Prazo para solicitar o financiamento foi prorrogado até o dia 15 de abril. Mais de 5,5 mil unidades de saúde do país estão paradas, precisam de reforma ou têm que ser construídas do zero. Mais de 5 mil unidades de saúde precisam de reforma, obras de ampliação ou mesmo de dinheiro pra serem construídas
O governo federal prorrogou o prazo e municípios terão até abril para pedir recursos para concluir obras em mais de 5 mil unidades de saúde.
A janela está tão enferrujada que já não tem mais conserto. Nos consultórios, é difícil encontrar um vidro inteiro. Quem vem a uma unidade básica de saúde, em Mauá, na Grande São Paulo, tem dificuldade até para conseguir sentar.
Um espaço, que no momento nem está tão cheio, é um dos mais movimentados da UBS. Lá, ficam a farmácia e a recepção. Os bancos disponíveis para aguardar são poucos e muitos estão quebrados. Encostar na parede também não é uma opção.
“Seria bacana a troca de tudo, instrumentos, bancos, cadeiras. Acho que a gente se sentiria mais acolhido também. Do atendimento não tem do que reclamar não”, diz Miriam Alves da Silva, desempregada.
A UBS Jardim Zaíra 2 está na lista de 5.570 unidades de saúde do país que estão paradas, precisam de reforma, obras de ampliação ou mesmo de dinheiro para serem construídas do zero. Um programa lançado em janeiro de 2024 pelo Ministério da Saúde promete ajudar estados e municípios a viabilizar esses projetos.
Nesta quinta-feira (14), a ministra da Saúde, Nísia Trindade anunciou que o prazo para solicitar o financiamento, que terminaria nesta sexta-feira (15), foi prorrogado até o dia 15 de abril.
“O recurso está garantido e, em muitos casos, o que há é a necessidade do município até mesmo devolver recursos ao governo federal por algum problema nessas obras. Então, vamos estar também corrigindo essas situações, garantindo que não haja prédios abandonados, esqueletos de prédios, muitas vezes, como nós vemos, apenas iniciados, e garantir, então, esses equipamentos de saúde para nossa população”, afirma.
O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde diz que o programa de retomada das obras também vai permitir que se tenha uma radiografia completa sobre a situação das milhares de unidades de saúde do país.
“Importante destacar que, independente da situação da obra, o gestor municipal, o secretário ou a secretaria municipal de saúde, manifeste o seu interesse, seja em continuar ou não, para que nós possamos fazer uma atualização da situação de todas as obras. E que a gente tenha uma fotografia real da situação de todos os municípios”, afirma Hisham Hamida, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.
Há 10 anos, a Prefeitura de Mauá recebeu os recursos para reformar a UBS do Jardim Zaíra. Mas as gestões seguintes não deram continuidade ao projeto e o dinheiro ficou parado. Agora, a obra foi autorizada e a secretária de Saúde do município não vê a hora de oferecer um espaço mais bonito e confortável aos pacientes.
“Significa garantir o acesso das pessoas ao sistema de saúde. A gente diz: a unidade está cheia, a UPA está cheia, mas ninguém pensa que precisa, então, de mais serviço. E é isso que a gente está fazendo. A gente vai aumentar o acesso das pessoas à saúde. E isso só pode ser feito dentro de uma política que garanta que todos participem do financiamento”, afirma Celia Bortoletto, secretário de Saúde de Mauá.
LEIA TAMBÉM
Obra planejada para melhorar o trânsito de Goiânia se arrasta há 9 anos sem conclusão
Moradores de Porto Alegre aguardam a conclusão de obra que deveria ter sido entregue há mais de 10 anos
Obra do metrô que deveria ter sido entregue como legado da Rio 2016 está parada há 9 anos
Obra do Rodoanel Norte, em São Paulo, completa 8 anos de atraso com prejuízos ao transporte de passageiros e de cargas