24 de outubro de 2024

Homem esfaqueia adolescente após ser rejeitado em bar e vai responder por nova lei que aumentou pena de feminicídio

Crime foi registrado dias após mudança no Código Penal que passou a tipificar o feminicídio como crime autônomo, com pena que pode chegar a 40 anos de prisão. Homem foi indiciado por tentativa de feminicídio, em Augustinópolis. Complexo de Delegacias da Polícia Civil em Augustinópolis
Divulgação
Um homem de 35 anos foi indiciado por tentativa de feminicídio após esfaquear uma adolescente de 14 anos que o rejeitou em um bar em Augustinópolis, região do Bico do Papagaio. O caso aconteceu no dia 14 de outubro e até esta quinta-feira (24) a vítima continuava internada, segundo a Polícia Civil.
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O inquérito da Polícia Civil foi encerrado nesta quarta-feira (23). O nome do suspeito não foi divulgado e por isso, o g1 não conseguiu contato com a defesa dele.
Como o caso aconteceu dias depois da atualização do Código Penal, ele deve responder de acordo com as determinações da lei nº 14.994, conhecida como ‘Pacote Antifeminicídio’. Conforme as mudanças, o feminicídio passou a ser um crime autônomo e não mais uma qualificatória do crime de homicídio. Com isso, a pena variar entre 20 a 40 anos de prisão.
O crime
Segundo a polícia, na tarde do dia 14 deste mês, o suspeito estava em um bar no setor Santa Rita quando passou a pagar bebidas alcóolicas à adolescente. Ele ainda teria tentado se envolver com a vítima, mas ela não demonstrou interesse.
Enquanto o homem pagava as bebidas para a menor, outros homens chegaram ao bar. Conforme a polícia, a adolescente se mostrou interessada em interagir com eles. Quando ela se levantou da mesa para ir até os jovens, o suspeito puxou uma faca da cintura e a atingiu gravemente na região abdominal.
“No caso concreto, é evidente o menosprezo e a discriminação à condição de mulher, pois primeiro, houve a expectativa de retribuição sexual, unilateralmente criada pelo autor, baseada na ideia de entrega de bens materiais (no caso, bebida alcoólica) em troca de benefício sexual, revelando assim, a objetificação feminina”, explicou o delegado Jacson Wutke.
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A Polícia Civil informou que o homem só não continuou com os ataques porque foi impedido pelas pessoas que estavam no bar. A adolescente foi socorrida e encaminhada ao Hospital Regional de Augustinópolis, onde permanece internada.
Segundo o delegado, a violência contra a jovem foi uma forma que o suspeito achou de puni-la, após ela se negar a ter algo com ele.
“O comportamento do autor reforça a discriminação de gênero, na qual as mulheres são vistas como seres subjugados, que devem obedecer aos desejos masculinos, sob pena de serem punidas com violência”, explica a autoridade policial”, disse o delegado.
No dia, o homem foi preso em flagrante. Ele foi indiciado pelos crimes de tentativa de feminicídio majorado e fornecimento de bebida alcoólica para crianças ou adolescentes. Somadas, as penas máximas podem chegar a 38 anos de prisão.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, esse é o primeiro inquérito policial concluído no Tocantins após as alterações legislativas do Pacote Antifeminicídio.
O g1 questionou a Secretaria Estadual de Saúde sobre o estado de saúde da mulher, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.
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