6 de outubro de 2024

Greenpeace realiza sobrevoo sobre na região do Médio Solimões afetado pela seca severa no Amazonas

Oito munícipios ao entorno da região estão em estado de emergência Rio Solimões vem batendo recordes de seca neste ano de 2024
Reprodução
Uma equipe de ativistas ambientais do Greenpeace Brasil realizou um sobrevoo na região central do Amazonas. A ação registrou a seca severa que atinge a região do médio Rio Solimões. Todos os oito municípios próximas a área sobrevoada estão em situação de emergência.
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Além das zonas urbanas, a vazante do rio já isolou mais de 30 comunidades ribeirinhas e indígenas, o que impactou em centenas de crianças que não podem mais ir as escolas.
“Umas 500 a 800 crianças estão fora de sala de aula devido a estiagem, porque hoje não tem como chegar, esse calendário de hoje teve que parar”, explicou Tomé Fernandes Cruz , conselheiro de educação indígena do Médio Solimões.
O Lago Tefé, que banha o município, em período normal chega a medir 5 metros, mas de acordo com a Defesa Civil Municipal, atualmente a cota está abaixo de 1 metro.
O ambientalista do Greenpeace, Rômulo Batista, afirmou que esse cenário vai ficar mais comum e fez um alerta.
“Se a gente não cuidar, não diminuir o desmatamento, na verdade zerar o desmatamento no Brasil, que é a principal fonte de gases de efeito estufa, a gente pode sofrer ainda mais os efeitos dessa crise climática”, disse o ambientalista.
Monitoramento do Inpe sobre a atual situação do Lago Tefé
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Protesto
Na última sexta-feira (20), o Greenpeace fez um protesto exibindo, em um banco de areia, a mensagem ‘Who Pays’? que em tradução literal significa “quem paga?”. A manifestação ocorreu em um dos principais rios da bacia amazônica que sofre com a pior seca já registrada.
A seca reduziu o nível da água do Rio Solimões a níveis sem precedentes, expondo o leito do rio em frente à cidade de Manacapuru, um pouco rio acima da capital Manaus, onde se junta ao Rio Negro para formar o poderoso Amazonas.
É o segundo ano consecutivo de seca crítica que tem deixado marcas na floresta tropical, alimentando grandes incêndios florestais e deixando comunidades ribeirinhas isoladas por falta de transporte, pois os rios se tornaram muito rasos para a passagem de barcos.
‘Quem paga?’: Greenpeace protesta em banco de areia criado pela maior seca da Amazônia
Seca severa
O Amazonas vive um cenário ambiental crítico devido à combinação de seca dos rios e queimadas. Segundo dados divulgados pelo governo estadual em agosto, a seca já afeta mais de 560 mil pessoas. Cidades têm dificuldades de receber insumos, há aumento no preço de produtos e comunidades indígenas e ribeirinhas podem ficar isoladas.
Todos os 62 municípios do Amazonas foram declarados em estado de emergência devido à seca severa e às queimadas que afetam o estado este ano. A informação foi divulga pelo governador Wilson Lima, que também assinou um decreto para declarar situação de emergência em saúde pública em razão do período de vazante dos rios.

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