um período de inadimplência, devido a alguns cheques que não foram pagos. E se colocou à disposição para resolver qualquer pendência com os clientes que se sentiram prejudicados.

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