5 de março de 2025

Grande Rio e Portela são destaques no 3º dia do Grupo Especial do carnaval do RJ em 2025


Tuiuti e Mocidade também desfilaram, em noite com Milton Nascimento e despedida de Paolla. Veja vídeos e detalhes das apresentações, no 1º ano com 4 escolas por dia. Desfile da Grande Rio visto de cima
Marco Terranova/Riotur
A Acadêmicos do Grande Rio foi o grande destaque da terceira noite dos desfiles do Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (4). Com menos imponência, a Portela fez uma boa apresentação, homenageando Milton Nascimento.
Ainda desfilaram Paraíso do Tuiuti e Mocidade Independente de Padre Miguel , em uma noite também marcada pela despedida de Paolla Oliveira como rainha de bateria da Grande Rio.
Nenhuma das escolas estourou o tempo, respeitando o máximo de 80 minutos. Na terceira noite da estreia do novo modelo de quatro desfiles por dia – antes, eram seis –, a Portela encerrou sua passagem pela Sapucaí às 4h41, antes do amanhecer.
FOTOS: Veja as escolas da 3º noite de desfiles do Rio de Janeiro
FOTOS: Famosos curtem o carnaval na 3ª noite de desfiles no Rio
VÍDEOS: Emoção de Milton, fantasia de Paolla, ‘esquenta’ da Portela… veja os destaques da 3ª noite
Desfiles do 3º dia
Mocidade Independente de Padre Miguel
Paraíso do Tuiuti
Acadêmicos do Grande Rio
Portela
Outras 2 noites
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Na segunda (3), se apresentaram Unidos da Tijuca, Beija-Flor de Nilópolis, Acadêmicos do Salgueiro e Unidos de Vila Isabel. Leia como foram os desfiles.
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Mocidade
Veja: Comissão de Frente Mocidade Independente de Padre Miguel
A Mocidade Independente de Padre Miguel abriu a terceira noite de desfiles apresentando um enredo sobre o futuro e a tecnologia.
Neste ano, a escola foi a primeira a não levar um tripé alegórico na comissão de frente. A apresentação contou com 5 painéis de LED, um humanóide gigante se movimentando numa coreografia precisa e cachorrinhos-robôs, que fizeram a alegria do público.
Com 3.000 componentes, o desfile levou à Sapucaí carros alegóricos com referências a aparelhos eletrônicos e à exploração espacial. Numa reflexão retrofuturista, uma das alas trouxe as visões de passado e futuro de “Os Flintstones” e “Os Jetsons”, duas animações dos anos 1960. A bateria mostrou a tradicional “paradinha”, cuja criação é atribuída a Mestre André (1932-1980), um dos fundadores da Mocidade.
Na avenida, a Verde e Branca também fez homenagens à carnavalesca Márcia Lage, que morreu aos 64 anos, em janeiro deste ano, vítima de leucemia. Ela assina o desfile ao lado do marido, Renato Lage.
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Paraíso do Tuiuti
Comissão de frente da Paraíso do Tuiuti traz mensagem de otimismo e respeito
A Paraíso do Tuiuti contou a história de Xica Manicongo, a primeira travesti não indígena documentada da história do Brasil. Nascida no Congo, ela foi escravizada e trazida ao país no século 16. Foi batizada como Francisco, mas seu nome não refletia quem ela realmente era. Por se recusar a usar roupas masculinas, chegou a ser processada pelo Santo Ofício, na Bahia, em 1591.
Em busca de seu primeiro título — a melhor posição da Tuiuti foi o vice-campeonato em 2018 –, a escola teve problemas com a manobra dos carros alegóricos na entrada da Sapucaí, o que prejudicou a evolução. Alegorias e componentes precisaram correr nos minutos finais do apresentação, que terminou com 80 minutos cravados.
Ao longo do desfile, a Tuiuti gritou contra a intolerância e pediu respeito à comunidade LGBT+, em um enredo de “transcestralidade” — a ancestralidade de pessoas trans.
Na comissão de frente, que mostrou pessoas trans e travestis ocupando diferentes posições na sociedade, a deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) apareceu usando uma faixa presidencial. Também participaram como destaques dos carros alegóricos a cantora e atriz Linn da Quebrada e Eloina dos Leopardos, travesti que é considerada a primeira pessoa a ocupar o posto de rainha de bateria na história do carnaval carioca.
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Grande Rio
Comissão de frente da Grande Rio traz os encantos nas contas dos carimbós
A Acadêmicos do Grande Rio convidou o público para um mergulho nas águas do Pará, com o enredo “Pororocas Parawaras – As águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”. O desfile mostrou o processo de formação da religião afro-brasileira Tambor de Mina, através da saga de três princesas turcas, que é narrada em terreiros paraenses e em músicas de carimbó.
Conta-se que Mariana, Jarina e Herondina foram embarcadas em um navio de guerra sob as ordens do pai, fugindo de conflitos religiosos. Durante a travessia atlântica, enfrentaram uma tempestade violenta que engoliu a embarcação. A comissão de frente da escola encenou o momento dramático: dançarinos em figurinos azuis fluidos simbolizaram o mar revolto e o tripé cenográfico teve uma parte desacoplada, para reproduzir o naufrágio.
O desfile da Grande Rio em 2025 também foi marcado pela despedida de Paolla Oliveira como rainha de bateria da escola. Fantasiada de Lua Encantada, a atriz sambou muito emocionada durante toda a apresentação.
A atriz Dira Paes e as cantoras Fafá de Belém e Naieme apareceram no carro abre-alas, representando as princesas turcas, transportadas pelas águas a um mundo mágico após a tempestade. A alegoria levou peixes e águas-vivas infláveis, que flutuaram sobre a avenida. Um dos balões despencou sobre a pista, e foi retirado pelos componentes da escola. A cantora Dona Onete, ícone da música da Amazônia, foi homenageada em uma das alas dedicadas ao carimbó.
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Portela
Comissão de frente da Portela representa os efeitos das canções de Milton
A Portela encerrou o carnaval carioca de 2025 homenageando Milton Nascimento, com a presença do cantor de 82 anos na Sapucaí. Maior campeã do carnaval carioca, com 22 vitórias, a escola não é campeã desde 2017, quando dividiu o título com a Mocidade.
Para falar sobre Milton, a Azul e Branca decidiu não contar a história de vida do artista, mas sim propor uma reflexão sobre de que maneiras ele consegue tocar as pessoas com sua arte. A comissão de frente trabalhou com luzes, para simbolizar a música que ilumina, aquece e traz esperança.
Em uma procissão sensorial rumo ao Sol, as alegorias da Portela criaram imagens de fé, amizade, sonhos e lembranças. O desfile também levou à avenida imagens com referências às músicas de Milton e do Clube da Esquina, como as nuvens de “Nuvem cigana”, os girassóis de “Um girassol da cor de seu cabelo” e o trem azul da canção de mesmo nome.
Milton desfilou no último carro, representando o próprio Sol da Portela, sentado em seu trono adornado com elementos da arte barroca mineira. Drones iluminados formaram um sol no céu da avenida. Artistas amigos do homenageado também participaram do desfile, entre eles, Maria Gadú, Simone e Marcos Valle.
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