11 de outubro de 2024

Há 50 anos, chegavam os primeiros trabalhadores a um dos maiores canteiros de obras da história do Brasil

Brasileiros e paraguaios se uniram para construir a Usina Hidrelétrica de Itaipu. Há 50 anos, a Itaipu Binacional recebia os primeiros trabalhadores para prestar serviços em Foz do Iguaçu (PR), cidade-sede da usina no lado brasileiro. Em 23 de setembro de 1974, o auxiliar de serviços gerais Heleodoro José Felix, empregado requisitado da Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas Brasileiras (CAEEB, atualmente extinta), tornou-se um dos pioneiros de uma saga operária que, no auge, chegou a reunir 40 mil trabalhadores no canteiro de obras da maior usina do mundo.
A entidade Itaipu Binacional havia sido criada em 17 de maio daquele mesmo ano, nos termos estabelecidos pelo Anexo A do Tratado de Itaipu – primeiramente, para gerir a obra de construção da usina e, posteriormente, a própria hidrelétrica.
Foi um ano especial. Também em 1974 chegaram as primeiras máquinas ao futuro canteiro de obras. No segundo semestre, foi estruturado o acampamento pioneiro, com as primeiras edificações para escritórios, almoxarifado, refeitório, alojamento e posto de combustíveis. Foi nesse cenário que, aos 46 anos, Heleodoro puxou a fila de trabalhadores na cidade que já começava a se transformar definitivamente para receber o grande empreendimento.
O grupo de trabalhadores provenientes dessas empresas ficou internamente conhecido como Mão de Obra Contratada (MOC). Não eram empregados da Itaipu, mas sem eles a usina não teria saído do papel. A partir de março de 1985, no entanto, parte deles gradativamente foi aproveitada também na formação do quadro de empregados da Itaipu, nos mais variados cargos.

Divulgação
Um deles foi Heleodoro – que acabou se tornando o requisitado com o registro mais antigo em Foz, considerando a data de admissão na CAEEB (23 de setembro de 1974), entre os aproveitados para o quadro próprio da Itaipu.
Uma curiosidade era que, no canteiro de obras, a presença de mulheres era vetada. No início, apenas uma – a paraguaia Maria Zulma Cardona –, trabalhava dentro da barragem, pelo consórcio IECO-ELC, responsável pelo projeto da usina.
Ela chegou ao canteiro de obras em 1977 – a única representante do sexo feminino num universo de quase 40 mil homens. Maria Zulma secretariava Paul Folberth, engenheiro coordenador da IECO, e depois foi transferida para Assunção.
Naquele tempo, as mulheres tinham que pedir autorização para ir ao canteiro. Entrar na usina, só em algumas ocasiões, como para usar o restaurante na área da construção.
Evolução
Até 2005 as admissões pela margem esquerda da Itaipu eram feitas por meio de análise curricular e entrevistas. Entre 2000 e 2002 também existiram os Programas de Trainee, pelos quais alguns profissionais acabaram efetivados. A partir de 2005 foram implementados os Processos Seletivos Externos – sistema vigente até os dias atuais.
Historicamente, a margem esquerda da Itaipu já registrou 4.831 empregados. Na ativa atualmente estão 1.314 – sendo 1.049 homens, 265 mulheres, 666 Profissionais de Nível Universitário, 299 Profissionais de Nível Técnico, 266 Profissionais de Nível Suporte e 83 Profissionais de Nível Fundamental.
Considerando também os 1.652 trabalhadores da margem paraguaia, a Itaipu Binacional tem 2.966 empregados(as) do quadro próprio ativos.
Os trabalhadores e trabalhadoras da margem brasileira hoje estão lotados(as) na Central Hidrelétrica Itaipu (CHI, área binacional), Foz do Iguaçu, Santa Helena e Guaíra, no Paraná; e Brasília, no Distrito Federal.

Divulgação
Quer saber mais detalhes e curiosidades da história dessa usina incrível? Confira o documentário Itaipu 50 Anos, já disponível no Globoplay.

Mais Notícias