As joias, segundo a polícia, eram parte de um pagamento de R$ 6 milhões que o devedor, agora identificado, devia ao empresário executado em Guarulhos. O material foi retirado em um quiosque pelo motorista Danilo Lima em São Miguel dos Milagres. Vinicius Gritzbach e o estojo de joias trazidos de Maceio (AL) no dia que foi executado no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na sexta-feira (8).
Montagem/g1/Reprodução/TV Globo
O motorista de Vinicius Gritzbach – Danilo Lima – prestou um novo depoimento na quarta-feira (13) no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo.
Ele disse à força-tarefa que investiga a execução do delator do PCC que Gritzbach viajou com a namorada para Maceió (AL) por motivos pessoais e foi reconhecido ainda no aeroporto por um homem que devia a ele R$ 6 milhões.
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Após o encontro de Gritzbach e o devedor combinaram o pagamento de parte da dívida em São Miguel dos Milagres, para onde Vinicius, a namorada, e o motorista Danilo viajaram na sequência para receber o material.
Segundo o depoimento, já em São Miguel dos Milagres, Danilo Lima foi o responsável por retirar as joias em um quiosque de uma das praias da cidade.
A partir dessas revelações do motorista de Gritzbach, a Polícia Civil de SP passou a investigar o devedor com um dos suspeitos do crime.
Ele já foi identificado pelos investigadores da força-tarefa da SSP e uma das hipóteses é que ele possa ter colocado um rastreador (GPS) nas joias para que executores em São Paulo pudessem localizar exatamente o local onde Vinicius Gritzbach estaria, após desembarque no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, onde foi morto.
Danilo Lima foi o único dos seguranças de Vinicius Gritzbach que acompanhou o empresário na viagem até Maceio. A viagem terminou com a execução do delator do PCC na chegada em São Paulo, com dez tiros a queima roupa na saída do aeroporto internacional.
Além do suposto devedor, a força-tarefa da SSP investiga 13 policiais por envolvimento com o PCC, corrupção ou suposta participação no assassinato de Vinicius Gritzbach.
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Joias de R$ 1 milhão
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Conforme o g1 já publicou, Gritzbach trazia na bagagem um estojo de joias contendo mais de R$ 1 milhão em produtos de joalheirias famosas e caras.
Segundo o boletim de ocorrência do caso, registrado primeiramente da delegacia de Cumbica, a bagagem de Gritzbach dcontinha ao menos 38 itens de alto valor e estava em posse da namorada, que fugiu do local durante o tiroteio.
Posteriormente, a mala foi entrega por ela à polícia. Entre os itens de valor estão:
11 anéis prateados com pedras rosadas, outras esverdeadas, em formas de coração e de pingo;
6 pulseiras esverdeadas e douradas;
2 colares prateados em forma de pingo e com pingentes;
9 pares de brincos com pedras verdes, azuis e prateadas.
As joias, segundo a polícia, tinham certificado de joalheiras caras como Bulgari, Cristovam Joalheria, Vivara e Cartier.
Também foram apreendidos com a vítima argolas douradas, um celular e um notebook da marca Apple, além de R$ 620 em dinheiro vivo e um relógio da marca Rolex.
O material está em posse agora do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Os policiais querem justamente entender quem é a pessoa que fez o repasse do material valioso ao delator e se essas joias têm alguma ligação com o crime ocorrido na tarde de sexta.
Enterro da vítima
Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto na sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Montagem/g1/Reprodução/Redes Sociais
Gritzbach levou 10 tiros na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo na sexta-feira (8), segundo registro da Polícia Civil de São Paulo.
O corpo do delator foi enterrado neste domingo (10) no Cemitério Parque Morumby, na Zona Sul de São Paulo.
A cerimônia de despedida foi restrita à família e não houve velório para evitar exposição dos familiares da vítima.
Com 38 anos, Antonio Gritzbach foi alvejado à luz do dia, por volta das 16h, na saída da área de desembarque do Terminal 2 por dois homens que desceram de um carro preto.
Até a publicação desta reportagem, os autores estavam foragidos.
De acordo com o registro policial, foram ao menos 29 disparos, de calibres diversos. Gritzbach foi atingido por 4 tiros no braço direito, 2 no rosto, 1 nas costas, 1 na perna esquerda, 1 no tórax e 1 no flanco direito (região localizada entre a cintura e a costela).
Duas armas foram apreendidas pela polícia: um fuzil e uma pistola. As duas estavam próximo ao local em que o carro foi abandonado, a pouco mais de 7 km do aeroporto, ainda em Guarulhos.
Até a última atualização desta reportagem, não havia confirmação pericial de que foram elas as usadas no crime.
Empresário fez acordo para delatar PCC e policiais
Gritzbach era investigado por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e, em março, havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) com a promessa de entregar esquemas de lavagem de dinheiro.
Nos depoimentos, o empresário acusou um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de exigir dinheiro para não o implicar no assassinato de um integrante do PCC (Anselmo Santa, o Cara Preta).
Além disso, forneceu informações que levaram à prisão de dois policiais civis que trabalharam no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
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O Ministério Público de São Paulo afirma que ofereceu mais de uma vez segurança ao empresário e que ele sempre recusou a proteção.
O empresário, então, contratou 4 seguranças, todos policiais militares.
Nenhum dos 4, porém, estava com Gritzbach no momento do assassinato.
Segundo depoimento de 2 deles, um dos carros em que iriam buscar Gritzbach e a namorada no aeroporto – o casal voltava de Maceió – teve um problema na ignição. O outro, ainda de acordo com os policiais, estava com quatro pessoas, e teve de fazer meia volta para deixar um dos ocupantes em um posto de combustível.
Investigadores desconfiam dessa versão (leia mais). Uma das linhas de investigação do DHPP é que os seguranças teriam falhado de forma proposital.
Infográfico mostra áreas do corpo de Antônio Vinicius Gritzbach atingidas por tiros
g1
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