Segundo médico, caso de Francisco Júnior, de 41 anos, necessitou de cirurgia bariátrica porque ele estava com sobrepeso. Mais de 50 milhões de brasileiros têm refluxo, segundo Federação de Gastroenterologia. Paciente relata sobre pós-cirúrgia de refluxo
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Após utilizar medicamentos e fazer tratamentos convencionais por três anos para tentar tratar o refluxo, o analista de telefonia Francisco Junior, de 41 anos, conseguiu encontrar a cura da doença depois de passar por uma cirurgia bariátrica e, paralelamente, reeducar os hábitos alimentares.
No caso de Francisco, a cirurgia foi indicada porque, como ele tinha sobrepeso, os efeitos do refluxo eram potencializados. Entretanto, esta não é a única opção de tratamento. Veja sintomas abaixo.
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“Eu tive muito problema de refluxo, por uns três anos. Nesse período tomei vários medicamentos para conseguir dormir, para não ter o refluxo voltando na garganta. Os médicos sempre me indicando os medicamentos, mas não adiantava”, contou.
Francisco Junior, de 41 anos, antes e depois de fazer a cirurgia de redução do estômago
Arquivo pessoal
Francisco fez parte dos mais de 50 milhões de brasileiros que convivem com a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), conforme dados da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG).
De acordo com a federação, a doença acontece quando parte do suco gástrico volta para o esôfago, causando inflamação. Entre os sintomas estão azia, tosse seca, aftas e dor na garganta.
Segundo a FBG, 25% dos casos de refluxo não se enquadram em quadros normais e, em grande parte deles, pacientes precisam buscar ajuda médica.
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Cirurgia e reeducação
Francisco conta que o caso dele foi acompanhado por um gastroenterologista, especialista que estuda doenças do aparelho digestivo.
Existe uma cirurgia específica para tratar o refluxo, mas no caso de Francisco ela não era indicada.
“A cirurgia do refluxo não é eficiente em pacientes com obesidade. A gente precisa fazer a cirurgia bariátrica”, explicou o gastroenterologista, José Alfredo Sadowski.
Após a cirurgia, Francisco Junior perdeu cerca de 20 quilos em um mês
Reprodução
Após a cirurgia e com mudanças na alimentação, Francisco disse que melhorou a qualidade de vida e regrou a alimentação, tornando um hábito ter a vida saudável.
“Hoje como seis vezes por dia, como comida saudável, mudei meu estilo de vida. Antes bebia bebida alcoólica e hoje não bebo mais”, disse.
Além da alimentação, Francisco pratica exercícios físicos regularmente com acompanhamento de profissionais.
O que é doença do refluxo?
Médico fala sobre causas e tratamentos do refluxo
De acordo com o gastroenterologista José Alfredo Sadowski, a doença do refluxo acontece quando há passagem do ácido do estômago para o esôfago, causando mal-estar e queimação.
Os sintomas mais comuns, de acordo com a Federação Brasileira de Gastroenterologia, são a regurgitação alimentar, que costuma causar um gosto amargo na boca; e a queimação no peito ou “na boca do estômago”.
Outros sintomas são tosse crônica, engasgo, sensação de bola na garganta, dor no peito, dificuldade para engolir, mau hálito e arrotos – todas as manifestações costumam aparecer após as refeições.
Tosse seca e rouquidão podem ser sintomas de refluxo
“Acontece quando tem uma regurgitação do ácido do estômago que alcança a região do esôfago. Quando o ácido do estômago volta para o esôfago, temos sintomas de queimação do líquido ácido subindo na garganta”, explicou o médico José Alfredo.
Segundo o médico, a doença aparece após a intensa inflamação da mucosa do esôfago, chamada esofagite, gerando consequentemente, azia.
Refluxo pode causar lesões e afetar o sono
Se não for tratado da maneira adequada, explica o médico José Alfredo, o refluxo pode comprometer a qualidade de vida do paciente, prejudicando o sono, ocasionando lesões no esôfago e úlceras, além de ter chances de agravar doenças como bronquite e pneumonia.
Nos cenários mais graves, a doença pode, ainda, se tornar um câncer de esôfago.
Conforme o médico, a doença pode ser provocada pela presença de hérnia de hiato, um orifício por onde passa a alimentação que chega ao estômago.
“A hérnia de hiato é uma condição em que a transição do esôfago para o estômago está tracionada para dentro do tórax. Essa região que funciona como uma válvula, invés de estar dentro do abdome, ela está um pouco para cima no peito, isso faz com que haja uma desregulação do antirefluxo”, explicou.
Nem todo paciente que tem refluxo, tem hérnia de hiato – mas quem vive com a condição pode ver piora na doença, segundo o gastroenterologista.
Entenda a diferença de um estômago com hérnia de hiato e um normal:
Estômago com hernia de hiato e o outro normal
Arte/g1
Como tratar a doença?
De acordo com o médico José Alfredo, para quem tem a doença em grau leve, o tratamento costuma envolver a mudança dos hábitos alimentares e uso de medicamentos antiácidos.
A hora de procurar ajuda médica, ainda de acordo com José Alfredo, é quando as dores duram mais de uma semana.
No Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente pode buscar ajuda gratuitamente em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). A partir de um primeiro atendimento, a unidade fará o encaminhamento para um especialista.
Nesta consulta, se o médico entender necessário, pode solicitar uma endoscopia digestiva, que é o principal exame para investigar o refluxo, de acordo com a FBG.
“Pacientes com graus leves de refluxo conseguem controlar sozinhos a doença com alimentação e medicações antiácidos, mas pacientes que têm sintomas regularmente por várias semanas. Por longos períodos, devem, sim, buscar ajuda médica”, explicou o médico José Alfredo.
Mudanças comportamentais que podem ajudar a diminuir o refluxo:
Após as refeições, espere pelo menos duas para se deitar;
Opte por várias pequenas refeições durante o dia;
Evite bebidas alcoólicas e o fumo;
Evite alimentos condimentados, frituras, gorduras, alimentos ácidos e bebidas gaseificadas.
Evitar os seguintes alimentos:
Café, chá e refrigerantes;
Comidas gordurosas e frituras;
Comidas muito condimentadas;
Alimentos cítricos;
Chocolates e doces;
Molhos de tomate.
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