20 de setembro de 2024

Governo e empresas de telecomunicações discutem formas de a TV aberta ficar muito mais interativa no Brasil

A TV 3.0 vai unir os sinais da TV aberta com o da internet e, com isso, gerar muito mais possibilidades: mais conforto, qualidade, praticidade e interatividade. Governo Federal e empresas da área de comunicação discutem a tv do futuro
Um seminário do governo federal com empresas de radiodifusão, de tecnologia, fabricantes de televisores e pesquisadores discutiu nesta quarta-feira (3), em Brasília, a criação da chamada TV 3.0, que vai permitir mais interatividade, mantendo a gratuidade da TV aberta.
Já pensou em assistir ao jogo de futebol por seu ângulo favorito? Ou participar de enquetes e chats usando apenas o controle remoto? E que tal poder comprar a roupa do personagem da novela ou alguma peça de decoração que você gostou? Tudo isso com uma definição quatro vezes maior que a atual. Imagens com mais contraste e riqueza de detalhes e cores, além de um som que envolve todo o ambiente.
A TV 3.0 é a TV do futuro e que já está a caminho de se tornar uma realidade na casa de milhões de brasileiros. Ela vai unir os sinais da TV aberta com o da internet e, com isso, gerar muito mais possibilidades: mais conforto, qualidade, praticidade e interatividade.
Na hora de assistir um jogo do Brasil, por exemplo, é possível buscar informações da partida e até rever o gol a qualquer momento do jogo. É uma TV aberta que se comportará de forma semelhante aos aplicativos de celular. O presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre, Raymundo Barros, destaca que tudo isso continuará de graça, como é hoje.
“A TV aberta não abre mão dos seus principais atributos. O principal deles, a gratuidade. Ela segue sendo uma mídia gratuita, universal, feita por brasileiros, para brasileiros, em sintonia com a sociedade, com a cultura brasileira. Nada disso desaparece. Esses atributos continuam sendo absolutamente relevantes. E o que ela passa a oferecer adicionalmente: esta personalização, esta interatividade, e a possibilidade de você ter todo o universo de conteúdos da sua emissora preferida integrada em uma experiência de consumo única em qualquer tela que você tenha”, explica.
Com a TV 3.0, além da programação da TV aberta, o telespectador também terá acesso ao streaming no mesmo lugar. O controle por voz e a ajuda da inteligência artificial tornarão o acesso à TV mais fácil e intuitivo para qualquer pessoa.
Dispositivos interligados e telas sincronizadas vão dar maior controle ao usuário – que terá um conteúdo personalizado, de acordo com o que ele mais gosta de assistir. Cada consumidor será atendido em suas preferências. A TV 3.0 terá tecnologia para reconhecer individualmente cada usuário. Será uma TV para cada um chamar de sua.
Os estudos da TV 3.0 começaram em 2023, a partir de um decreto assinado pelo presidente Lula.
Nesta quarta-feira (3), no seminário no Ministério das Comunicações com empresas de radiodifusão, de tecnologia, fabricantes de televisores, universidades e centros de pesquisa, o ministro Juscelino Filho disse que estuda oferecer linhas de crédito para a implantação da TV 3.0.
“Vamos estar lado a lado com o setor buscando construir mecanismos, dialogando com os bancos públicos, vendo se de alguma forma a gente consegue, sim, linha de crédito ou alguma forma de ajudar o setor para que acelere a implantação, para que o setor tenha condição de fazer com que essa televisão chegue o mais rápido possível para um número maior da população brasileira”, disse.
O ministro falou no desejo de ver a TV 3.0 já operando durante a Copa do Mundo de futebol em 2026, o que vai exigir a realização de transmissões experimentais em 2025.
“Em 2025, estaremos prontos para começar de forma efetiva a implantação da TV 3.0 no Brasil. É claro que será um processo a longo prazo. Não é um processo rápido. Vai ser um processo, claro, semelhante ao que aconteceu com a imigração do analógico para o digital. E aqui aproveito para deixar uma missão para todos nós: o governo brasileiro e o setor da radiodifusão, que vêm trabalhando lado a lado, governo, setor privado, as universidades, todos os envolvidos nessa definição, em 1970 tivemos um marco para TV brasileira, com a transmissão em cores da Copa do Mundo México, quando a camisa do Brasil passou do cinza para o vibrante amarelo canarinho. Que em 2026 possamos também ter a nossa primeira Copa do Mundo transmitida já pela TV 3.0, com muito mais qualidade, tecnologia e interatividade para todos os telespectadores, para toda a sociedade brasileira”, disse Juscelino Filho, ministro das Comunicações.
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