9 de janeiro de 2025

Governo venezuelano chama de “intervencionista” manifestação brasileira de preocupação sobre eleições no país

Itamaraty divulgou nota questionando impedimento de registro de candidatura de opositora ao governo Maduro. Venezuela diz que nota pareceu ditada por americanos. O Ministério das Relações Exteriores venezuelano chamou de “intervencionista” e com comentários “carregados de profundo desconhecimento e ignorância” a nota publicada nesta terça-feira (26) pelo Itamaraty manifestando preocupação com as eleições no país vizinho.
Opositores na Venezuela exigem mais prazo para registrar candidata
No documento, a chancelaria brasileira manifestou “expectativa e preocupação” com os últimos acontecimentos relacionados às eleições presidenciais para sucessão de Nicolás Maduro, previstas para 28 de julho.
A principal frente de oposição da Venezuela afirmou que não conseguiu inscrever a sua candidata, Corina Yoris, no site do Conselho Nacional Eleitoral, o órgão responsável pelas eleições no país. O prazo terminou às 23h59 de segunda-feira (25).
“[O Brasil] observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”, diz trecho do comunicado do Itamaraty.
“Ditada” pelos americanos
Na resposta à manifestação brasileira, a chancelaria venezuelana disse que o comunicado emitido pelo Itamaraty — “redigido por funcionários”, enfatiza o texto — parecia “ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.
Maduro e Lula
Ricardo Stuckert / PR
“O governo venezuelano tem mantido uma conduta fiel aos princípios que regem a diplomacia e as relações de amizade com o Brasil”, diz o texto. “O governo bolivariano agradece as manifestaçaões de solidariedade do Presidente Lula da Silva que, de maneira direta e sem ambiguidades, condenou o bloqueio criminoso e as sanções impostas de maneira ilegal pelo governo dos Estados Unidos para causar dano ao nosso povo”, conclui o documento.

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