Entraram em vigor as tarifas de 25% a todo aço e alumínio importados pelos Estados Unidos. Nenhum país está isento. Donald Trump mirou no mundo todo e não ficou sem resposta. Tarifas de Trump sobre aço e alumínio entram em vigor e atingem todos os países
A guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos ganhou uma nova dimensão. Depois de impor tarifas à China, Canadá e México, o governo americano começou nesta quarta-feira (12) a sobretaxar todos os países. Não ficou sem resposta.
Desta vez, Donald Trump mirou no mundo todo. Entraram em vigor as tarifas de 25% a todo aço e alumínio importados pelos Estados Unidos. Nenhum país está isento.
Um dos maiores parceiros e vizinho, o Canadá, anunciou que vai retaliar com tarifas sobre US$ 20 bilhões em importações. Além do aço e alumínio americanos, o governo canadense vai taxar em 25% uma série de produtos, que vão desde computadores a panelas e equipamentos esportivos. As tarifas do Canadá entram em vigor nesta quinta-feira (13). A ministra das Relações Exteriores deu um recado para canadenses e americanos:
“Não é o Canadá que está aumentando o preço do supermercado e da gasolina e dos materiais de construção, ou colocando os seus empregos em risco. São as tarifas do presidente Trump”.
Guerra comercial: EUA começam sobretaxar todos os países
Jornal Nacional/ Reprodução
A União Europeia também decidiu revidar. Anunciou que vai impor taxas sobre US$ 28 bilhões de importações. Serão duas levas de tarifas em abril:
A primeira para o setor de aço e alumínio, e também para produtos como whiskey, motocicletas, eletrodomésticos e até suco de laranja. As taxas variam de 10% a 50%;
A segunda leva mira na carne, alimentos no geral, roupas e produtos específicos, como fio dental, chiclete e diamantes.
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lamentou:
“Tarifas são ruins para os negócios e piores para os consumidores. Elas trazem incerteza para a economia, colocam empregos em jogo e preços em alta. Ninguém precisa disso”.
O primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, chamou as tarifas de Trump de “erro”. O Reino Unido tenta negociar um acordo com os Estados Unidos e, por enquanto, não vai contra-atacar. Mas o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, se disse “decepcionado” e afirmou que todas as opções estão na mesa.
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, que na semana passada conseguiu atrasar por mais um mês outras tarifas de Trump, disse que seu governo tem um plano, mas preferiu esperar até o início de abril. O governo do Japão declarou que é lamentável que o país não tenha recebido uma isenção de Trump.
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A China já tinha imposto tarifas sobre produtos agrícolas dos Estados Unidos, como resposta ao aumento das tarifas americanas de 10% para 20% sobre todos os produtos chineses. Por causa dessas taxas, o aço e o alumínio chineses serão taxados a mais do que os de outros países – em 45%. Nesta quarta-feira (12), o governo em Pequim declarou que as novas tarifas violam as regras da Organização Mundial do Comércio e que vai tomar medidas para se proteger.
Trump justifica as taxas como forma de impulsionar a produção americana. No primeiro mandato, ele aplicou tarifas parecidas, o que beneficiou os setores de aço e alumínio, mas aumentou os custos para outras indústrias que dependem dessas matérias-primas. Os Estados Unidos importam 25% de todo o aço que usam, e 50% do alumínio.
Nesta quarta-feira (12), os americanos tiveram uma boa notícia: a inflação do país em fevereiro desacelerou mais do que o esperado, por causa de uma queda nos preços dos combustíveis e nos custos do transporte aéreo. O acumulado dos últimos 12 meses ficou em 2,8%.
Mas os economistas americanos temem que a guerra comercial iniciada por Trump prejudique o crescimento e aumente os preços dos produtos nos Estados Unidos pelos próximos meses. Uma pesquisa de opinião feita pelo instituto Ipsos apontou que 41% dos americanos acreditam que as políticas econômicas de Trump vão compensar no longo prazo. Ao mesmo tempo, 70% acreditam que as tarifas do presidente vão aumentar os preços dos alimentos e outros produtos do dia a dia.
Por enquanto, o presidente americano comemora. Nesta quarta-feira (12), ao lado do primeiro-ministro da Irlanda, na Casa Branca, Trump celebrou os números da inflação.
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